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Internet pode diminuir a inteligência e a empatia, diz pesquisadora

Velocidade mental, capacidade de processar informações com rapidez, não é a mesma coisa que entendimento ou sabedoria.

[Reinaldo J Lopes, Folha SP, 18 set 12] A neurocientista e baronesa britânica Susan Greenfield, 61, faz questão de ser uma voz dissonante em meio à empolgação de muita gente com o potencial das redes sociais e da internet.

Para ela, há razões para acreditar que a vida virtual está criando uma geração de pessoas menos inteligentes e menos capazes de empatia -um ponto de vista que já lhe rendeu desafetos dentro e fora da comunidade científica. Continue lendo

Sites de busca investem em sistema de pesquisa mais ‘humano’

Os primeiros traços de humanidade incorporados por máquinas já começam a aparecer, em grande escala, nas ferramentas de buscas.

[Alexandre Orrico, FSP, 5 abr 12] Esqueça os robôs humanoides e os mordomos mecânicos educados, que põem a mesa e colocam as crianças para dormir, típicos de filmes de ficção científica.

Os primeiros traços de humanidade incorporados por máquinas já começam a aparecer, em grande escala, nas ferramentas de buscas. Continue lendo

Jornalistas cidadãos da Síria desafiam a morte para divulgar imagens

Ativistas munidos de câmeras e equipamentos de edição burlam ataques aéreos e internet lenta.

[BBC Brasil, 5 mar 12] Dois ativistas sírios descreveram como se tornaram jornalistas cidadãos e como conseguem divulgar imagens gravadas secretamente que expõem a violenta repressão contra manifestantes praticada pelo regime sírio.

Os dois militantes estariam radicados na cidade de Al Qusair, próxima à fronteira com o Líbano.

Os ativistas se identificaram como Mohammad e Abu Abdallah.

A dupla afirmou que um dos maiores entraves aos seus esforços tem sido as lentas conexões de internet com a quais têm de arcar.

Com a conexão disponível é preciso esperar até três horas para publicar um vídeo de 30 segundos na internet.

Empresas de internet decretam o fim do currículo no Brasil

Seguindo a tendência mundial, companhias brasileiras passam a utilizar, cada vez mais, um único critério em seus processos seletivos: a presença na web

[Beatriz Ferrari, Veja, 13 fev 12] Pouco mais de um ano atrás, o estudante de sistemas de informação Estevão Mascarenhas, então com 19 anos, passou por uma situação curiosa. Ele começou a interagir nas redes sociais, sem saber, com seu futuro patrão. No fim de 2010, Horácio Poblete, presidente dastartup Ledface, começou a seguir o jovem no Twitter por indicação de amigos – que, por sua vez, não tinham qualquer ligação direta com o universitário. Empregador e funcionário em potencial começaram a discutir empreendedorismo pela rede de microblogs, até que Horácio tivesse intimidade o suficiente para solicitar a Estevão que o adicionasse em seu Facebook. Depois de três meses de observação virtual intensa, o executivo finalmente se convenceu de que o estudante era um profissional que, além de qualificado tecnicamente, identificava-se com os valores da empresa. A proposta veio em seguida. Estevão largou a faculdade na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), em Minas Gerais, e mudou-se para Campinas, em São Paulo, de emprego novo, sem ter enviado ao menos um currículo. Continue lendo

Movimento de ‘Desconectados’ já nasceu? entrevista com Tom Rachman

Tom Rachman - Foto: Thais Caramico/AE

A ideia de que a rede traz conhecimento, melhora a produtividade e nos conecta ao mundo está perdendo força. Para o escritor inglês, os efeitos negativos da internet vão criar um movimento de desconectados.

[Thais Caramico, Estado SP, 29 jan 12] LONDRES – O escritor inglês Tom Rachman não é contra a tecnologia, mas acredita que há algo errado em como a utilizamos. “É como se a comida, essa maravilha, fosse descoberta agora. As pessoas, ansiosas, iam comer tudo o que vissem pela frente, até explodir. Isso é bom?”, indaga o autor do artigo Romantismo Offline, publicado no Link em setembro de 2011.

Rachman se anima ao falar que as reações anti-internet podem dar origem a um movimento. Ex-editor do International Herald Tribune, ele acredita que toda grande mudança social é correspondida por um efeito contrário. E antevê uma geração de “românticos offline”, que não apenas rejeitam as mudanças do mundo conectado, como fazem questão de alertar a sociedade sobre este mal.O encontro em Londres foi marcado por e-mail. Duas horas antes, Tom enviou uma mensagem de texto do celular para saber se a conversa estava de pé. Bom britânico – apesar de ter crescido no Canadá – chegou na hora e sabia qual chá ia tomar. Em um simpático café no bairro de Earl’s Court, zona oeste da cidade, foram dois bules de menta e cinquenta minutos de papo com o autor de Os Imperfeccionistas, seu livro de estreia – e já bestseller –, que chega ao Brasil neste mês pela Editora Record. Continue lendo

Cresce debate sobre aspectos nocivos de viver o tempo todo na internet

[Nelson de Sá, Folha SP, 27 jan 12] Há dois meses, falando a estudantes em Stanford, Mark Zuckerberg desabafou que, se voltasse no tempo para recomeçar o Facebook, ficaria em Boston, longe do Vale do Silício, dos fundos de “venture capital” e da “cultura de curto prazo”. Ele tem um problema: a abertura de capital do Facebook se aproxima e a rede social dá sinais de, nos EUA, ter batido no teto.

As visitas cresceram 10% de outubro de 2010 ao mesmo mês de 2011, segundo a comScore, contra 56% de aumento no ano anterior.

Já se fala em “saturação social”, como publicou o “New York Times”. Segundo depoimento de David Carr, repórter e colunista da área cultural do “NYT”, 2011 foi o primeiro ano em que ele viu sua produtividade cair por causa de seu consumo de mídia. E, para 2012, Carr diz estar diante da escolha entre cortar passeios de bicicleta ou “alguns desses hábitos digitais que estão me comendo vivo”.

Nas três primeiras semanas, nada. “Meu Twitter ainda está me comendo vivo, embora eu tenha tido certo sucesso em desligá-lo por um tempo”, diz ele à Folha. “Na maior parte do tempo, porém, é como ter um cão amigável que quer ser sempre acariciado, levado para passear. Em outras palavras, continua me deixando louco.”Já se fala em “saturação social”, como publicou o “New York Times”. Segundo depoimento de David Carr, repórter e colunista da área cultural do “NYT”, 2011 foi o primeiro ano em que ele viu sua produtividade cair por causa de seu consumo de mídia. E, para 2012, Carr diz estar diante da escolha entre cortar passeios de bicicleta ou “alguns desses hábitos digitais que estão me comendo vivo”. Continue lendo

Estudo sobre o uso da internet revela duas Europas

Relatório afirma que um em cada quatro cidadãos da União Europeia nunca esteve online e que a internet é mais usada nos países ricos do norte do que nas regiões sul e leste.

[DW, 21 dez 11] Um recente relatório da União Europeia (UE) constatou que 24% dos habitantes do bloco – mais de 100 milhões de pessoas – nunca esteve online.

O estudo, realizado pelo Eurostat, organismo estatístico da UE, entrevistou pessoas entre 16 e 74 anos e residentes no bloco de 27 países sobre o uso que elas fazem da internet.

“Para muitas pessoas, hoje parece difícil viver sem a internet”, afirmou o Eurostat em comunicado. “No entanto, uma parte da população da UE – embora decrescente, mas que não pode ser ignorada – nunca a utilizou.”

Os homens são mais propensos a usar a internet de forma regular, de acordo com a pesquisa. Três quartos (75%) dos europeus do sexo masculino afirmaram se conectar à rede de computadores uma vez por semana, comparados a 65% das mulheres. Continue lendo

Pornografia na web não é mais um império masculino

Consumo de conteúdos adultos cresce entre mulheres. Até as produções em vídeo ganham um novo gênero: o pornô feminino

[Paula Reverbel, Veja, 9 jul 11] Um dormitório da casa da família Balboa, em Recife, mantém sua porta fechada durante toda a noite. Lá dentro, sentada diante de um computador, uma pessoa conecta o fone de ouvido na máquina e atravessa a madrugada com os olhos grudados no monitor, assistindo a quantos vídeos aguentar, até ser vencida pelo sono. O restante da noite é gasto na troca de mensagens com contatos em redes sociais ou salas virtuais de bate-papo, à procura de mais filmes do gênero consagrado como “pornô”. É assim que a fotógrafa Tati, de 27 anos, gosta de gastar o tempo livre.

Ela faz parte de um número crescente de mulheres que apreciam pornografia na internet – e investem nisso tempo e dinheiro. Sim, a exemplo de games, computadores e futebol, esse também não é mais um território exclusivamente masculino. “O consumo de conteúdos pornográficos foi tradicionalmente comum entre homens. Porém, aos poucos, temos observado esse comportamento também entre mulheres”, diz Marco Scanavino, responsável pelo Ambulatório de Impulso Sexual Excessivo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. “A pornografia passou a fazer parte dos recursos válidos para buscar a satisfação sexual – uma busca que hoje é vista como um direito.” Continue lendo

Igreja e internet: uma relação de amor e ódio

[IHU, 26 jun 11] Entrevista especial com Moisés Sbardelotto.

Embora a Igreja tenha mantido uma relação de amor e ódio com os meios de comunicação e, em especial, com as mídias digitais, é inegável a vivência da fé em ambientes digitais nas últimas décadas. Em uma sociedade em midiatização, explica o jornalista, “o religioso já não pode ser explicado nem entendido sem se levar em conta o papel das mídias” porque elas “não são meros meios de transmissão de informação, nem apenas extensões dos seres humanos, mas sim o ambiente no qual a vida social se move”.

Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail, Moisés Sbardelotto enfatiza que a fé praticada nos ambientes digitais “aponta para uma mudança na experiência religiosa do fiel e da manifestação do religioso” e, portanto, que a religião tradicional está mudando. “Junto com o desenvolvimento de um novo meio, como a Internet, vai nascendo também um novo ser humano e, por conseguinte, um novo sagrado e uma nova religião”, constata.

Moisés Sbardelotto abordará o tema desta entrevista no IHU ideias da próxima quinta-feira, 30-06-2011, quando apresentará a dissertação de mestrado intitulada E o Verbo se fez bit: Uma análise de sites católicos brasileiros como ambiente para a experiência religiosa. O evento iniciará às 17h30min, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU.

Sbardelotto é mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, na linha de pesquisa Midiatização e Processos Sociais. Atualmente, é coordenador do Escritório da Fundação Ética Mundial no Brasil (Stiftung Weltethos), um programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, em São Leopoldo-RS. É bacharel em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.

Confira a entrevista. Continue lendo

A economia da criatividade ~ por Ladislau Dowbor

[Le Monde Diplo, 1 jun 11] Um produto hoje se torna viável e útil muito mais pelo conhecimento incorporado (pesquisa, design, comunicação etc., os chamados intangíveis) que pela matéria-prima e trabalho físico. Trata-se de um deslocamento-chave relativamente à economia dos bens materiais que predominaram no século passado.

O fator-chave de produção no século passado era a máquina. Hoje, é o conhecimento. Podemos chamar este, enquanto fator de produção, de capital cognitivo. O embate que hoje se trava no Brasil em torno da propriedade intelectual, ainda que se apresente sob a roupa simpática da necessidade de assegurar a remuneração do jovem que publica um livro ou do pobre músico privado do seu ganha-pão pela pirataria, envolve na realidade o controle do capital cognitivo. Nas palavras de Ignacy Sachs, no século passado a luta era por quem controlava as máquinas, os chamados meios de produção. Hoje, é por quem controla o acesso ao conhecimento. Estamos entrando a passos largos na sociedade do conhecimento, na economia criativa.

Como sempre, quando se trata de poderosos interesses, há uma profusão de enunciados empolados sobre ética, mas muito pouca compreensão, ou vontade de compreender, o que está em jogo. Este artigo busca trazer um pouco de explicitação dos mecanismos. Continue lendo

Internet é apontada como a causa de um em cada cinco divórcios nos EUA

A troca de mensagens nas redes sociais vira prova de traição nos tribunais americanos. Veja como alguns casais lidam com o ciúme no mundo virtual.

[Giovana Teles, Jornal Hoje, 14 jun 11] Números que impressionam: em São Paulo, uma agência de detetives investiga todo mês mais de 70 casos de adultério pela internet. A maioria é confirmada. Nos Estados Unidos, uma pesquisa mostrou que 20% dos processos de divórcio cita uma página de relacionamento como causa da crise.

Para muitos apaixonados não basta dizer “eu te amo”, baixinho, ao pé do ouvido. É preciso que o mundo todo saiba. E aí, a internet é o canal. A rede está cheia de tipos diferentes de casais.

Nayra e Júnior são os ciumentos de carteirinha. Por isso decidiram fazer um perfil único na internet. “Na verdade ela queria que eu excluísse o meu e queria ficar com o dela. Ah, nem pensar”, explica Luiz Carlos dos Santos Júnior, analista de RH. “O casamento juntou duas pessoas em uma só e o perfil também foi junto. Dois perfis em um só”, justifica Nayra Alves de Lima, auxiliar administrativa. Continue lendo