Arquivo da categoria: Bíblia

Filhos de Abrão [charge]

chargejudaica

Dois judeus radicados no Rio, Adam Grzybowski (polonês) e Luis Goldman (argentino), vão ilustrar com esta charge o livro “Religiões do Mundo: Judaismo”, do Grupo Editorial alemão Klett, líder europeu em livros didáticos e culturais.

Versão não autorizada…

Eles foram escolhidos por causa do trabalho “Bíblia Versão não autorizada”, que aborda textos bíblicos com humor, e será publicado em 2014. Duas editoras estão disputando o título.

Publicado no O Globo.

A pornografia das frases de efeito ~ Paulo Brabo

palavras soltasPor mais que eu me esforce, não consigo pensar num fator que tenha contribuído mais para a diluição do impacto da Bíblia, tendo aberto maior brecha para uma leitura tendenciosa da sua mensagem, do que o fato de que um dia alguém achou por bem dividi-la em versículos.

Um livro como a carta de São Paulo aos Efésios, que até aquele momento vinha sendo lido como um todo contínuo e orgânico, acordou no dia seguinte esquartejado de modo inteiramente arbitrário, tendo adquirido a graça e a agradabilidade de leitura de uma planilha do Excel. E nunca mais recuperaram-se da operação: foi retalhado dessa forma que cada livro da Bíblia chegou até nós.

A divisão em versículos teve a infelicidade de nascer mais ou menos ao mesmo tempo em que vinha à luz a tecnologia dos tipos móveis de Gutemberg – e tecnologia significou desde sempre uma coisa: não há erro fortuito que não possa ser reproduzido indefinidamente. Continue lendo

Jonas, o primeiro teólogo da libertação palestino ~ Naim Ateek

Como eu comecei a ler a Bíblia quando garoto, bem antes de ir para o seminário estudar teologia, já estava firmado no conhecimento bíblico. Meu pai me treinara para ler uma vez ao ano todo o Antigo Testamento e duas vezes o Novo Testamento, como ele costumava fazer. Ele dizia que isso era central para minha fé.

O livro de Gênesis e partes do Êxodo eram divertidas. Levítico e Deuteronômio eram maçantes, mas parte do livro de Números continha histórias que eu gostava. As histórias dos livros de Josué e Juízes eram interessantes, mas quando chegava aos profetas tinha que ler página após página de informação que não desfrutava e não podia entender. Em meio ao que parecia para mim terra árida, chegava ao oásis de Jonas, que considerava refrescante.

O livro de Jonas compreende quatro capítulos curtos. É uma bonita história; simples o bastante para as crianças. Na superfície, não parece tão profundo quanto Isaías ou Jeremias, mas eu sentia que era uma história que podia compreender, uma narrativa leve colocada no meio de uma série de livros proféticos que eram prolixos e tediosos. Minha imaginação juvenil corria solta quando pensava em Jonas no meio de uma tempestade no mar e na barriga de uma baleia. Continue lendo

“É possível acreditar em Deus usando a razão”, afirma William Lane Craig

O filósofo e teólogo defende o cristianismo, a ressurreição de Jesus e a veracidade da Bíblia a partir de construção lógica e racional, e se destaca em debates com pensadores ateus.

[Marco Túlio Pires, Veja, 25 mar 12] Quando o escritor britânico Christopher Hitchens, um dos maiores defensores do ateísmo, travou um longo debate nos Estados Unidos, em abril de 2009, com o filósofo e teólogo William Lane Craig sobre a existência de Deus, seus colegas ateus ficaram tensos. Momentos antes de subir ao palco, Hitchens — que morreu em dezembro de 2011. aos 62 anos — falou a jornalistas sobre a expectativa de enfrentar Craig.

“Posso dizer que meus colegas ateus o levam bem a sério”, disse. “Ele é considerado um adversário muito duro, rigoroso, culto e formidável”, continuou. “Normalmente as pessoas não me dizem ‘boa sorte’ ou ‘não nos decepcione’ antes de um debate — mas hoje, é o tipo de coisa que estão me dizendo”. Difícil saber se houve um vencedor do debate. O certo é que Craig se destaca pela elegância com que apresenta seus argumentos, mesmo quando submetido ao fogo cerrado. Continue lendo

Brasileiro recria Bíblia ao estilo de HQs de super-heróis

Histórias em quadrinhos e religião andam juntas na vida do pernambucano Sergio Cariello, 48, desde a infância, quando ele desenhava no boletim da Igreja Presbiteriana que frequentava no Recife.

[Marco A Canônico, FSP, 30 abr 12] Essa duas forças motrizes –responsáveis também por sua ida para os Estados Unidos, onde vive desde 1985 e desenha para editoras como Marvel e DC– se encontram na “Bíblia em Ação”, adaptação em quadrinhos do livro sagrado, que Cariello autografa no Brasil nesta semana. Continue lendo

eResurrection? ~ by John Piderit

In an age of video, TV, camcorders and iPhones, adept users can capture important events in a digital medium that can be transmitted quickly to people around the world. What would a resurrection appearance of Jesus have looked like if an alert apostle had an iPhone and, assuming the apostle was not immediately told by Jesus to “put that iPhone away,” the apostle captured a minute of Jesus’s appearance with the iPhone video running? Of course, this is a hypothetical and no answer could possibly be definitive. But the question raises interesting issues.

Before we get to the video of Jesus, let’s start with what we know. Although Jesus appeared in many different situations to the disciples, the appearances share some common characteristics, all of which have to be taken into consideration when addressing the issue of an electronic transmission of the appearance of the risen Lord. Hundreds of scholars have poured over the resurrection appearances and subjected them to critical analysis. The most important findings are summarized in the following observations, which are supported by a large majority of biblical scholars. Continue lendo

Bíblia é o livro mais lido pelo brasileiro e Monteiro Lobato o escritor mais admirado

[Amanda Cieglinski, Agência Brasil, 1 abr 12] Brasília – A Bíblia continua sendo o livro mais lido pelos brasileiros – ganha dos livros didáticos e dos romances. Foi o que apontou pesquisa divulgada nesta semana pelo Instituto Pró-Livro sobre os hábitos de leitura da população. Ao questionar os cerca de 5 mil participantes sobre os gêneros que costumam ler, a Bíblia foi citada por 42% e manteve-se no primeiro lugar da lista, mesma posição ocupada na edição anterior da pesquisa, em 2007. Os livros didáticos foram citados por 32%, os romances por 31%, os livros religiosos por 30% e os contos por 23%. Cada entrevistado selecionou em média três gêneros.

Os títulos religiosos ganharam espaço na estante dos brasileiros. Na lista dos 25 livros mais marcantes indicados pelos entrevistados, o livro Ágape, do padre Marcelo Rossi, aparece em segundo lugar na lista. Perde apenas para a própria Bíblia e para A Cabana, do canadense William Young. Continue lendo

Estudo revela novos indícios sobre a ressurreição de Jesus Cristo

Grupo de arqueólogos e especialistas fizeram novas pesquisas e descobertas a partir de um túmulo localizado em Jerusalém há três décadas.

[EFE/Estadão, 29 fev 12] Um grupo de arqueólogos e especialistas em assuntos religiosos apresentou em Nova York as conclusões de uma pesquisa que apresenta indícios da ressurreição de Jesus a partir de um túmulo localizado em Jerusalém há três décadas.

“Até agora me parecia impossível que tivessem aparecido túmulos desse tempo com provas confiáveis da ressurreição de Jesus ou com imagens do profeta Jonas, mas essas evidências são claras”, afirmou nesta terça-feira à Agência Efe o professor James Tabor, diretor do departamento de estudos religiosos da Universidade da Carolina do Norte, um dos responsáveis pela pesquisa. Continue lendo

Por que devemos voltar para Jesus ~ por Hans Küng

“Só seguindo o Messias, pode-se agir, sofrer e morrer de modo humano”.

[Corriere della Sera, 20 jan 12/IHU] Mediante o livro Ser Cristão (Ed. Imago, 1976), inúmeras pessoas encontraram a coragem para serem cristãs. O autor sabe isso por causa das inúmeras resenhas, cartas e colóquios. Muitas pessoas, de fato, afastadas da prática e da pregação de alguma grande igreja cristã, buscam caminhos para continuarem sendo cristãos confiáveis, buscam uma teologia que não seja abstrata para eles e alheia ao mundo, mas explique de modo concreto e próximo da vida em que consiste ser cristão.

‘Ser Cristão’ não pretendia “seduzir” as pessoas com a retórica ou agredi-las com um tom de pregação. Nem queria simplesmente fazer proclamações, declamações ou declarações em sentido teológico. Pretendia motivar, explicando que, por que e como uma pessoa crítica também pode ser responsavelmente cristã perante a sua razão e o seu ambiente social. Continue lendo

Criacionista, diz-me com quem andas ~ por Rafael Garcia

O que os criacionistas sempre tentam esconder, na verdade, é uma constatação filosófica que torna suas idéias incoerentes: a teoria da evolução de Darwin é, sim, compatível com a hipótese da existência de Deus.

[Folha SP, 13 jan 12] Caros leitores. Vou confessar uma coisa. Estou preocupado com o criacionismo. De verdade. Até pouco tempo, eu costumava considerar esse movimento ideológico como um fenômeno anglo-americano com poucos reflexos no Brasil. Achava que, sobretudo, era algo que não representava ameaça à educação científica no país. Talvez eu esteja errado.

Confesso, me surpreendi com um “tuitaço” que conseguiu colocar a etiqueta #criacionismo entre os tópicos líderes no Twitter nesta sexta-feira. Não acho que o Ministério da Educação jamais será louco o suficiente para a incluir pregação religiosa nas aulas de ciência por causa disso. O sucesso do criacionismo em se disseminar no Brasil, porém, é um sintoma do fracasso das escolas em ensinar biologia adequadamente. A propaganda criacionista brasileira, reconheçamos, soube aproveitar uma brecha para seduzir boa fatia do público com uma idéia errada.  Continue lendo

Yom Kippur e os fanatismos religiosos ~ por Michel Schlesinger

[Estadão, 5 out 11] No final da tarde desta sexta-feira começa o dia mais sagrado do povo judeu, o Yom Kippur, ou Dia do Perdão. Em jejum absoluto de 25 horas e muita oração, a comunidade judaica reúne-se em sinagogas de todo o mundo para um feriado dedicado à introspecção. Essa é uma oportunidade para refletir sobre o papel da religião na busca do aprimoramento do universo – em hebraico, ticun olam – e o combate aos fanatismos religiosos.

Esse feriado ocorre sempre dez dias após o Ano-Novo Judaico, o Rosh Hashaná. O calendário hebraico tem origem na criação bíblica do primeiro homem e da primeira mulher. Contamos 5.772 anos desde o sexto dia da criação do mundo. A liturgia desse período, conhecido com as Grandes Festas, indica que somos julgados por Deus no Rosh Hashaná e a sentença é confirmada no dia do Yom Kippur.

“É esse o jejum que escolhi? (…) A isto você chama de jejum? (…) Assim deveria ser o jejum: rompa as cadeias da iniquidade, desate os grilhões da opressão, envie o oprimido para a liberdade e quebre toda forma de dominação. Compartilhe seu pão com o faminto, abrigue em sua casa os pobres errantes, cubra o nu quando o vir e não ignore o seu próximo” – essas são as palavras que lemos, ano após ano, na manhã do Yom Kippur. De maneira dramática, o profeta Isaías (58:5-7) nos convida a refletir sobre o objetivo de nosso jejum. Impele-nos, principalmente, a uma coerência entre nossa atitude ritual e nosso comportamento social.

De nada adianta jejuar, na opinião do profeta, se não traduzirmos essa demonstração religiosa em atos de tzedaká, justiça social. O jejum faz sentido apenas quando acompanhado de um comportamento social ético e moral. Nosso compromisso precisa expressar-se em relação ao próximo para somente então ter legitimidade perante Deus. Continue lendo

Manuscritos do Mar Morto são publicados na internet para consulta pública

[Estadão, 26 set 11] O Google anunciou nesta segunda-feira que após 24 séculos os Manuscritos do Mar Morto já estão liberados para consulta pública na internet. Escritos entre os séculos III e I, os Manuscritos incluem o texto bíblico mais antigo de que se tem notícia.

O projeto abre para acesso global e gratuito aos textos de 2.000 anos – considerados uma das maiores descobertas arqueológicas do século passado – ao colocar na rede imagens de alta resolução que são cópias exatas dos originais. Qualquer um pode acessar os cinco pergaminhos digitalizados dos manuscritos. Segundo o comunicado do Google, as fotografias têm resolução altíssima de 1.200 megapixels (200 vezes a resolução de uma câmera comum), permitindo que o usuário visualize todos os detalhes dos documentos.

Os manuscritos estão disponíveis nas línguas originais – hebraico, aramaico e grego – e, inicialmente, em tradução para o inglês. Mais tarde, outras traduções serão oferecidas. Também é possível realizar buscas no texto (no site do manuscrito ou via Google) e deixar comentários ao ler os manuscritos.

No ano 68 a.C. os textos foram escondidos em 11 cavernas às margens do Mar Morto para serem protegidos durante a invasão do exercito romano. Esses documentos não foram descobertos novamente até o ano de 1947, quando um pastor beduíno jogou uma pedra em uma caverna e percebeu que havia algo lá dentro.

Desde 1965, os Manuscritos são mantidos no escuro, em salas climatizadas do Museu de Israel, em Jerusalém, onde somente quatro funcionários especialmente treinados têm autorização para manusear os pergaminhos e papiros. Especialistas queixavam-se há tempos de que apenas um pequeno número de estudiosos tinham acesso, a cada momento, aos manuscritos. Cada pesquisador recebia três horas de acesso, e apenas ao fragmento específico que pediu para ver.