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Crack, risco real e mitos

Novas pesquisas revelam: dependência não é causada pelo suposto “vício na primeira traga” — mas pelas condições sociais dramáticas em que vive grande maioria dos usuários.

[André Antunes, Brasil de Fato, 28 mar 13]  A pesquisa do Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (Cebrid/Unifesp) oferece alguns indícios dos efeitos na população da amplificação do problema do crack. De acordo com o levantamento, 77,1% dos entrevistados consideraram que utilizar cocaína ou crack uma ou duas vezes na vida oferecia um risco grave, enquanto para a maconha esse índice foi de 48,1%. Já a ingestão de uma ou duas doses de álcool por semana oferecia risco grave para 20,8% dos entrevistados. Os dados a respeito do crack vão ao encontro de noções que se tornaram senso comum entre os brasileiros: a de que a droga “vicia na primeira tragada”, que ela causa rápida degradação física e moral, é causadora da desestruturação familiar, mata muito rapidamente, etc. Continue lendo

Amsterdã, Antuérpia e cidades suíças lideram consumo de cocaína na Europa

Amsterdã e Antuérpia são conhecidas pelo uso elevado da substância. Mas estudos a partir de águas residuais na Europa mostram que Zurique, Berna e Genebra também estão no topo da lista.

[Brigitte Osterath, DW, 13 ago 12] Cerca de 356 quilogramas de cocaína são consumidos diariamente na Europa, de acordo com um estudo publicado recentemente. A substância estimulante é mais popular na região central e ocidental do que no leste e no norte do continente. Mas as cidades suíças também estão entre as maiores consumidoras.

Em Zurique, Genebra e Berna, a média do consumo diário para cada mil habitantes é de 1,5 grama – índice igual ao de Amsterdã, na Holanda, e Antuérpia, na Bélgica. Durante eventos de música eletrônica, como a parada de rua realizada em Zurique no mês de agosto, o consumo pode chegar a ser cinco ou seis vezes maior. Continue lendo

Relatório aponta que 5% da população mundial consumiram droga ilícita ao menos uma vez em 2010

Em todo o mundo, estima-se que cerca de 230 milhões de pessoas (5% da população adulta, com idade entre 15 e 64 anos) tenham usado alguma droga ilícita pelo menos uma vez em 2010.

[Daniella Jinkings, Agência Brasil, 26 jun 12] O problema da droga atinge cerca de 27 milhões de pessoas, o que representa 0,6% da população mundial. Praticamente uma em cada 100 mortes entre adultos é atribuída ao uso de drogas ilícitas.

Os dados fazem parte do Relatório Mundial sobre Drogas 2012 (PDF), divulgado hoje (26) pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). Segundo a publicação, o consumo e a produção de drogas ilícitas, como a cocaína, a heroína e a maconha, têm ficado estável, apesar de mudanças nos fluxos e mercados de consumo dessas substâncias. Continue lendo

Peru supera Colômbia e é maior produtor em toneladas de folha de coca

Um estudo das Nações Unidas divulgado nesta terça-feira em Viena afirma que o Peru passou a ser o maior produtor mundial de folha de coca, superando a Colômbia pela primeira vez em dez anos.

De Bogotá, na Colômbia, o coordenador técnico do estudo, Leonardo Correa, disse à BBC Brasil que em 2009 o Peru foi responsável por 45% da produção da folha de coca da região andina, e a Colômbia, por 39%.

“O Peru produziu 119 mil toneladas e a Colômbia 103 mil toneladas. Em termos de área cultivada, a Colômbia continua a ser líder, mas em toneladas volta a ser o Peru”, afirmou Correa, do Sistema Integrado de Monitoramento de Cultivos Ilícitos da ONU.

O especialista observou ainda que o Peru registrou o quarto ano seguido de expansão de área cultivada, e a Colômbia, o segundo.

“Ainda falta muito para a Colômbia, mas o país tem registrado avanços neste setor. No caso do Peru, a tendência é contrária”, disse.

Queda no cultivo

De acordo com o levantamento da ONU, o cultivo na Colômbia diminuiu 16%, no ano passado, chegando a 68 mil hectares, uma queda de quase 60% em relação há dez anos.

No Peru a produção aumentou pelo quarto ano consecutivo, passando de 56.100 hectares, em 2008, para 59.900, em 2009.

“As notícias sobre o Peru são preocupantes”, disse em Viena o diretor-executivo do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), Antonio Maria Costa.

Costa sugeriu que o governo peruano implemente medidas, “em todas as frentes” para reverter esta expansão da produção da folha de coca.

O diretor-executivo do escritório da ONU atribuiu ao “enorme” investimento em “recursos humanos e financeiros” os resultados positivos registrados na Colômbia.

A ONU informou ainda que a produção da folha de coca caiu 5% na região andina, em 2009 comparando a 2008. A redução foi de 167 mil hectares em 2008, para 158 mil hectares em 2009.

O resultado ocorreu devido à queda de 16% deste cultivo na Colômbia e apesar da forte alta nesta produção no Peru e leve expansão, de 1%, na Bolívia – terceiro produtor mundial – com 30.900 mil hectares cultivados.

De acordo com a ONU, a rentabilidade das folhas de coca caiu 10% na Bolívia em 2009 frente a 2008, passando de US$ 293 milhões para US$ 265 milhões.

Em Lima, o chefe da entidade estatal Devida, de combate às drogas, Rómulo Pizarro, disse ao jornal El Comercio que existe “um sentimento de frustração” diante da expansão da área plantada com folhas de coca, apesar das medidas do governo.

Fonte: BBC, 22 jun 2010