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Trânsito causou mais de 40 mil mortes no País em 2010, diz Ministério da Saúde

[Marcela Bourroul Gonsalves, Estadão, 4 nov 11] Dados do Ministério da Saúde divulgados nesta sexta-feira, 4, apontam que 40.610 pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil em 2010, quase 7,5% acima do registrado em 2009. De acordo com o levantamento, 25% das vítimas estavam envolvidas em ocorrências com motocicletas. De 2002 a 2010, a quantidade de óbitos em acidentes com motos quase triplicou no País, saltando de 3.744 para 10.143 mortes.

“Os números revelam que o País vive uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito”, alertou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo ele, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o Brasil ocupa o quinto lugar em ocorrências como essas, atrás apenas da Índia, China, Estados Unidos e Rússia.

Para o ministro, a decisão do Supremo Tribunal Federal de considerar que dirigir bêbado, mesmo sem causar acidente, é crime, pode contribuir para a melhora dessas estatísticas no trânsito.

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Terremoto é desastre natural que mais mata, diz estudo

Para cada pessoa morta em um terremoto, outras três ficam feridas, afirma estudo

[BBC Brasil, 4 nov 11] Um estudo feito por pesquisadores americanos concluiu que os terremotos têm mais impacto na saúde humana que outros desastres naturais, como enchentes e furacões.

Mais de um milhão de tremores de intensidades diversas são registrados por ano no mundo, afirma a pesquisa, publicada nesta sexta-feira na revista científica britânica Lancet.

Além das mortes imediatas, as vítimas dos tremores incluem indivíduos seriamente feridos – especialmente crianças – que não podem receber tratamento por causa da destruição da infraestrutura.

No terremoto do Haiti, por exemplo, 53% dos pacientes tratados após o tremor nas proximidades de Porto Príncipe tinham menos de 20 anos de idade. Cerca de 25% tinham menos de cinco anos. Continue lendo

Índice de suicídios no Brasil é problema de saúde pública, diz especialista

No Brasil, 25 pessoas se matam por dia, fazendo do país o 11º colocado no ranking mundial de suicídios, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.

As informações foram divulgadas pelo psiquiatra Neury José Botega, professor da Unicamp, durante a 28ª edição do Congresso Brasileiro de Psiquiatria, que escolheu a prevenção do suicídio como um dos temas principais. O encontro, em Fortaleza, vai até sábado (30).

“A questão do suicídio é realmente um problema de saúde pública porque temos um alto índice de pessoas que estão passando por muito sofrimento e que poderiam ter sido ajudadas caso não tivessem se matado”, afirmou à Folha.

Segundo ele, os dados de suicídio podem ser ainda maiores do que os divulgados oficialmente, já que não é raro que muitos casos acabem recebendo outra caracterização na certidão de óbito: “O medo de não receber o dinheiro do seguro pode fazer com que muitas famílias pressionem os médicos a atestar falência múltipla dos órgãos em vez de suicídio”.

Botega afirma que o aumento dos casos de depressão e de consumo de álcool e drogas são sinais preocupantes e que podem justificar o aumento dos índices de suicídio, principalmente entre adultos jovens: “São pessoas entre os 25 e os 40 anos que estão numa fase produtiva da vida. A competitividade e a solidão nas grandes cidades são alguns dos pacotes de alta tensão social que favorecem a uma sensação de desamparo e aumentam as formas alternativas de sentir prazer, como recorrer às drogas e ao álcool.”

Segundo ele, os sinais de que alguém está cogitando tirar a própria vida não podem ser ignorados: “Aqui não vale a máxima do ‘cão que ladra não morde’. Muitas vezes a pessoa dá sinais, fala até mesmo vagamente em se matar, mas acaba não sendo levada a sério”.

ESTRATÉGIA
O psiquiatra apresentou no congresso dados de uma pesquisa internacional realizada pela OMS de que ele participou, comparando estratégias de prevenção ao suicídio.

Ao todo, foram analisadas 1.867 pessoas que tentaram o suicídio em cinco cidades do mundo. Após terem alta do hospital, metade delas recebeu o tratamento usual –mero encaminhamento a um serviço de saúde– e a outra metade teve um acompanhamento intensivo, com entrevistas motivacionais e contatos telefônicos periódicos por 18 meses.

Ao final do experimento, apenas 0,2% das pessoas que receberam acompanhamento intensivo chegaram a praticar o suicídio, taxa dez vezes menor do que no grupo que recebeu o tratamento usual.

“O contato telefônico periódico criava uma rede de apoio e ajudava a pessoa que já tinha tentado se matar a ressignificar o que havia acontecido na vida dela”, diz.

Fonte: Folha SP, 29 out 2010

OMS: mais de 1,8 milhão de jovens morrem todos os anos por causas preveníveis

A cifra é alta e assusta: a cada ano, mais de 1,8 milhão de jovens entre 15 e 24 anos morrem em todo o mundo por causas que poderiam ser prevenidas. Isso é o que afirma o Relatório Mundial de Saúde 2010, publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Gravidez precoce, HIV, tabaco, álcool e violência são alguns dos problemas destacados no informe.

A preocupação com a saúde desse público não é por acaso. De acordo com informações do relatório, apesar de a maioria dos jovens estar em boas condições de saúde, muitos sofrem com doenças que prejudicam o crescimento e o desenvolvimento pleno.

Além disso, muitas ações que são iniciadas na juventude podem prejudicar a pessoa na vida adulta, como o consumo de álcool e tabaco. “Quase dois terços das mortes prematuras e um terço da carga total de morbidade em adultos associam-se a enfermidades ou comportamentos que começaram em sua juventude, entre elas o consumo de tabaco, a falta de atividade física, as relações sexuais sem proteção e a exposição à violência”, destaca o resumo do documento.

O número de casos de infecção por HIV, por exemplo, é crescente entre os jovens. Segundo a OMS, 40% dos novos casos de HIV registrados entre adultos em 2008 foram de pessoas entre 15 e 24 anos. Acredita-se que há, em todo o mundo, mais de 5,7 milhões de jovens afetados pelo HIV/Aids. “Na atualidade, entre os jovens, só 30% dos homens e 19% das mulheres têm conhecimentos amplos e corretos para proteger-se contra o vírus”, aponta.

As drogas consideradas lícitas em muitos países, como álcool e tabaco, também são causas de problemas de saúde entre a população jovem. A OMS estima que cerca de 150 milhões de jovens consumam tabaco, número que vem aumentado em nível global, principalmente entre as mulheres.

O uso do álcool também é destaque no relatório, o qual aponta que o consumo excessivo da bebida “reduz o autocontrole e aumenta as condutas de risco”. De acordo com o documento, o uso abusivo do álcool é uma das causas principais de acidentes de trânsito e de violências, situações que tiram a vida de milhares de jovens todos os anos.

Prova disso são os números revelados pela OMS. Segundo o informe deste ano, a cada dia, aproximadamente 565 pessoas de 10 a 29 anos morrem por conta da violência interpessoal. Número não muito distante das mortes no trânsito. “Estima-se que os traumatismos causados pelo trânsito provoquem a morte de uns mil jovens a cada dia”, apresenta.

Outro ponto que preocupa a Organização Mundial da Saúde é a saúde mental. Conforme o relatório, em um ano, aproximadamente 20% dos adolescentes sofrem problemas desse tipo, como depressão ou ansiedade, que podem aumentar quando passam por experiências de violência, humilhação e pobreza.

A gravidez precoce também não é deixada de lado pela OMS no documento. De acordo com ele, a cada ano, pelo menos 16 milhões de meninas entre 15 e 19 anos tornam-se mães, o que representa aproximadamente 11% dos nascimentos registrados em todo o mundo.

“A grande maioria desses nascimentos são produzidos em países em desenvolvimento. O risco de morrer por causas relacionadas com a gravidez é muito maior nas adolescentes que nas mulheres adultas. Quanto mais jovem a adolescente, maior é o risco”, comenta.

O relatório completo ainda não está disponível para consulta online, mas o resumo já pode ser lido em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs345/es/index.html

Fonte: Adital, 19 ago 2010

Brasil é antepenúltimo em ranking de qualidade de morte

flowers in the snow

O Brasil ficou em antepenúltimo lugar em um ranking de qualidade de morte realizado pela consultoria Economist Intelligence Unit na Grã-Bretanha.

Entre os 40 países analisados na pesquisa, o Brasil ficou na 38ª posição. Os outros países que formam os Bric, Índia (40ª), China (37ª) e Rússia (35ª), também ficaram atrás no ranking.

A Grã-Bretanha ficou em primeiro lugar, seguida da Austrália e Nova Zelândia. Segundo o documento, A Grã-Bretanha “é líder global em termos de rede hospitalar e provisão de cuidados a pessoas no fim da vida”.

Outros países desenvolvidos, no entanto, tiveram desempenhos ruins no ranking, como Dinamarca (22ª), Itália (24ª) e Finlândia (28ª).

“Muita gente, mesmo em países que tem sistemas de saúde excelentes, sofrem com mortes de baixa qualidade, mesmo quando a morte vem naturalmente”, disse a pesquisa.

Em muitos casos, segundo a Economist Intelligence Unit, isso ocorre porque a qualidade e a disponibilidade do tratamento paliativo antes da morte são baixas, e há deficiências na coordenação entre diferentes órgãos e departamentos para políticas sobre como lidar com a morte.

A pesquisa analisou indicadores quantitativos – como taxas de expectativa de vida e de porcentagem do PIB gasta em saúde – e qualitativos – baseados na avaliação individual de cada país em quesitos como conscientização pública sobre serviços e tratamentos disponíveis a pessoas no fim de suas vidas e disponibilidade de remédios e de paliativos.

De acordo com a Aliança Mundial de Cuidado Paliativo, mais de 100 milhões de pacientes e familiares precisam de acesso a tratamentos paliativos anualmente, mas apenas 8% os recebem.

Soluções

A pesquisa, encomendada pela Fundação Lien, uma organização não-governamental de Cingapura, aponta sugestões práticas que podem melhorar a qualidade da morte, como melhorar a disponibilização de medicamentos analgésicos.

“O controle da dor é o ponto de partida de todo o tratamento paliativo e a disponibilidade de opiáceos (morfina e equivalentes) é fundamental para o cuidado no fim da vida”, diz o relatório.

“Mas, no mundo, estima-se que cinco bilhões de pessoas não tenham acesso a opiáceos, principalmente por causa de preocupações sobre uso ilícito de drogas e tráfico.”

A organização disse também que combater as percepções sobre a morte e os tabus culturais é crucial para melhorar o cuidado paliativo.

“Em sociedades ocidentais, procedimentos curativos são frequentemente priorizados em detrimento do cuidado paliativo. Nos Estados Unidos, discussões sobre os cuidados no fim da vida muitas vezes inflamam o sentimento religioso que considera a manutenção da vida como um objetivo supremo. A questão é complicada ainda mais pela percepção de que ‘cuidado hospitalar’ acaba sendo associado a ‘desistir de viver'”.

Segundo a pesquisa, no entanto, um aumento na disponibilidade de tratamento paliativo – principalmente realizado em casa ou pela comunidade – reduz gastos em saúde associados a internação em hospitais e tratamentos de emergência.

Fonte: BBC Brasil, 14 jul 2010

Autópsia indica que Alexander McQueen se enforcou

BBC Brasil, 17 fev 2010

A polícia britânica afirmou nesta quarta-feira que o estilista britânico Alexander McQueen morreu em decorrência de enforcamento e que sua morte foi suicídio. As afirmações foram feitas após a conclusão da autópsia do estilista de 40 anos, encontrado morto em sua casa semana passada, na zona oeste de Londres, às vésperas do enterro da mãe.

Segundo o detetive Paul Armstrong, o corpo foi achado pela irmã da vítima, Janet McQueen. Uma carta escrita por McQueen foi encontrada no local, afirmou Armstrong, que não deu detalhes do conteúdo da nota. De acordo com o detetive, não há circunstâncias suspeitas no caso.

McQueen morreu dias antes do início da Semana de Moda de Londres, que começa no próximo dia 19.

Em uma mensagem em sua página no Twitter, datada de 3 de fevereiro, McQueen havia comunicado aos seus seguidores que sua mãe havia falecido. Dias depois, enviou novo texto contando que estava passando por uma “semana terrível”, mas que os amigos eram “ótimos” e que ele estava conseguindo se recuperar.

Gênio moderno

Filho de um motorista de táxi, McQueen cresceu na zona leste de Londres, em uma das áreas mais pobres da capital britânica. Caçula de seis irmãos, o estilista abandonou a escola aos 16 anos para virar aprendiz em uma grife britânica.

Sua carreira deslanchou em 1992, quando uma coleção sua foi comprada por 5 mil libras pela estilista Isabella Blow, que se tornaria sua mentora e grande incentivadora.

Há três anos, Isabella, que se tornou também uma das amigas mais próximas de McQueen, cometeu suicídio em sua casa de campo no condado de Gloucestershire.

Em 1996, McQueen, que ficou conhecido como “o hooligan da moda inglesa”, foi nomeado o principal estilista da famosa casa de alta costura francesa Givenchy. Nesse mesmo ano, seria eleito pela primeira vez como o estilista britânico do ano.

A editora da revista Vogue britânica classificou McQueen como um “gênio dos tempos modernos”.

“Lee McQueen influenciou uma geração inteira de designers. Sua imaginação brilhante não conhecia limites enquanto ele produzia coleção após coleção de designs extraordinários”, completou.

Japão quer reduzir alta taxa de suicídios em meio à crise econômica

Por Maribel Izcue (EFE) Tóquio, 27 jan

O número de suicídios no Japão aumentou novamente em 2009 para mais de 32 mil casos, o que levou o Governo a empreender uma campanha para impedir aqueles que queiram se suicidar em meio à crise econômica.

Em doze anos, a segunda economia do mundo registrou uma assustadora taxa média de mais de 30 mil suicídios por ano, o que representa 2,5 mil por mês ou mais de 80 por dia.

Em 2009, o número seguiu a tendência de alta de anos anteriores: 32.753 japoneses acabaram com suas vidas, entre eles 23.406 homens e 9.347 mulheres, informou hoje a Agência Nacional de Polícia.

Para a maioria dos japoneses, o suicídio não ajuda nenhum estigma social e inclusive pode estar semeado de certo romantismo trágico. Em uma ética fortemente influenciada pelo budismo, muitos veem a morte como uma passagem para outra vida.

Em qualquer caso, o aumento dos suicídios acompanhou o enfraquecimento da economia japonesa.

A primeira vez em que o número de suicídios em apenas um mês superou os 3 mil foi em outubro de 2008, logo após a falência do gigante investidor americano Lehman Brothers, que abalou os alicerces financeiros do Japão.

A partir daí os suicídios seguiram uma tendência de alta até setembro passado, quando caíram ligeiramente, coincidindo com a primeira mudança de Governo no Japão nos últimos 54 anos, após a arrasadora vitória eleitoral do Partido Democrático (PD).

Com números que situam o Japão, de 127 milhões de habitantes, entre os países com as maiores taxas de suicídios do mundo, o Governo decidiu tomar medidas para dissuadir suicidas, indicou hoje à Agência Efe um porta-voz do Escritório do Gabinete.

A administração nacional planeja, entre outras coisas, colocar cartazes em defesa da vida em lugares “estratégicos” como caixas eletrônicos – destinados a quem atravessa dificuldades econômicas e pretende sacar suas últimas economias – ou nos escritórios de desemprego, onde também haverá psicólogos.

Estas e outras medidas serão realizadas em campanhas na imprensa sob lemas que encorajem os cidadãos a se preocuparem pelos demais.

Em Tóquio e outras regiões adjacentes, uma das formas mais comuns de suicídio é se jogar nos trilhos do metrô: segundo dados divulgados nesta semana, em 2008 mais de 35,3 mil trens tiveram que atrasar o funcionamento por tentativas de suicídio.

Isso ocorre mesmo após a colocação de barreiras entre as vias do metrô e as plataformas em várias estações. Além disso, foram instalados botões de emergência nas plataformas de estação para que, se alguém percebe um suicida se jogar na via, os pressione imediatamente para deter a passagem dos trens.

Paralelamente surgiram outras iniciativas contra o suicídio: alguns templos budistas oferecem linhas telefônicas para que as pessoas possam desabafar. Também surgiram grupos como “Reunião de redes para a vida”, que reúne instituições e empresas privadas.

Essa associação atua em Yamanashi, uma província próxima a Tóquio e local da chamada “floresta dos suicídios”, conhecida porque alguns adentram ali para não mais voltar. Só em 2008, 358 pessoas se suicidaram nesse bosque.

Por isso, há meses o grupo organiza eventos para formar voluntários capazes de dissuadir os suicidas, com conferências sobre relações pessoais e o tratamento que devem oferecer a pessoas com graves problemas psicológicos.

Esses voluntários distribuem folhetos em alojamentos, quiosques e estações nos quais detalham como identificar e tratar um suicida potencial, com alguns conselhos básicos: ouvir com tranquilidade, manter-se sereno e buscar ajuda de fora para ser dissuadido de suas intenções.