Arquivo da categoria: Cibercultura

Afeganistão inaugura primeiro cibercafé só para mulheres

Mulheres afegãs navegam na internet em Cabul; país inaugura 1º cibercafé feminino/Ahmad Jamshid/Associated Press

O Afeganistão inaugurou nesta quinta-feira o seu primeiro cibercafé só para mulheres, na expectativa de dar a elas a chance de se conectar ao mundo sem assédio verbal ou sexual, e livres dos olhares dos homens do país.

[Folha SP/Reuters, 8 mar 12] Cabul – Diversas jovens vestindo hijab [véu islâmico] lotaram o pequeno café em uma rua tranquila no centro de Cabul no Dia Internacional da Mulher. As mulheres ainda enfrentam dificuldades enormes no país, embora o Taleban tenha sido derrubado há mais de uma década. Continue lendo

Governo sírio bloqueia serviço de mensagens instantâneas

Serviço de mensagens instantâneas gratuitas foi  bloqueado no país; ‘dia triste para a liberdade’, diz empresa

[Estadão/EFE, 5 mar 12] Madri – O popular serviço de mensagem instantânea WhatsApp foi bloqueado na Síria, informou nesta segunda-feira, 5, a própria companhia em sua conta oficial no Twitter. A empresa disse que hoje é “um dia triste para a liberdade”, mas não informou se a medida era temporária ou definitiva.

Serviços de mensagem deste tipo estão revolucionando a comunicação e vem desempenhando um papel importante na mobilização de cidadãos contra governos, o que vem ocorrendo com frequencia na Primavera Árabe.

Esta não é a primeira vez que regimes autoritários bloqueiam este tipo de serviço.

A popularidade do dispositivo é tanta que as principais operadoras de telefonia celular do mundo deverão oferecer a partir do ano que vem um sistema similar ao WhatsApp que funcionaria na maioria dos aparelhos.

Brasil é o 1o. país em adesão a redes sociais

Até o final deste ano, o número mundial de usuários de redes sociais – Facebook, Twitter, Orkut, Badoo e outras – chegará perto de 1,5 bilhão de pessoas, ou seja, cerca de 21% do globo está cadastrado em alguma rede, conforme a empresa eMarketer. Nesta quarta-feira, 29, a população mundial estava em 6,997 bilhões de pessoas.

[Sergio Damasceno, Meio&Mensagem, 29 fev 12] Em dezembro do ano passado, a consultoria estimava que pelo menos 1,2 bilhão de pessoas usava algum site de rede social pelo menos uma vez por mês, o que representou uma expansão de 23,1% sobre o volume de 2010. E esse crescimento deve continuar na casa dos dois dígitos, conforme as previsões do eMarketer: este ano, a expansão deve ser de 19,2% sobre 2011. Em 2013, as redes sociais devem crescer 16% e, em 2014, o aumento de usuários deve ficar em 11,6%, quando as redes sociais atrairão 1,854 bilhão de pessoas. Continue lendo

O que é (de fato) engajamento nas mídias sociais?

Um guia para ajudá-lo a entender engajamento nas mídias sociais.

[Eliseu Barreira, Scup, 1 fev 12] Garrafas de champanhe só são abertas em ocasiões extremamente especiais na empresa de João. Dono da maior fabricante de relógios do país, ele gosta de brindar após a abertura de novas lojas, o aumento nas vendas e a formação de parcerias. Numa sexta-feira ensolarada, ele decidiu acrescentar uma nova situação – digna de ser comemorada com a bebida – em sua lista. O diretor de marketing lhe entregara um relatório mostrando que a página no Facebook da companhia havia atingido a marca de 1 milhão de fãs em “apenas” cinco meses. Com o número, a empresa se colocava, segundo o diretor de marketing, no grupo de marcas com maior taxa de engajamento no mundo digital. A conta era, na visão dele, simples: quanto mais fãs conquistasse no Facebook, maior seria o engajamento em torno da empresa. “Imagine só quando nossa comunidade tiver 5 milhões de pessoas? Ninguém segura a gente!”, costumava espalhar em alto e bom som. Continue lendo

Empresas de internet decretam o fim do currículo no Brasil

Seguindo a tendência mundial, companhias brasileiras passam a utilizar, cada vez mais, um único critério em seus processos seletivos: a presença na web

[Beatriz Ferrari, Veja, 13 fev 12] Pouco mais de um ano atrás, o estudante de sistemas de informação Estevão Mascarenhas, então com 19 anos, passou por uma situação curiosa. Ele começou a interagir nas redes sociais, sem saber, com seu futuro patrão. No fim de 2010, Horácio Poblete, presidente dastartup Ledface, começou a seguir o jovem no Twitter por indicação de amigos – que, por sua vez, não tinham qualquer ligação direta com o universitário. Empregador e funcionário em potencial começaram a discutir empreendedorismo pela rede de microblogs, até que Horácio tivesse intimidade o suficiente para solicitar a Estevão que o adicionasse em seu Facebook. Depois de três meses de observação virtual intensa, o executivo finalmente se convenceu de que o estudante era um profissional que, além de qualificado tecnicamente, identificava-se com os valores da empresa. A proposta veio em seguida. Estevão largou a faculdade na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), em Minas Gerais, e mudou-se para Campinas, em São Paulo, de emprego novo, sem ter enviado ao menos um currículo. Continue lendo

Investigação desvenda mercado negro de armas e drogas na internet

Seria praticamente impossível rastrear usuários da 'dark web'

Fora do alcance das buscas de internet comuns está um mundo online secreto conhecido como “dark web”, conexões globais anônimas e praticamente impossíveis de rastrear, usadas tanto por ativistas políticos como por criminosos.

[Adrian Goldberg, BBC Brasil, 6 fev 2012] “Você tem vários traficantes à disposição, então pode comparar os produtos. E os consumidores podem deixar comentários sobre os produtos de cada traficante também”, diz um estudante americano, identificado pelo nome de David.

Ele explica que decidiu usar a “dark web” para comprar drogas ilegais, porque assim “você não tem que ficar cara a cara com um traficante na rua, onde pode haver um risco de violência”.

E não são apenas drogas que estão disponíveis neste mercado negro online. Há também passaportes falsos, armas e até pornografia infantil. Continue lendo

Pais entram no Facebook, e adolescentes migram para o Twitter

Taylor Smith, 14, acessa o Twitter no celular em sua casa, em Kirkwood, no Missouri (EUA) Jeff Roberson/Associated Press

[Martha Irvine, AP/Folha SP, 31 jan 12] Adolescentes não tuítam, nunca tuítam –é público demais, há muitos usuários mais velhos. Não é bacana.

Essa há tempos tem sido a previsão, surgida de números mostrando que menos de um em cada dez adolescentes usava o Twitter no início do serviço.

De repente, o espaço dos adolescentes não era mais só deles. Assim, mais jovens começaram a migrar para o Twitter, escondendo-se da vista dos outros.Mas, então, seus pais, avós, vizinhos, amigos dos pais e todos os intermediários começaram a adicioná-los no Facebook –e uma coisa curiosa começou a acontecer.

“Eu amo o Twitter, é a única coisa que tenho para mim mesmo… Porque meus pais não têm [perfil no Twitter]”, tuitou alegremente Britteny Praznik, 17, que vive nos arredores de Milwaukee. Embora ainda tenha uma conta no Facebook, ela aderiu ao Twitter no verão passado, depois de mais pessoas em sua escola terem feito o mesmo. “[O Twitter] meio que pegou”, diz ela. Continue lendo

Movimento de ‘Desconectados’ já nasceu? entrevista com Tom Rachman

Tom Rachman - Foto: Thais Caramico/AE

A ideia de que a rede traz conhecimento, melhora a produtividade e nos conecta ao mundo está perdendo força. Para o escritor inglês, os efeitos negativos da internet vão criar um movimento de desconectados.

[Thais Caramico, Estado SP, 29 jan 12] LONDRES – O escritor inglês Tom Rachman não é contra a tecnologia, mas acredita que há algo errado em como a utilizamos. “É como se a comida, essa maravilha, fosse descoberta agora. As pessoas, ansiosas, iam comer tudo o que vissem pela frente, até explodir. Isso é bom?”, indaga o autor do artigo Romantismo Offline, publicado no Link em setembro de 2011.

Rachman se anima ao falar que as reações anti-internet podem dar origem a um movimento. Ex-editor do International Herald Tribune, ele acredita que toda grande mudança social é correspondida por um efeito contrário. E antevê uma geração de “românticos offline”, que não apenas rejeitam as mudanças do mundo conectado, como fazem questão de alertar a sociedade sobre este mal.O encontro em Londres foi marcado por e-mail. Duas horas antes, Tom enviou uma mensagem de texto do celular para saber se a conversa estava de pé. Bom britânico – apesar de ter crescido no Canadá – chegou na hora e sabia qual chá ia tomar. Em um simpático café no bairro de Earl’s Court, zona oeste da cidade, foram dois bules de menta e cinquenta minutos de papo com o autor de Os Imperfeccionistas, seu livro de estreia – e já bestseller –, que chega ao Brasil neste mês pela Editora Record. Continue lendo

Cresce debate sobre aspectos nocivos de viver o tempo todo na internet

[Nelson de Sá, Folha SP, 27 jan 12] Há dois meses, falando a estudantes em Stanford, Mark Zuckerberg desabafou que, se voltasse no tempo para recomeçar o Facebook, ficaria em Boston, longe do Vale do Silício, dos fundos de “venture capital” e da “cultura de curto prazo”. Ele tem um problema: a abertura de capital do Facebook se aproxima e a rede social dá sinais de, nos EUA, ter batido no teto.

As visitas cresceram 10% de outubro de 2010 ao mesmo mês de 2011, segundo a comScore, contra 56% de aumento no ano anterior.

Já se fala em “saturação social”, como publicou o “New York Times”. Segundo depoimento de David Carr, repórter e colunista da área cultural do “NYT”, 2011 foi o primeiro ano em que ele viu sua produtividade cair por causa de seu consumo de mídia. E, para 2012, Carr diz estar diante da escolha entre cortar passeios de bicicleta ou “alguns desses hábitos digitais que estão me comendo vivo”.

Nas três primeiras semanas, nada. “Meu Twitter ainda está me comendo vivo, embora eu tenha tido certo sucesso em desligá-lo por um tempo”, diz ele à Folha. “Na maior parte do tempo, porém, é como ter um cão amigável que quer ser sempre acariciado, levado para passear. Em outras palavras, continua me deixando louco.”Já se fala em “saturação social”, como publicou o “New York Times”. Segundo depoimento de David Carr, repórter e colunista da área cultural do “NYT”, 2011 foi o primeiro ano em que ele viu sua produtividade cair por causa de seu consumo de mídia. E, para 2012, Carr diz estar diante da escolha entre cortar passeios de bicicleta ou “alguns desses hábitos digitais que estão me comendo vivo”. Continue lendo

A utopia coletiva da carnavalização midiática da humanidade ~ Por Luís Eustáquio Soares

[Observatório da Imprensa, 27 de z 11] No livro O inconsciente político (1992), o crítico literário americano Frederic Jameson propôs uma metodologia interpretativa baseada numa dupla perspectiva, ao mesmo tempo opositiva e complementar: uma primeira inscrita na tradição analítica marxista, cujo pressuposto se inscreve na necessidade de uma prática crítica negativa ou da negatividade, sob o ponto de vista de que, num mundo de opressores e oprimidos, para citar o filósofo alemão Walter Benjamin, todo monumento de e à cultura é também um monumento de e à barbárie, porque, querendo ou não, foi produzido a partir do sofrimento, do desespero, do esquecimento, humilhação, abandono e mortes de milhares ou milhões de outros seres humanos; uma segunda perspectiva analítica que parte de um princípio oposto ao primeiro, porque compreende que, pela simples existência, todo e qualquer artefato cultural inscreve nele mesmo uma vontade utópica, por mínima que seja, de outro mundo.

O método interpretativo proposto por Jameson, portanto, está implicado com o jogo analítico entre negar, em retrospectiva; e afirmar, em perspectiva: negar o que coopta ou compartilha com o abandono dos desterrados da terra, desde antes até a atualidade; e destacar, por outro lado, as chispas utópicas que se inscrevem nos artefatos culturais, como afirmação de coletivas vidas futuras. Continue lendo

Será que estamos sofrendo de fadiga eletrônica global?

Será que as pessoas estão sofrendo de uma sobrecarga de gadgets? Será que estão exauridas e sofrem do equivalente mercadológico da fadiga mental –sobrecarga de informações– causada pelas constantes atualizações de seus aparelhos e da mídia on-line?

[Steve Lohr, NYTimes/FolhaSP, 27 dez 2011] A Underwriters Laboratories, respeitada organização sem fins lucrativos de teste e certificação de produtos, divulgou um estudo na semana passada cujas constatações incluíam que cerca de metade dos consumidores, 48%, “sentiam que os fabricantes de alta tecnologia levam produtos novos ao mercado mais rápido do que as pessoas precisam deles”.

É útil estudar um pouco mais a fundo as indicações oferecidas pelo relatório de 42 páginas. Continue lendo

How Luther went viral: Social media in the 16th Century

Five centuries before Facebook and the Arab spring, social media helped bring about the Reformation

[The Economist, Dec 17, 2011] IT IS a familiar-sounding tale: after decades of simmering discontent a new form of media gives opponents of an authoritarian regime a way to express their views, register their solidarity and co-ordinate their actions. The protesters’ message spreads virally through social networks, making it impossible to suppress and highlighting the extent of public support for revolution. The combination of improved publishing technology and social networks is a catalyst for social change where previous efforts had failed.

That’s what happened in the Arab spring. It’s also what happened during the Reformation, nearly 500 years ago, when Martin Luther and his allies took the new media of their day—pamphlets, ballads and woodcuts—and circulated them through social networks to promote their message of religious reform. Continue lendo