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Rio Pinheiros insiste em viver apesar de tudo e todos

Sabe aqueles filmes de ação em que surgem inverossímeis heróis enfrentando uma centena de bandidos e, mesmo com tanta gente querendo matá-lo, no final sobrevive? Pois essa comparação pode ser feita com um herói paulistano chamado Rio Pinheiros. Ele insiste em se manter vivo apesar de tantos ataques mortais. Mas aí cabe uma diferença que seria capaz de derrubar qualquer mocinho de filme: as agressões contra o Pinheiros já duram mais de um século.

[Reinaldo Canto, Carta Capital, 5 fev 13] São muitos e muitos anos de incontáveis despejos de esgotos domésticos e industriais, descaso das autoridades, mas também das pessoas que não lhe tem nenhum respeito (com algumas exceções, como o Projeto Pomar). Transformaram suas águas, antes responsáveis pela vida, em capazes de matar. Aliás, nesse contexto vida e morte, creio ser interessante refletir sobre o destino de rios como o Pinheiros, e de tantos outros que passam por cidades e regiões metropolitanas densamente povoadas. Continue lendo

Vida nos oceanos pode enfrentar extinção sem precedentes, diz estudo

[BBC Brasil 20 jun 11] Um novo estudo indica que os ecossistemas marinhos enfrentam perigos ainda maiores do que os estimados até agora pelos cientistas e que correm o risco de entrar em uma fase de extinção de espécies sem precedentes na história da humanidade.

O levantamento foi feito realizado por especialistas que integram o Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO, na sigla em inglês), uma entidade formada por cientistas e outros especialistas no assunto.

Eles concluíram que fatores como a pesca excessiva, a poluição e as mudanças climáticas estão agindo em conjunto de uma forma que não havia sido antecipada.

A pesquisa reuniu especialistas de diferentes disciplinas, incluindo ambientalistas com especialização em recifes de corais, toxicologistas e cientistas especializados em pesca.

‘‘As conclusões são chocantes. Estamos vendo mudanças que estão acontecendo mais rápido do que estávamos esperando e de formas que não esperávamos que fossem acontecer por centenas de anos’’, disse Alex Rogers, diretor científico do IPSO e professor da Universidade de Oxford. Continue lendo

Água contaminada mata mais do que outros tipos de violência

No dia internacional da água, estudo mostra que não há motivos para comemoração: a cada dia, mais de dois milhões de toneladas de dejetos são lançados no esgoto, tornando a água um bem cada vez mais escasso.

No Dia Internacional da Água, nesta segunda-feira (22/03), um relatório publicado pela ONU informa que o uso de água poluída mata mais do que qualquer forma de violência, inclusive as guerras. O estudo intitulado Água Doente foi elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em Nairóbi, no Quênia.

Segundo o estudo, a convivência com resíduos seria o desafio central da sociedade urbana. A população das cidades deverá dobrar nas próximas décadas, podendo atingir seis bilhões de pessoas. Além disso, a industrialização continua crescendo, assim como a procura por carne, o que aumenta a demanda por água.

Segundo Christian Nellemann, um dos autores do relatório, estima-se que cerca de dois milhões de toneladas de resíduos são lançados nos esgotos diariamente. “Isso poderia gerar mais de dois bilhões de toneladas de água contaminada por dia”, afirmou.

Planeta água

A maior parte da superfície da Terra é composta por água. Porém, apesar de parecer que o líquido existe em abundância no planeta, apenas 2,5% da água é doce, sendo que parte dela está congelada. No total, resta apenas 0,003% deste recurso mundial para a utilização pelo homem.

Atualmente, cerca de 884 milhões de pessoas em todo o mundo não têm água potável e cerca de 2,6 bilhões – quase um terço da população mundial – não dispõem de água suficiente para o saneamento básico.

As regiões do mundo que mais sofrem com a falta do precioso líquido são o Sahel, o Oriente Médio e parte da Ásia. Porém, em muitos países em desenvolvimento o problema tem uma causa econômica: por falta de dinheiro e mesmo de instituições, as reservas de água potável não são aproveitadas de forma eficiente.

Em algumas regiões do mundo, a escassez de água é causa de conflitos. No norte do Quênia e em Darfur, as disputas por água geraram rivalidade entre agricultores e nômades. Enquanto isso, na Ásia Central, a má qualidade da água causou danos à saúde, levando a inquietações sociais.

Causas da escassez

Embora a água seja um recurso renovável, em muitos lugares ela não é encontrada em quantidade suficiente ou com boa qualidade. A escassez não é decorrente da mudança climática ou da poluição ambiental. Algumas das causas são o aumento da demanda, o crescimento da população mundial e a elevação do padrão de vida.

Além do consumo humano, a água é necessária para a produção de alimentos e outros produtos. Estima-se que de 70% a 90% da água sejam usados na agricultura. Entre os produtos que mais necessitam do recurso estão o algodão, o arroz e o café.

Mazelas sociais

Segundo uma estimativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 1,5 milhão de crianças morrem anualmente com doenças causadas pela ingestão de água suja. Este problema atinge principalmente regiões em crise ou afetadas por catástrofes.

No Haiti, por exemplo, o perigo de epidemia devido à falta de higiene é grande. Atualmente, o Unicef assegura água limpa para 900 mil pessoas no país, por meio de caminhões-pipa, estações de distribuição e reservatórios.

“Depois do primeiro temporal, as crianças vêm sofrendo cada vez mais com diarréia e vômito”, informou Rudi Tarneden, porta-voz da entidade.

Fonte DW, 22 março 2010

Revisão: Roselaine Wandscheer