Arquivo da categoria: Meio Ambiente

Deslocados internos pela fome na Somália ultrapassa 100 mil

[ONU Brasil, 26 jul 11] Mais de 100 mil deslocados internos chegaram à capital da Somália, Mogadíscio, nos últimos meses em busca de alimentos, água e abrigo. A informação foi dada nesta terça-feira (26/07) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

De acordo com a porta-voz da agência, Vivian Tan, o número de deslocados tem aumentado diariamente, com uma média de mil novas chegadas no mês de julho. Este aumento tem dificultado a entrega de alimentos, insuficiente para atender todas as demandas. Continue lendo

Seca, pobreza e ausência do Estado agravam a fome na Somália

ONU declara estado de fome em duas regiões do sul da Somália gravemente afetadas por aquela que pode ser a pior seca das últimas décadas no Chifre da África.

[DW, 20 jul 11] Nesta quarta-feira (20/07), as Nações Unidas declararam estado de fome em duas regiões do sul da Somália controladas pelos rebeldes islamitas shebab e atingidas pela grave seca, advertindo para a possibilidade de a situação se alastrar para todo o sul do país. As regiões são o sul de Bakool e Lower Shabelle.

A ONU estima que cerca de metade da população somali – que soma cerca de 3,7 milhões de pessoas, das quais 2,8 milhões vivem no sul – estão em situação de crise. Mais de 10 milhões de pessoas são atingidas na região do Chifre da África pela seca que, segundo as Nações Unidas, poderá ser a pior das últimas décadas. Continue lendo

Seca e fome atingem Somália

População busca abrigo no Quênia e na Etiópia

[Planetasustentável, 18 jul 11] Dezenas de milhares de pessoas estão fugindo da seca e da fome na Somália, em busca de alimentos e água em campos de refugiados no Quênia e na Etiópia, relata a ABC News. A crise surgiu por uma combinação letal de uma seca de dois anos, um enorme aumento mundial dos preços de alimentos e uma brutal guerra civil na Somália, onde grupos de ajuda têm dificuldade de operar. Os somalis estão andando até 60 quilômetros para chegar ao complexo de Dadaab, no leste do Quênia, o maior campo de refugiados do mundo. A trilha pode levar semanas, numa área desolada, a não ser pelas carcaças encontradas pelo caminho. Continue lendo

A Geopolítica da Fome ~ por Miguel do Rosário

[Miguel do Rosário, Revista Fórum, 29 jun 11] O aumento do poder aquisitivo das populações pobres corresponde a valores tão pequenos que qualquer pico no preço dos alimentos pode gerar crises humanitárias, como a que houve em 2009, quando o número de pessoas sub-alimentadas registrou forte alta.

No dia 7 de setembro do ano 2000, durante um dos debates realizados na Conferência do Milênio, na sede das Nações Unidas, Nova Iorque, o então presidente do Conselho de Estado da República de Cuba, Fidel Alejandro Castro Ruz, fez o discurso mais contundente daquele dia. O que impressionou o mundo, no entanto, não foi a voz possante, nem a conhecida oratória desenvolta do velho comunista, e sim a informação que ele martelou no ouvido dos milhões que o acompanhavam, via rádio ou TV, em todo o planeta. “820 milhões de pessoas passam fome no mundo, 790 milhões delas vivem no Terceiro Mundo”, disse Fidel.

Passaram-se dez anos, e as coisas não mudaram muito. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a quantidade de pessoas consideradas sub-alimentadas no planeta em 2010 era de 925 milhões, o que até poderíamos considerar como notícia positiva, visto que em 2009 (em função da crise financeira que assolou as economias centrais) o número havia atingido a marca de 1,023 bilhão de seres humanos. Continue lendo

Partes da África sofrem pior seca dos últimos 60 anos, diz ONU

[BBC Brasil, 28 jun 11] A ONU afirmou nesta terça-feira que algumas partes da região conhecida como “chifre” da África, localizado no nordeste do continente, foram atingidas pela pior seca dos últimos 60 anos, com mais de 10 milhões de pessoas afetadas.

O Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários afirmou que a crise relativa à falta de alimentos na região, que inclui países como Somália, Etiópia, Quênia, Uganda e Djibuti, é a pior do mundo.

Além da seca, os conflitos na Somália têm forçado um número sem precedentes de somalis a fugir para o Quênia, segundo informações da ONG Save the Children.

A organização humanitária relata que, diariamente, cerca de 1,3 mil pessoas – sendo ao menos 800 delas crianças – têm chegado ao campo de refugiados queniano de Dadaab.

O número mensal de chegadas ao campo mais do que dobrou no período de um ano, afirma a Save the Children. Continue lendo

Vida nos oceanos pode enfrentar extinção sem precedentes, diz estudo

[BBC Brasil 20 jun 11] Um novo estudo indica que os ecossistemas marinhos enfrentam perigos ainda maiores do que os estimados até agora pelos cientistas e que correm o risco de entrar em uma fase de extinção de espécies sem precedentes na história da humanidade.

O levantamento foi feito realizado por especialistas que integram o Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO, na sigla em inglês), uma entidade formada por cientistas e outros especialistas no assunto.

Eles concluíram que fatores como a pesca excessiva, a poluição e as mudanças climáticas estão agindo em conjunto de uma forma que não havia sido antecipada.

A pesquisa reuniu especialistas de diferentes disciplinas, incluindo ambientalistas com especialização em recifes de corais, toxicologistas e cientistas especializados em pesca.

‘‘As conclusões são chocantes. Estamos vendo mudanças que estão acontecendo mais rápido do que estávamos esperando e de formas que não esperávamos que fossem acontecer por centenas de anos’’, disse Alex Rogers, diretor científico do IPSO e professor da Universidade de Oxford. Continue lendo

Desastres naturais deslocaram 42 milhões em 2010, diz estudo

Número é creditado ao impacto de mega desastres como as inundações na China e no Paquistão e os terremotos no Chile e Haiti.

[Estadão, 7 jun 11] Cerca de 42 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas por conta de desastres naturais no mundo em 2010, mais do que o dobro do número registrado no ano anterior, disseram experts do Centro Internacional  de Monitoramento do Deslocamento.

Uma razão para o aumento da diáspora podem ser as mudanças climáticas e a comunidade internacional deveria estar fazendo mais para contê-las, disseram os especialistas. Segundo a instituição, a diferença entre os 42 milhões deslocamentos em 2010 e os 17 milhões registrados em 2009 pode ser creditada ao impacto de  mega desastres como as inundações na China e no Paquistão e os terremotos no Chile e Haiti.

O estudo diz que mais de 90% dos deslocamentos por desastres foram causados por riscos relacionados ao clima, como inundações e tempestades que foram provavelmente influenciadas pelo aquecimento global, embora não se saiba a extensão dessa influência. “A intensdidade e a frequência de eventos climáticos extremos está aumentando, e essa tendência deve continuar. Com toda a probabilidade,  o número dos afetados e deslocados vai aumentar e as mudanças climáticas induzidas pelo homem vão estar em pleno vigor”, disse Elisabeth Rasmusson, secretária geral do Conselho Norueguês para os Refugiados. Continue lendo

Um Dia de Pranto ~ por José Roberto Prado

Esta semana (quarta-feira, 01 junho 2011), infelizmente, o Ibama concedeu a controversa licença para o início das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará.

Mais uma vez os que governam nossa nação optaram por favorecer um modelo de desenvolvimento caduco, que privilegia interesses econômico-financeiros a um altíssimo custo humano, cultural e ambiental.

A vida perde. O Brasil perde. Os povos indígenas do Xingu perdem.

Todos nós perdemos.

Sim, estou consciente de que uns poucos ganham… e ganham muito. Mas não é sobre isto que escrevo.

Escrevo por perceber que um pouco de nós morreu nestes últimos dias.

Estou de luto. Continue lendo

Eles não foram ouvidos

Cenas gravadas na Aldeia Piaraçu, na Terra Indígena Capoto/Jarina, entre os dias 28 de outubro e 4 de novembro de 2009. Nesse período, os ministros do Meio Ambiente e Minas e Energia foram convidados a ir ao Xingu para discutir os impactos da obra de construção da usina de Belo Monte na região. Se concretizado, Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo e vai causar impacto mais de 9 milhões de hectares de floresta, uma área equivalente a duas vezes a cidade do Rio.

httpvh://youtu.be/ZmOozYXozb8?hd=1

A nova geopolítica dos alimentos ~ por Lester R. Brown

[O Estado de S.Paulo, 22 mai 11] O autor é presidente do Earth Policy Institute; artigo publicado na revista Foreign Policy. ~ Nos EUA, quando os preços mundiais do trigo sobem 75%, como no ano passado, isso significa a diferença entre um pão de US$ 2 e um pão custando, talvez, US$ 2,10. Se você viver em Nova Délhi, contudo, essa alta exorbitante dos preços realmente conta: uma duplicação do preço mundial significa que o trigo custa duas vezes mais.

Bem-vindos à nova economia alimentar de 2011: os preços estão subindo, mas o impacto não será sentido de maneira equitativa. Para os americanos, que gastam menos de um décimo da sua renda no supermercado, a alta do preço dos alimentos que assistimos até agora é um incômodo, não uma calamidade. Mas para os 2 bilhões de pessoas mais pobres do planeta, que gastam de 50% a 70% de sua renda em comida, essa disparada dos preços pode significar passar de duas refeições por dia para uma.

Os que mal conseguem se segurar nos degraus mais baixos da escada econômica global correm o risco de se soltar de vez. Isso pode contribuir – e tem contribuído – para revoluções e insurgências.

Com a quebra de safra prevista para este ano, com governos do Oriente Médio e da África cambaleando em função das altas de preços, e com mercados nervosos enfrentando um choque após outro, os alimentos rapidamente se tornaram um condutor oculto da política mundial. E crises como esta vão se tornar cada vez mais comuns. A nova geopolítica dos alimentos parece muito mais vulnerável do que era. A escassez é a nova norma. Continue lendo

Em versão mini, turbina eólica começa a ganhar mercado

[DW, 21 abr 11] Microgeradores eólicos já são populares na China e, aos poucos, chegam também a países ocidentais. Bem menores do que aerogeradores gigantes, essas turbinas podem ser instaladas em casas, escolas e também na indústria.

Com o avanço das energias renováveis, grandes parques eólicos começam a surgir em diferentes pontos do mundo. E o desenvolvimento dessa tecnologia tem avançado consideravelmente.

Enquanto há 30 anos uma turbina eólica padrão era capaz de gerar entre 10 e 100 quilowatts-hora (kWh), hoje, turbinas na Europa, China e Estados Unidos chegam a gerar normalmente 5.000 kWh. E o tamanho está ficando cada vez maior. O projeto europeu UpWind tem a ambição de desenvolver uma turbina gigante com capacidade de 20 mil kWh. A eletricidade gerada seria suficiente para abastecer de 15 mil a 20 mil residências. Para que esses objetos colossais tenham o menor impacto possível sobre comunidades, muitos desses novos parques eólicos estão sendo instalados no mar. Tal operação exige também um grande esforço de engenharia, especialmente em se tratando de parques offshore. Isso tem levado outros profissionais – também engajados em produzir energia sustentável – a olhar em direção completamente oposta. Eles estão pensando pequeno. Continue lendo

70% das espécies comerciais pesqueiras sob o risco de colapso

[Karina Ninni, Estadão, 27 out 10] No mundo 70% das espécies comerciais pesqueiras estão com estoques baixos; no Brasil, índice chega a 80% no Sudeste.

A redução drástica da população de algumas espécies de peixes e crustáceos e o desaparecimento de outras foram tema de debate na Conferência da Biodiversidade, em Nagoya, Japão, que acabou na sexta-feira. Especialistas repisaram o alerta: por milênios o ser humano encarou o mar como fonte inesgotável de alimento, mas isso não vale mais, não no planeta de 6,6 bilhões de habitantes. O grande vilão do fenômeno é a pesca desordenada, que no Brasil já ameaça mais de 80% dos estoques do Sul e Sudeste e 50% no Norte e Nordeste.

O relatório Global Ocean Protection, recém-lançado em Nagoya, é claro. “Alguns estoques estão próximos do colapso e não deveriam mais ser pescados. E todos deveriam ser alvo de planos de uso sustentável de longo prazo”, afirma Caitlyn Toropova, uma das autoras do estudo.

Relatório divulgado este mês pela ONG World Wildlife Foundation indica que 70% das espécies comerciais do mundo, como o bacalhau do Atlântico Norte e o atum do Mediterrâneo, estão com estoques baixos.

No Brasil, o Censo da Vida Marinha divulgado este mês pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) indica que, das 1.209 espécies de peixes catalogadas na costa e nos estuários, 32 são sobre-exploradas. O caso dos crustáceos é ainda pior: a sobrepesca afeta 10 de 27 espécies. Continue lendo