Arquivo da categoria: Meio Ambiente

Rio Pinheiros insiste em viver apesar de tudo e todos

Sabe aqueles filmes de ação em que surgem inverossímeis heróis enfrentando uma centena de bandidos e, mesmo com tanta gente querendo matá-lo, no final sobrevive? Pois essa comparação pode ser feita com um herói paulistano chamado Rio Pinheiros. Ele insiste em se manter vivo apesar de tantos ataques mortais. Mas aí cabe uma diferença que seria capaz de derrubar qualquer mocinho de filme: as agressões contra o Pinheiros já duram mais de um século.

[Reinaldo Canto, Carta Capital, 5 fev 13] São muitos e muitos anos de incontáveis despejos de esgotos domésticos e industriais, descaso das autoridades, mas também das pessoas que não lhe tem nenhum respeito (com algumas exceções, como o Projeto Pomar). Transformaram suas águas, antes responsáveis pela vida, em capazes de matar. Aliás, nesse contexto vida e morte, creio ser interessante refletir sobre o destino de rios como o Pinheiros, e de tantos outros que passam por cidades e regiões metropolitanas densamente povoadas. Continue lendo

Estudo denuncia produção de soja e cana em terras dos Guarani-kaiowá

O Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis (CMA) da ONG Repórter Brasil lançou nesta quarta-feira, 24, o relatório “Em terras alheias – a produção de soja e cana em áreas Guarani no Mato Grosso do Sul”. Com base em dados de órgãos públicos e entrevistas in loco nas aldeias, o trabalho buscou mapear a incidência de produtores destas commodities em seis áreas no Estado: as Terras Indígenas (TIs) Jatayvary, Guyraroká, Takuara e Panambi-Lagoa Rica (já declaradas pela Funai), e as áreas Laranjeira Nhanderu e Guaiviry (em estudo pela Funai).

A divulgação do relatório acontece no momento em que os conflitos de terra entre indígenas e produtores rurais têm se acirrado no Mato Grosso do Sul. No período entre a realização das pesquisas, em julho deste ano, e sua divulgação, várias retomadas de terra pelos Guarani-kaiowá levaram a novos confrontos e reações extremadas por parte de fazendeiros, com ataques à bala a acampamentos e ameaças explícitas, como nos casos das áreas de Arroio Korá e Potrero Guasu, ambas em Paranhos. Continue lendo

As religiões diante das crises globais

Não há um segundo a perder nas emergências que já estão diante de nós. E é preciso que todas as instâncias – a religiosa incluída – estejam empenhadas em mudanças de paradigmas que nos levem a soluções verdadeiras.

[Washington Novaes, Estadão, 31 ago 12] Não há mais dia em que não estejam na comunicação notícias, análises, debates sobre as várias crises em que estamos mergulhados – da água, das mudanças climáticas, da desertificação, da perda da biodiversidade, do consumo excessivo no mundo, já além da capacidade de reposição do planeta -, agravadas pela perspectiva de que mais 2 bilhões de pessoas venham somar-se aos 7 bilhões de atuais viventes, 1 bilhão dos quais passa fome e mais de 2 bilhões vivem abaixo da linha da pobreza. Como sair desse quadro dramático, quando as únicas instituições universais de que dispomos – como a Organização das Nações Unidas (ONU) – se veem paralisadas diante da falta de consenso entre os países e as pessoas, que impede a tomada de decisões globais? Que fazer, se conflitos armados continuam a eclodir e podem ampliar-se? E que atitudes adotar diante de ameaças novas, como a da guerra cibernética? Continue lendo

Urbanização no Brasil deve chegar a 90% até 2020

Relatório da ONU-Habitat com foco em cidades latino-americanas revela dados sobre pressão urbana, meio ambiente e habitação. Números servem de base para elaboração de políticas públicas.

[DW, 21 ago 12] O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) apresentou nesta terça-feira (21/08) um relatório com informações sobre população e urbanização nas cidades latino-americanas. De acordo com o estudo, a taxa de urbanização no Brasil e nos países do Cone Sul chegará a 90% até 2020.

No relatório inédito, chamado Estado das Cidades da América Latina e Caribe, foram abordados tópicos como desenvolvimento econômico, habitação, espaços públicos, serviços básicos urbanos, meio ambiente e governança urbana. Continue lendo

ONU cria outra forma de medir riqueza; Brasil fica em 5ª posição

[Sabine Righetti, Folha SP, 18 jun 12] A ONU lançou no domingo (17) na Rio+20 uma nova forma para avaliar o desempenho econômico dos países. A diferença para os índices existentes, como PIB (Produto Interno Bruto) e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é que nesse os recursos naturais entram na conta.

A métrica, batizada de IRI (Índice de Riqueza Inclusiva), inclui, no cálculo do crescimento econômico dos países, recursos como áreas agrícolas, florestas, combustíveis fósseis e reservas minerais.

Eles compõem o indicador de recursos naturais, um dos quatro analisados pelo IRI (veja infográfico). Continue lendo

Terra leva um ano e meio para repor recursos consumidos anualmente, diz estudo

Os seres humanos consomem, a cada ano, um montante de recursos naturais 50% superior ao que a Terra pode produzir, de forma sustentável nesse mesmo período. Os dados são da ONG WWF.

[Richard Black, BBC Brasil, 15 mai 12] De acordo com um relatório “Living Planet”, divulgado nesta terça-feira, a Terra leva um ano e meio para repor todos os recursos que a população mundial consome a cada ano. Para muitos ambientalistas, a Rio+20, conferência internacional que será realizada no Brasil em junho, é uma oportunidade para os países aumentarem de forma urgente a proteção à natureza. Continue lendo

Energia eólica deve superar a gerada por usinas nucleares no mundo até 2020

O avanço do vento no mundo é irresistível. Limpa e barata, a eletricidade de origem eólica já equivale à produzida por 280 reatores e em breve passará à frente da energia nuclear no mundo.

[Gero Rueter, DW, 30 abr 12] A importância da energia eólica cresce rapidamente em todo o mundo. Na Espanha e na Dinamarca, o vento é a fonte de 20% da eletricidade. Na Alemanha, essa percentagem é de 10% e, segundo os prognósticos, até 2020, será de 20% a 25%.

Segundo a Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA, na sigla em inglês), no ano passado foram construídas novas centrais eólicas perfazendo 40 gigawatts (GW) de energia produzida. Com isso, o total da energia ambientalmente correta em todo o mundo chegou a 237 GW no final de 2011, o equivalente ao desempenho de 280 reatores termonucleares. Continue lendo

Indígenas desafiam fronteiras e se unem contra grandes obras na América Latina

Desafiando as fronteiras nacionais, indígenas de países latino-americanos estão se articulando de forma inédita na oposição a obras que afetam seus territórios e a políticas transnacionais de integração.

[João Fellet, BBC Brasil, 23 abr 2012] Com o auxílio de tecnologias modernas e de conexões históricas, índios de diferentes grupos têm buscado unificar posições em organizações internacionais como ONU e a OEA (Organização dos Estados Americanos). Experiências bem-sucedidas por toda a América Latina em disputas com governos e empresas também vêm sendo compartilhadas.

Índios sem fronteiras

“Estamos mapeando todas as conquistas dos nossos parentes (povos indígenas) no continente para aproveitarmos as experiências deles aqui no Brasil”, afirma Marcos Apurinã, coordenador-geral da Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira). Continue lendo

Mapa com os pontos de tensão para os povos indígenas na América Latina

Há, atualmente, centenas de conflitos em curso na América Latina que opõem povos indígenas a empresas, políticos e governos locais.

[BBC Brasil, 23 abr 12]Para especialistas, esses confrontos têm ganhado força à medida que pouca ou quase nenhuma garantia é oferecida a essas comunidades de que seus direitos e territórios serão preservados face à expansão urbana. Muitos deles envolvem a construção de obras de infraestrutura e a exploração de recursos naturais.

Confira alguns desses conflitos ainda em andamento na região: Continue lendo

Faixa que engloba oito países vira foco de crise de fome na África

Uma faixa de território conhecida como Sahel, que se estende por quase uma dezena de países abaixo do deserto do Saara, se tornou foco potencial de uma das mais graves crises de fome da atualidade, segundo a ONU, com o agravante de instabilidade política na região.

[BBC Brasil, 11 abr 12] O Sahel, que vai do oeste ao leste da África, passando por partes de países como Mali, Senegal, Níger, Chade, Mauritânia, Burkina Fasso, Gâmbia e Camarões, está vivendo os efeitos de uma temporada de chuvas especialmente fraca e irregular, que atrapalhou as colheitas e a alimentação do gado e fez subir o preço dos alimentos, informou o Programa Mundial de Alimentos (WFP), da ONU.

“Isso é uma receita para o desastre numa parte do mundo em que a maioria das pessoas vive do que consegue plantar”, disse o WFP, estimando que de 10 milhões a 15 milhões de pessoas (a soma das populações das cidades de São Paulo, Recife e Brasília, segundo números do IBGE) possam ser afetadas pela falta aguda de alimentos. Continue lendo

Mundo precisa de agricultura inteligente para conseguir alimentar população, diz relatório

Relatório divulgado pela Comissão de Agricultura Sustentável e Mudança Climática, formada por cientistas de diferentes países, afirma que são necessárias grandes mudanças na agricultura e no consumo de alimentos no mundo todo para que gerações futuras consigam se alimentar.

[Richard Black, BBC Brasil, 29 mar 2012] A Comissão de Agricultura Sustentável e Mudança Climática passou mais de um ano avaliando dados enviados por cientistas e responsáveis pela elaboração de políticas alimentares.

De acordo com o documento publicado pela comissão, o setor agrícola precisa intensificar a sustentabilidade, diminuir o desperdício e reduzir as emissões de gases de efeito estufa das fazendas. Continue lendo

Temperatura entre bairros de SP varia até 14°C

Pesquisa inédita da Unesp, em colaboração com a Nasa, mostra que falta de árvores e ilhas de calor aumentam diferença climática.

[Artur Rodrigues, Estadão, 26 mar 12] Enquanto o Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo, ferve a mais de 30°C, os moradores da Serra da Cantareira, extremo norte, podem desfrutar um clima abaixo dos 20°C. Uma pesquisa inédita da Universidade Estadual Paulista (Unesp), realizada com a colaboração do laboratório Goddard da Nasa (agência espacial americana), mostra que a capital paulista já pode ter diferença de temperatura de até 14°C no mesmo instante.

A geógrafa Magda Lombardo, autora da pesquisa e supervisora do Centro de Análise e Planejamento Ambiental (Ceapla) da Unesp de Rio Claro, diz que se trata de um sintoma causado pela escassez de árvores e pelo excesso de área construída na cidade, fatores responsáveis pelo surgimento das chamadas ilhas de calor. Partes do centro da cidade e a zona leste são as mais afetadas pelo problema, encontrado também em outras metrópoles do mundo. Continue lendo