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Google informa telefone de centro de prevenção em buscas ligadas a suicídio nos EUA

Os resultados das buscas do Google são baseados em um complexo algoritmo que leva em conta os termos usados pelos internautas e a relevância de cada site relacionado a esses termos. Mas pela segunda vez o Google deixou de lado sua precisão matemática baseada nos desejos dos usuários por questões ligadas a saúde pública.

Desde a semana passada, buscas feitas nos EUA para expressões como “ways to commit suicide” (formas de cometer suicídio), “suicidal thoughts” (pensamentos suicidas) e “i want to die” (eu quero morrer) trazem como resposta um ícone de telefone vermelho com o número da National Suicide Prevention Lifeline (Linha nacional de prevenção de suicídios) antes dos resultados normais.

Roni Zeiger, estrategista de assuntos de saúde do Google, disse ao New York Times que essa é apenas a segunda vez em que a empresa manipulou resultados em temas polêmicos. O Google também informa o telefone da agência nacional de controle de venenos para buscas como “poison emergency” (emergência com venenos).

Para responder dúvidas menos lúgubres, o gigante da internet também vem oferecendo respostas objetivas destacadas antes dos resultados das buscas. Conversão de moedas , operações matemáticas e previsão do tempo são alguns exemplos.

Fonte: O Globo, 5 abr 2010

Internet 500 vezes mais rápida

Do Observatório da Imprensa, por Deonísio da Silva – 16/2/2010

Os perigos do Google ainda não foram detectados no Brasil. Seus mecanismos de busca percorrem o mundo e digitalizam tudo o que está disponível. E se daqui a pouco o Google resolver cobrar pela informação, hoje grátis, ou impor restrições ao acesso, hoje livre para todos? Daí, sim, veremos o que significa de verdade o Big Brother monstruoso que as letras já anteviram.

Por enquanto desfruta-se apenas de suas facilidades. Sem pagar mais do que o acesso à internet, pode-se perguntar qualquer coisa ao pitoniso do nosso tempo, que, semana passada, informou que prepara o lançamento de uma conexão para a internet quinhentas vezes mais veloz do que a mais rápida que utilizamos no Brasil.

Trafegando a 1 gigabit por segundo – 100 vezes mais rápida do que as melhores conexões por fibra óptica utilizadas hoje nos EUA –, os dados chegarão a uma elite de até 500 mil pessoas, que, segundo o coordenador do projeto, James Kelly, pagarão um “preço competitivo”, sabe-se lá o que significa isso. Se ninguém terá este serviço, ele competirá com quem?

Desrespeito como norma

A internet mais rápida do mundo é a da Coreia do Sul. Ainda assim, para baixar um filme de 120 minutos, de alta definição, é necessário o dobro do tempo. É muito, mas de todo modo é bem menos do que as 49 horas que se gasta ou se gastaria no Brasil. Pois o Google promete baixar todo o arquivo em seis minutos. Com qualidade de devedê, seriam gastos apenas quarenta segundos. Na Coreia do Sul, hoje são despendidos para a tarefa trinta minutos e no Brasil, cinco horas e trinta minutos.

A Veja deu chamada de capa à matéria assinada por Benedito Sverberi e Renata Betti. Será bom para os leitores se a mídia especializada, repercutindo o noticiado pela revista, ajustar um pouco o foco de suas reportagens sobre informática e tratar também dos senões desses avanços, que os há e são muitos, pois parecem obcecadas apenas com os benefícios.

No Brasil, para o pobre a internet rápida ainda é uma festa da qual ele não pode participar. As tarifas das operadoras de telefonia estão entre as mais caras do mundo. As felizardas anunciam velocidades que não entregam. Se o usuário reclama, ouve que “naturalmente” aquela velocidade é para determinadas regiões, convocam o cliente infeliz à resignação e tudo fica mais ou menos por isso mesmo.

Biblioteca babélica

Entre os perigos estrategicamente ignorados há um que ronda o nosso convívio e está prestes a acontecer: é o apagão da internet. A empresa de consultoria americana Nemertes Research tem um estudo que fixa a catástrofe para 2014, mas esse ano é lembrado apenas como o da Copa do Mundo no Brasil.

Por enquanto, o Google é visto no Brasil como uma ferramenta de pesquisa. Mas, com tal velocidade de internet, ele será muito mais do que isso. Pequeno exemplo: um sábio renascentista tinha uma biblioteca de cerca de cem livros. Com tais recursos eletrônicos, qualquer cidadão poderá ter uma de milhares de volumes, buscados não mais nas livrarias, mas na rede mundial.