Arquivo da categoria: América Latina

80% das terras que estavam ociosas em Cuba estão produzindo

Cerca de 80% das terras estatais em Cuba que estavam ociosas até 2008 já estão em produção, segundo divulgou hoje o Ministério de Agricultura do país.

[ANSA, 6 jan 12] O diretor do Centro Nacional de Controle da Terra, Pedro Oliveira, da pasta de Agricultura, afirmou que já foram distribuídos 1.387.936 hectares, que estão sendo utilizados para cultivos agrícolas e atividade pecuária desde 2009.

No ano anterior, o governo autorizou a entrega de terras do Estado em usufruto para agricultores. O objetivo, recordou Oliveira, é estimular a produção nacional de alimentos, em queda nos últimos anos.

Há três anos, o Estado cubano paga US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 2,7 bilhões) em importações de produtos agrícolas e pecuários. Até então, 80% do que era consumido pelos cubanos tinha origem de outros países.

O processo de entrega de terras já beneficiou cerca de 170 mil agricultores.

Mais de meio milhão de haitianos vivem em campos de refugiados, diz Unicef

[Ansa, 9 jan 12] Mais de meio milhão de pessoas vivem hoje no Haiti como refugiadas e ocupam os cerca de 800 acampamentos montados nas regiões atingidas pelo terremoto de 12 de janeiro de 2010.

Segundo um informe publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) por ocasião do aniversário de dois anos da catástrofe, a maior parte das 4,3 milhões de crianças haitianas enfrenta dificuldades de sobrevivência, desenvolvimento e proteção.

Diante da situação, a agência da ONU lançou um apelo para levantar US$ 24 milhões (aproximadamente R$ 44 milhões) que serão usados em ações humanitárias ao longo de 2012, em apoio às crianças mais vulneráveis.

A verba será destinada a cinco programas nas áreas de saúde, nutrição, água e serviços higiênicos e sanitários.

O terremoto que atingiu o Haiti no início de 2010, de 7 graus na escala Richter, devastou 70% das construções da capital do país, Porto Príncipe, e causou a morte de cerca de 250 mil pessoas.

Secretário acriano confirma que refugiados do Haiti são vítimas de violência

[Marcos Chagas, Agência Brasil, 3 jan 11] Os haitianos que entram de forma ilegal diariamente no Brasil pelas fronteiras do Acre com a Bolívia e o Peru, além de apresentarem problemas de saúde decorrentes da longa viagem, chegam psicologicamente transtornados. O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, disse que durante o percurso até Brasileia (AC), onde ficam provisoriamente até que seja regularizada a permanência no país, os imigrantes são vítimas de violência, inclusive sexual, por bolivianos e peruanos, responsáveis pelo transporte ilegal.

Esse é um dos maiores problemas enfrentados pelo governo do Acre, incapaz de lidar com as dificuldades por que passam os 1.250 imigrantes (último registro oficial) que estão em Brasileia (AC). “Psicologicamente eles chegam o bagaço e nós não temos como fazer nada”, acrescentou o secretário acriano. Continue lendo

Traficantes de pessoas fomentam imigração ilegal no norte do Brasil

Além de haitianos, grupos de muçulmanos e afegãos já entraram no país pelo esquema dos ‘coiotes’

[Chico Otávio, O Globo, 3 jan 11] O governo brasileiro pediu ajuda à polícia peruana para enfrentar as quadrilhas dedicadas ao tráfico de pessoas na fronteira norte do país. O ministro interino da Justiça, Luiz Paulo Barreto, alertou que, além de haitianos, grupos menores de muçulmanos, incluindo afegãos, já entraram no Brasil pelo mesmo esquema, operado pelos “coiotes” mexicanos, conhecidos no país por introduzir ilegalmente brasileiros e outros imigrantes pela fronteira dos Estados Unidos.

Ao contrário dos haitianos, que estão recebendo vistos humanitários, o governo age com rigor contra o tráfico de muçulmanos. Nos últimos dias, cerca de 100 deles, entre paquistaneses, indonésios e afegãos, foram deportados. Luiz Paulo Barreto disse que, para tentar burlar a polícia de fronteira, eles alegaram que pretendiam trabalhar com o abate halal, obrigação imposta a frigoríficos brasileiros que exportam carne para países árabes.

– Os frigoríficos, de fato, chegaram a contratar trabalhadores especializados no abate halal, mas não os grupos que chegaram recentemente. Eles queriam apenas um pretexto para entrar – disse Barreto, que é representante do Ministério da Justiça no Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). Continue lendo

Venezuela é o país com mais adolescentes grávidas na América do Sul

[EFE/FolhaSP, 28 dez 11] A Venezuela é o país com mais adolescentes grávidas da América do Sul. Quase um de cada quatro partos é de uma menor de 19 anos, uma problemática que o governo de Hugo Chávez espera atacar com um plano assistencial sob críticas opositoras e de organismos especializados de falta de prevenção.

Dos 591.303 partos que houve em 2010, 130.888 foram de menores de 19 anos e 7.778 de mães menores de 15 anos, revelou o próprio Chávez, que qualificou de “alarmantes” os números.

Segundo o relatório Estado de População Mundial 2011 do Fundo de População das Nações Unidas, a Venezuela lidera a taxa de gravidezes precoces da América do Sul com uma taxa de 101 nascimentos por cada mil mulheres de 15 a 19 anos, à frente de Equador (100) e Colômbia (96), e só superada na América Central por Honduras (108) e Nicarágua (109). Continue lendo

“A Igreja costuma se distanciar de Jesus para que ele não incomode”. Entrevista com Jon Sobrino

Santo e senha da Teologia da Libertação, o jesuíta salvadorenho de origem basca Jon Sobrino continua sendo uma referência mundial aos que, na Igreja, buscam um Deus encarnado que opta pelos seus preferidos, os pobres. De passagem por Bilbao, ele diz que, “em conjunto, a Igreja costuma se distanciar de Jesus para não incomodar”. E também assegura que o “enoja e envergonha” a situação do mundo atual, porque “o primeiro mundo continua colocando o sentido da história na acumulação e no desfrute que a acumulação permite”. [Asteko Elkarrizketa, Jornal Gara, 19 dez 10/IHU 21 dez 2010] Eis a entrevista.

Contam-me – de brincadeira – que o senhor está cansado do mundo e também lhe ouvi dizer mais de uma vez que o senhor quer poder viver sem sentir vergonha do ser humano. Qual é a razão?

Às vezes, eu sinto vergonha. Por exemplo, interessamo-nos de verdade pelo Haiti? Obviamente, ele levantou interesse no começo e teve algumas respostas sérias. Mas passa um tempo e já não importa… Outro exemplo que contei outras vezes: em um jogo de futebol de equipes de elite jogando a Champions [League], calculei que, no campo, entre 22 jogadores, havia duas vezes o orçamento do Chade… Isso me enoja e me envergonha. Algo muito profundo tem que mudar neste mundo… Continue lendo

Cepal: América Latina teve avanços consistentes no combate à pobreza na última década

[Martha Beck, O Globo, 29 nov 11] A América Latina e o Caribe fizeram avanços consistentes no combate à pobreza e às desigualdades na última década, afirma o Panorama Social 2011, publicado nesta terça-feira pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal). Segundo o documento, nem mesmo a crise financeira mundial impediu a melhora dos indicadores.

Em 2009, o índice de pobreza na região ficou em 33%, incluindo 13,1% de pessoas em condições de pobreza extrema ou indigência. Em termos absolutos, essas cifras equivalem a 184 milhões de pobres, das quais 73 milhões são indigentes. Já em 2010, a pobreza voltou a cair, passando para 31,4%, enquanto a indigência atingiu 12,3% da população. Esse é o menor patamar dos últimos 20 anos.

“A partir das projeções de crescimento do PIB e das previsões da evolução da inflação em cada país, cabe esperar que em 2011 a taxa de pobreza se reduza levemente”, destaca o documento da Cepal. Continue lendo

Amazônia está longe de cumprir Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, mostra relatório

[Luana Lourenço*, Agência Brasil, 17 nov 11] Belém (PA) - Com 34 milhões de habitantes em nove países, a Amazônia tem indicadores sociais ainda distantes dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM). A avaliação considera indicadores de nove países que compartilham a floresta: o Brasil, a Bolívia, Colômbia, o Equador, Peru, a Venezuela, o Suriname, a Guiana e a Guiana Francesa e está no relatório A Amazônia e os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio.

A pesquisa foi organizada pela Articulação Regional Amazônica (ARA) e divulgada durante o encontro Cenários e Perspectivas da Pan-Amazônia, organizado pelo Fórum Amazônia Sustentável.

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio propõem metas para melhorar indicadores de pobreza, educação, saúde, desigualdade de gênero, mortalidade infantil e materna e de meio ambiente. Estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000, os ODM têm metas a serem cumpridas até 2015.

Desde a década de 1990, a Amazônia registrou melhoria na maioria dos indicadores, mas os avanços não foram significativos e ainda deixam os índices regionais abaixo das médias nacionais. Dos oito objetivos estabelecidos até 2015, apenas um já foi alcançado na parte amazônica de todos países analisados no estudo: a eliminação da desigualdade de escolaridade entre homens e mulheres. Continue lendo

Cidade do México estuda permitir casamentos renováveis a cada dois anos

A Assembleia Legislativa da Cidade do México vai discutir uma mudança no Código Civil para implantar contratos de casamento que possam ser renovados a cada dois anos, caso os cônjuges queiram continuar com o relacionamento.

[BBC Brasil, 29 set 11] A proposta, que deve ser discutida na Comissão de Administração da assembleia, visa reduzir o número de divórcios, garantir o sustento dos filhos e agilizar o processo administrativo no caso do fim do casamento.

O contrato de dois anos seria opcional e evitaria o excesso de trabalho no setor do Judiciário que cuida de divórcios.

O casal que optasse pelo contrato temporário poderia ver se o casamento funciona durante o período de dois anos. Continue lendo

Peru se declara livre do analfabetismo

[Renata Giraldi, Agência Brasil, 14 jun 11] A pouco mais de um mês de deixar o poder, o presidente do Peru, Alan García, avaliou que ontem (13) foi um dia “decisivo e histórico” para o país. García afirmou que o Peru “está livre” do analfabetismo. “Esta é uma etapa maravilhosa na justiça social”, afirmou. Segundo ele, nos últimos anos o número de peruanos alfabetizados chegou a 1,7 milhão, dos quais 70% são mulheres.

Porém, o presidente se disse preocupado porque cerca de 550 mil novos alfabetizados estão desempregados. De acordo com analistas políticos e econômicos, um dos principais desafios de Ollanta Humala, sucessor de García, é a falta de emprego no Peru e o elevado percentual de pobreza no país – aproximadamente 30% da população são considerados na faixa de pobreza. Continue lendo

Continente americano é o mais violento do mundo, diz relatório da OEA

[Estado SP, 7 jun 11] SAN SALVADOR – A Organização dos Estados Americanos (OEA) alertou na segunda-feira, 6, que o continente americano é a região mais violenta do mundo, com o registro de uma pessoa morta a cada quatro minutos, segundo um relatório apresentado pela Secretaria de Segurança Multidimensional do organismo.

“Desde que comecei a falar, aconteceu pelo menos um homicídio doloso e, quando eu acabar, terão ocorrido entre oito e dez”, lamentou o responsável desta secretaria, Adam Blackwell, que apresentou o relatório sobre segurança nas Américas no marco da 41ª Assembleia Geral que a OEA realiza até esta terça-feira em San Salvador.

A cada 4 minutos, uma pessoa é morta nas Américas

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América Latina continua sendo a região com mais desigualdades do mundo

[Karol Assunção, Adital, 13 mai 11] “Ao terminar 2010, América Latina seguia sendo a região com mais desigualdades do mundo”. Isso é o que afirma Anistia Internacional em seu “Informe Anual 2011 – o estado dos direitos humanos no mundo”. Além da desigualdade, o relatório ainda destaca outras violações ocorridas no continente americano ao longo do ano de 2010, como perseguição a defensores/as dos direitos humanos e violência contra mulheres e meninas.

A organização internacional reconhece alguns avanços em relação aos direitos humanos nas Américas. De acordo com ela, “mesmo que parciais e lentos”, a região conseguiu alguns progressos nessas questões. Destaque para o papel das comunidades e organizações sociais que estão cada vez mais denunciando tais violações e atuando em defesa das vítimas.

O relatório cita a realidade do Haiti como exemplo. No final de 2010, mais de um milhão de pessoas que tiveram suas casas destruídas pelo terremoto – ocorrido em janeiro no mesmo ano – continuavam vivendo em acampamentos provisórios. Situação que deixou mulheres e meninas ainda mais vulneráveis a abusos sexuais. Mesmo com a dor de ter perdido familiares e pertences no terremoto e ainda de ter sido vítima de violação sexual, as mulheres se uniram e formaram “A Comissão de Mulheres Vítimas pelas Vítimas” (Kofaviv), que oferece apoio médico, psicológico e econômico às sobreviventes de violência sexual nos acampamentos haitianos.

Entretanto, mesmo com a ação de organizações sociais, o documento aponta que é preciso a posição dos Estados em defesa dos direitos humanos. Participação que, segundo revela o informe de Anistia Internacional, nem sempre acontece. Continue lendo