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Pai e monge acusados de matar menina de 13 anos durante ‘exorcismo’ no Japão

[BBC Brasil, 28 set 11] Um monge e o pai de uma menina de 13 anos foram presos no Japão, acusados de matá-la durante um ritual de exorcismo, segundo a mídia local.

Kazuaki Kinoshita, monge do grupo religioso Nakayama-shingo-shoshu, derivado de uma seita budista, e Atsushi Maishigi, de 50 anos, teriam amarrado a menina Tomomi em uma cadeira e jogado água sobre ela de uma altura de 2,5 metros, em uma prática batizada de “ablução por cachoeira”.

Segundo o jornal Yomiuri Shimbun, o pai de Tomomi disse à polícia: “Minha filha estava possuída, então realizamos um ritual nela para exorcizar os demônios e para que ela ficasse bem”.

“Mas ela resistiu e se tornou violenta, então tivemos de amarrá-la a uma cadeira.”

Problemas mentais

A menina sofreria de problemas mentais e físicos desde o fim do ensino fundamental e já teria sido exposta à prática mais de cem vezes desde março, pouco antes de ela deixar de frequentar a escola, segundo relatos da mídia japonesa.

Na noite de terça-feira, a menina teria ficado embaixo do jato d’água por cinco minutos, antes de desmaiar. Uma ambulância foi chamada ao local e a menina foi levada a um hospital, onde foi declarada morta por asfixia.

Os dois acusados negam as alegações.

“Nossas ações buscavam exorcizar os espíritos do mal e não eram abuso físico”, eles teriam dito à polícia, segundo o jornal Mainichi Daily News.

Metade da população de cidade japonesa arrasada por tsunami está desaparecida

[Da Agência Lusa] Brasília – Cerca de 9,5 mil pessoas, metade da população da localidade de Minamisanriku, na província de Miyagi, continuam desaparecidas na sequência do violento terremoto e do tsunami que se seguiu ocorridos sexta-feira (11) no Japão, segundo informaram as autoridades do país. Minamisanriku tem 17 mil habitantes.

As equipes de socorro, que já resgataram 3 mil moradores, procuram sobreviventes em casas destruídas, águas lamacentas e incêndios provocados pelo sismo de 8,8 graus na escala Richter e pelo consequente tsunami que varreu bairros inteiros ao longo da costa nordeste japonesa.

A cadeia de televisão pública NHK anunciou que 900 pessoas morreram e mais de 700 estão desaparecidas, números que devem aumentar à medida que os trabalhos de resgate avançam.

Além do desastre ter afetado estradas de ferro, rodovias e o transporte marítimo, mais de 23 mil pessoas ficaram bloqueadas no aeroporto de Tóquio. Cerca de 6 milhões de casas, mais de 10% das habitações do país, ficaram sem eletricidade.

Japão quer reduzir alta taxa de suicídios em meio à crise econômica

Por Maribel Izcue (EFE) Tóquio, 27 jan

O número de suicídios no Japão aumentou novamente em 2009 para mais de 32 mil casos, o que levou o Governo a empreender uma campanha para impedir aqueles que queiram se suicidar em meio à crise econômica.

Em doze anos, a segunda economia do mundo registrou uma assustadora taxa média de mais de 30 mil suicídios por ano, o que representa 2,5 mil por mês ou mais de 80 por dia.

Em 2009, o número seguiu a tendência de alta de anos anteriores: 32.753 japoneses acabaram com suas vidas, entre eles 23.406 homens e 9.347 mulheres, informou hoje a Agência Nacional de Polícia.

Para a maioria dos japoneses, o suicídio não ajuda nenhum estigma social e inclusive pode estar semeado de certo romantismo trágico. Em uma ética fortemente influenciada pelo budismo, muitos veem a morte como uma passagem para outra vida.

Em qualquer caso, o aumento dos suicídios acompanhou o enfraquecimento da economia japonesa.

A primeira vez em que o número de suicídios em apenas um mês superou os 3 mil foi em outubro de 2008, logo após a falência do gigante investidor americano Lehman Brothers, que abalou os alicerces financeiros do Japão.

A partir daí os suicídios seguiram uma tendência de alta até setembro passado, quando caíram ligeiramente, coincidindo com a primeira mudança de Governo no Japão nos últimos 54 anos, após a arrasadora vitória eleitoral do Partido Democrático (PD).

Com números que situam o Japão, de 127 milhões de habitantes, entre os países com as maiores taxas de suicídios do mundo, o Governo decidiu tomar medidas para dissuadir suicidas, indicou hoje à Agência Efe um porta-voz do Escritório do Gabinete.

A administração nacional planeja, entre outras coisas, colocar cartazes em defesa da vida em lugares “estratégicos” como caixas eletrônicos – destinados a quem atravessa dificuldades econômicas e pretende sacar suas últimas economias – ou nos escritórios de desemprego, onde também haverá psicólogos.

Estas e outras medidas serão realizadas em campanhas na imprensa sob lemas que encorajem os cidadãos a se preocuparem pelos demais.

Em Tóquio e outras regiões adjacentes, uma das formas mais comuns de suicídio é se jogar nos trilhos do metrô: segundo dados divulgados nesta semana, em 2008 mais de 35,3 mil trens tiveram que atrasar o funcionamento por tentativas de suicídio.

Isso ocorre mesmo após a colocação de barreiras entre as vias do metrô e as plataformas em várias estações. Além disso, foram instalados botões de emergência nas plataformas de estação para que, se alguém percebe um suicida se jogar na via, os pressione imediatamente para deter a passagem dos trens.

Paralelamente surgiram outras iniciativas contra o suicídio: alguns templos budistas oferecem linhas telefônicas para que as pessoas possam desabafar. Também surgiram grupos como “Reunião de redes para a vida”, que reúne instituições e empresas privadas.

Essa associação atua em Yamanashi, uma província próxima a Tóquio e local da chamada “floresta dos suicídios”, conhecida porque alguns adentram ali para não mais voltar. Só em 2008, 358 pessoas se suicidaram nesse bosque.

Por isso, há meses o grupo organiza eventos para formar voluntários capazes de dissuadir os suicidas, com conferências sobre relações pessoais e o tratamento que devem oferecer a pessoas com graves problemas psicológicos.

Esses voluntários distribuem folhetos em alojamentos, quiosques e estações nos quais detalham como identificar e tratar um suicida potencial, com alguns conselhos básicos: ouvir com tranquilidade, manter-se sereno e buscar ajuda de fora para ser dissuadido de suas intenções.