Arquivo da tag: Natal

Entre Papai-Noel e Menino Jesus ~ por Frei Betto

Lojas não saciam a nossa sede de Absoluto. Há que empreender uma viagem ao mais íntimo de si mesmo, para encontrar um Outro que nos habita.

[Adital, 23 dez 11] Da última vez que visitei Oslo, reuniam-se na capital norueguesa ministros do turismo de países escandinavos e bálticos para decidir: qual é a terra de Papai-noel?

Ministros da Noruega, Dinamarca, Suécia, Finlândia e Islândia quebravam a cabeça para decidir como evitar propaganda enganosa junto ao público infantil. A criançada queixava-se: alguém mentia. Papai-noel não pode ter nascido -como sugeria a concorrência entre agências de turismo- na Lapônia e na Groenlândia, lugares distintos e distantes um do outro. Continue lendo

Natal: Deus se faz Poeta! ~ por José Roberto Prado

Poetas são artesãos da palavra. Como nas outras artes, o artista parte do desejo de expressar-se e de sua imaginação. Com o que tem às mãos – o comum, o simples – maneja com habilidade (do Latim “ars”) até transformar em algo sublime, admirável, belo.

De todas as matérias primas, a palavra é, por excelência, a mais rica e misteriosa condutora de pensamentos e sentimentos.

A capacidade humana de verbalizar, junto com a consciência, é o que nos distingue dos animais e nos torna imagem e semelhança do Criador. Foi Ele, na eternidade, que primeiro expressou-se por palavras.

A poesia é divina.

Divina, compartilhada, mas não espontânea. Não basta juntar aleatoriamente palavras numa frase. É preciso trabalhar arduamente até que as palavras sejam capazes de expressar com lógica e beleza os mais profundos sentimentos. Todo artista imprime a si mesmo em sua obra. A arte é a forma mais elevada de comunicar quem somos. Continue lendo

Decretos de Natal ~ Frei Betto

 

Por Frei Betto

Fica decretado que, neste Natal, em vez de dar presentes, nos faremos presentes junto aos famintos, carentes e excluídos. Papai Noel será malhado como Judas e, lacradas as chaminés, abriremos corações e portas à chegada salvífica do Menino Jesus.

Por trazer a muitos mais constrangimentos que alegrias, fica decretado que o Natal não mais nos travestirá no que não somos: neste verão escaldante, arrancaremos da árvore de Natal todos os algodões de falsas neves; trocaremos nozes e castanhas por frutas tropicais; renas e trenós por carroças repletas de alimentos não perecíveis; e se algum Papai Noel sobrar por aí, que apareça de bermuda e chinelas.

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Papai Noel era Bispo

Statue on the Charles Bridge, in Prague, Czech...

Por Dom Robinson Cavalcanti, ose
Bispo Diocesano

O personagem histórico do qual deriva a atual figura do Papai Noel foi São Nicolau, Bispo de Mira (atual Demre) na Turquia, que viveu no século IV, foi preso mais de uma vez sob o Imperador Diocleciano, por não negar a sua fé em Jesus Cristo, mas não foi martirizado, tendo uma vida longa.

Foi uma pessoa bondosa, que amava as crianças e a elas distribuía presentes, e possuía vestes episcopais vermelhas. Foi declarado santo, por se atribuir ao mesmo a realização de vários milagres em vida. Uma Basílica foi construída em sua honra, quando faleceu. Com um carisma de “ajuda” a sua memória foi venerada rapidamente no Leste Europeu, entre bizantinos e coptas. Com a invasão islâmica à Turquia, os seus restos mortais foram transladados, posteriormente (1087) para a Basílica de Bari, na Itália.
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