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O urbanismo contra-ataca ~ Enrique Peñalosa

‘Uma cidade se expressa, vibra, vive. E só é feita com gente na rua’, diz ex-prefeito de Bogotá.

Notícias de uma guerra “não declarada”: mais de 200 mortos, entre civis (com ou sem ficha criminal) e policiais militares desde o início de outubro. Mas nem adianta passar a régua, pois a conta não fecha aí. Na madrugada seguinte, mais um punhado de gente cai na vala comum das páginas da metrópole e vira estatística. De um lado, o “salve geral” disparado pelo Primeiro Comando da Capital em agosto. De outro, a tropa do governo. No fogo cruzado, a cidade.

[Juliana Sayuri, Estado SP, 18 nov 12] Difícil dizer que se trata de um confronto “velado” entre PM e PCC. Nessa semana, observadores da imprensa internacional miraram São Paulo como uma “cidade sangrenta”. Foram reportagens no Clarín, El País, Le Monde, The Economist, The Guardian, The Wall Street Journal. Até a Al Jazeera reportou a onda de violência paulistana, ao passo que The New York Times questionou a garantia de segurança no Brasil durante o mundial de 2014, um provocativo “imagine na Copa…” para gringo ler. Continue lendo

Não sou contra negociar com o crime organizado, diz sociólogo

Em situações emergenciais, quando as mortes se acumulam numa guerra sem fim, é preciso negociar com o crime. Loucura? O sociólogo Claudio Beato, 56, um dos maiores especialistas em segurança no país, diz que não.

[Mario Cezar Carvalho, Folha SP, 19 nov 12] Ele cita o levante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em 2006, no qual houve aparentemente um acordo com o governo, como contraexemplo. “Se houve acordo, por que não fazer isso de forma transparente?”

Os exemplos bem-sucedidos de negociações com criminosos, segundo ele, vão dos EUA a El Salvador, onde a igreja intermediou acordos. No Brasil, a polícia faz acordos informais com o crime, de acordo com ele, que deveriam ser institucionais.

Para Beato, ligado ao PSDB de Minas, a falta de transparência só aumenta a sensação de insegurança, como diz nesta entrevista. Continue lendo

Más condições de vida favorecem o surgimento de transtornos mentais na população, aponta pesquisadora

[Daniel Mello, Agência Brasil, 18 mar 12] A violência urbana e a falta de qualidade de vida favorecem o desenvolvimento de transtornos mentais na população, segundo a coordenadora do Núcleo Epidemiológico da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Laura Helena Andrade. Para a pesquisadora, esses fatores são responsáveis pela prevalência de problemas como a ansiedade, depressão e uso de drogas em cerca de 30% dos paulistanos. O dado faz parte de uma pesquisa feita em consórcio com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Universidade de Harvard, publicada no mês passado.

O estudo conseguiu identificar grupos mais vulneráveis a esses transtornos, como os migrantes que moram nas regiões pobres da cidade. Continue lendo

Mapa da Violência 2012 ~ Instituto Sangari

Desde 1998, ano de divulgação do primeiro, já foram elaborados uma dúzia de mapas da violência, praticamente um por ano. A metade deles, agrupados sob o subtítulo genérico Os jovens do Brasil, abordou as especificidades e a evolução da mortalidade violenta de nossa juventude, principal vítima desse drama brasileiro. Nesses trabalhos, a categoria de mortalidade violenta incluía não só os homicídios, mas também diversas outras violências letais, como suicídios e mortes em acidentes de transporte.

Outros mapas centraram suas baterias em temas mais específicos e delimitados. Dois deles trabalhando o panorama da violência nos municípios brasileiros. Outro tentou pesquisar os fatores determinantes das quedas sistemáticas da violência no estado de São Paulo. Outro ainda trabalhou uma perspectiva mais ampla, tomando como arcabouço a violência na América Latina e no mundo. Também tentamos elaborar, em mais um estudo, uma anatomia dos homicídios no Brasil.

Esse breve exame temporal nos leva, de forma quase inevitável, a nos perguntar: o que mudou nesse ínterim, desde a época da elaboração de nossos primeiros mapas, em fins do século passado, até nossos dias? Continue lendo

Brasil tem 14 cidades entre mais violentas do mundo, diz ONG

[FolhaSP, 13 jan 12] O Brasil possui maior número de cidades entre as mais violentas do mundo, de acordo com estudo da ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal. A lista da organização mostra que 14 cidades das 50 relacionadas são brasileiras.

Maceió (AL) aparece no terceiro lugar do ranking, com uma taxa de 136 homicídios por 100 mil habitantes. As outras cidades presentes na pesquisa são Belém (78), Vitória (67), Salvador (56), Manaus (51), São Luís (50), João Pessoa (48), Cuiabá (48), Recife (48), Macapá (45), Fortaleza (43), Curitiba (38), Goiânia (37) e Belo Horizonte (34).

O estudo usa as informações de todos os municípios com mais de 300 mil habitantes que contem com as estatísticas oficiais de homicídios na internet. Continue lendo

Trânsito causou mais de 40 mil mortes no País em 2010, diz Ministério da Saúde

[Marcela Bourroul Gonsalves, Estadão, 4 nov 11] Dados do Ministério da Saúde divulgados nesta sexta-feira, 4, apontam que 40.610 pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil em 2010, quase 7,5% acima do registrado em 2009. De acordo com o levantamento, 25% das vítimas estavam envolvidas em ocorrências com motocicletas. De 2002 a 2010, a quantidade de óbitos em acidentes com motos quase triplicou no País, saltando de 3.744 para 10.143 mortes.

“Os números revelam que o País vive uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito”, alertou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo ele, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o Brasil ocupa o quinto lugar em ocorrências como essas, atrás apenas da Índia, China, Estados Unidos e Rússia.

Para o ministro, a decisão do Supremo Tribunal Federal de considerar que dirigir bêbado, mesmo sem causar acidente, é crime, pode contribuir para a melhora dessas estatísticas no trânsito.

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