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Uso de maconha por adolescentes leva a declínio cognitivo

Jovens que começam a fumar antes dos 18 anos podem ter QI reduzido na vida adulta.

[O Globo, 27 ago 12] Um estudo sobre o efeito do uso de drogas por longo prazo mostra que aqueles que começaram a utilizar maconha quando adolescentes podem chegar à meia-idade com uma deficiência de oito pontos no QI (quociente de inteligência) se comparado aos não usuários.

A pesquisadora Madeline Meier, da Universidade Duke, nos Estados Unidos, utilizou como base um estudo que acompanhou mil pessoas em Dunedin, Nova Zelândia, desde o nascimento até os 38 anos de idade. Os dados permitiram comparar os teste de QI feitos com os participantes na idade dos 13 — antes do uso de maconha — com os testes de QI quando adultos; em alguns casos, depois de anos de uso da droga. Continue lendo

Relatório aponta que 5% da população mundial consumiram droga ilícita ao menos uma vez em 2010

Em todo o mundo, estima-se que cerca de 230 milhões de pessoas (5% da população adulta, com idade entre 15 e 64 anos) tenham usado alguma droga ilícita pelo menos uma vez em 2010.

[Daniella Jinkings, Agência Brasil, 26 jun 12] O problema da droga atinge cerca de 27 milhões de pessoas, o que representa 0,6% da população mundial. Praticamente uma em cada 100 mortes entre adultos é atribuída ao uso de drogas ilícitas.

Os dados fazem parte do Relatório Mundial sobre Drogas 2012 (PDF), divulgado hoje (26) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). Segundo a publicação, o consumo e a produção de drogas ilícitas, como a cocaína, a heroína e a maconha, têm ficado estável, apesar de mudanças nos fluxos e mercados de consumo dessas substâncias. Continue lendo

Drogas e adolescência ~ Dartiu Xavier [Entrevista]

 

"As classes mais abastadas também estão consumindo crack. Nessas classes, a situação de abandono psicológico e descaso é algo muito presente". Foto: Masao Goto Filho

O psiquiatra e especialista em dependência química Dartiu Xavier alerta para o aumento de consumo de crack e defende uma prevenção na escola menos policialesca

Um estudo inédito sobre o perfil e a quantidade dos usuários de crack no Brasil está sendo preparado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), órgão do Ministério da Saúde. O mapeamento vai analisar os 26 estados brasileiros, o Distrito Federal e as nove regiões metropolitanas e é reflexo de um grave problema de saúde pública.

Embora sejam escassas as pesquisas sobre o crack, sabe-se que o consumo da droga derivada da cocaína (restrito a São Paulo na década de 90) vem se espalhando pelo País em diferentes classes sociais – não se restringe mais aos moradores de rua e grupos menos favorecidos. Além do aumento da apreensão de crack no Brasil (de 200 quilos, em 2002, para 580 quilos, em 2007, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), os serviços de atendimento a dependentes químicos relatam que a droga já é a segunda maior causa de procura por atendimento nos centros do SUS especializados em abuso de álcool e drogas, o Caps-AD. Nesses locais, o crack só perde para a bebida.

É uma realidade que o psiquiatra Dartiu Xavier, da Faculdade Paulista de Medicina, conhece bem. Coordenador do Programa de Orientação e Tratamento a Dependentes (Proad) há mais de duas décadas, ele vem realizando estudos na área. Um deles foi interrompido pela polêmica que gerou. A experiência consistiu em acompanhar um grupo de 50 usuários de crack que passaram a utilizar maconha na tentativa de conter o impulso de consumir crack. Conforme os dados, 68% deles haviam trocado de droga depois de seis meses. Passado um ano do início do tratamento, quem fez a substituição deixou também a maconha. Nessa entrevista, Xavier fala sobre os fatores de risco que podem levar adolescentes e jovens a se viciarem em drogas, explica as características do crack e defende a quebra de paradigma dos programas de prevenção às drogas. Continue lendo

Maconha sintética começa a virar problema de saúde pública nos EUA

rendering of medicine pill

Número de complicações causadas pelo produto salta de 13 para 766 em um ano, diz especialista.

Uma mistura de ervas e produtos químicos apelidada de K2, que é vendida legalmente nos Estados Unidos como incenso mas que produz efeitos semelhantes aos da maconha quando fumada, está levando um número crescente de pessoas aos hospitais, informam médicos.

O aumento súbito no número de chamadas de emergência já levou dez Estados a banir o K2 e outras marcas dos chamados produtos de maconha.sintética. Médicos que trataram usuários de K2 também estão emitindo alertas.

“Minha primeira reação a um produto é, ‘cuidado, comprador'”, disse o diretor de toxicologia do Cardinal Glennon Children’s Medical Center, Anthony Scalzo. “Você não sabe exatamente o que há no produto, as doses relativas no produto, e não há garantia de qualidade”, explicou.

K2, definido pelo Centro de Venenos do Missouri como uma mistura de ervas e especiarias salpicada com uma substância psicoativa, é comparado à maconha porque o composto químico interage com o cérebro de forma semelhante à droga.

A despeito da advertência no rótulo contra a ingestão, fumar K2 tornou-se um modo popular de drogar-se e escapar da polícia. O produto é vendido pela internet e em lojas de conveniência por US$ 30 ou US$ 40 o pacote de 3 gramas.

Usuários, desde adolescentes a adultos na faixa dos 60 anos, queixam-se de sintomas como agitação, ansiedade, hipertensão, vômitos e, em alguns casos, paranoia severa e alucinações.

“Essas pessoas vão parar na emergência e estão extremamente agitadas”, disse Scalzo. “Elas sentem como se o coração fosse pular para fora do peito”.

Ele disse que complicações do uso de K2 eram consideradas raras um ano atrás, com 13 casos informados em todos os Estados Unidos. Mas neste ano o total já chega a 766.

Fonte: Estadão, 30 julho 2010