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Imagem do Dia: Jovem tibetano, Janphel Yeshi, se imola em protesto

Tibetano se imola antes de visita de Hu Jintao à Índia

[Reuters, 26 mar 12] Nova Déli – Um tibetano ateou fogo ao próprio corpo em Nova Déli nesta segunda-feira, em um protesto contra a visita do presidente chinês, Hu Jintao, que chegará à Índia no final da semana para uma cúpula.

Fotos tiradas por um fotógrafo da Reuters mostram o manifestante envolvido em chamas, antes de ser levado ao hospital com queimaduras no tronco. Não ficou claro quão grave eram os seus ferimentos.

O homem, de 27 anos, identificado como Janphel Yeshi, colocou fogo no corpo em pleno centro da capital indiana, segundo fontes policiais.

Trinta tibetanos atearam fogo a si mesmos, a maioria no sudoeste da China, no último ano em protesto contra o regime da China no Tibet, de acordo com grupos tibetanos de direitos humanos. Pelo menos vinte deles morreram.

MC’s Guaranis ~ garotos indígenas adotam o hip hop como cultura

É nóis. Clemerson (E), Charles, Bruno e Kelvin formam o Brô MC’s

O que levou os garotos de uma reserva indígena em Mato Grosso do Sul a adotar o hip hop como cultura e a criar o primeiro grupo de rap indígena no Brasil.

[Julio Maria, O Estado de SP, 21 mai 11] Os olhos do índio Bruno Verón dizem que algo na aldeia não vai bem. Junto a três outros jovens da mesma tribo, ele tranca o sorriso, amarra o Nike e mira o alvo: o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli. André está sentado na primeira fileira ao lado do prefeito de Dourados, Murilo Zauith, e de vereadores que inauguram com festa e discursos a Vila Olímpica Indígena da região, um espaço esportivo com campo de futebol e quadras de basquete. Bruno terá sua chance logo depois das meninas dançarinas da etnia terena. Assim que o locutor anuncia a entrada de seu grupo de rap, o Brô MC”s, o índio procura pelo governador na plateia e joga a lança: “Esta vai pra vocês que não conhecem nossa realidade, que não sabem dos nossos dilemas. Aldeia unida, mostra a cara!”

A real que Bruno canta forte, em uma mistura de guarani e português, está bem perto daquele complexo esportivo de R$ 1,6 milhão cheirando a tinta. Sua casa de quatro cômodos é dividida entre ele, a mãe, o pai e cinco irmãos. O avô morreu espancado supostamente por capangas de fazendeiros que queriam os indígenas longe dali. O irmão mais velho escapou por pouco, mas leva um projétil alojado na perna. Na casa dos Verón, arroz e feijão são lei. Carne, pouca. Salada, “coisa de paulista”. Mandioca brota no quintal. Banho, só de caneca. A geladeira está quebrada. A TV funciona. O Playstation, também. E sempre, a qualquer hora, os celulares dos garotos tocam Eminem, Snoop Doggy, Racionais, MV Bill e Fase Terminal. Continue lendo

Bispos criticam lei antiblasfêmia motivada por imagem de Jesus fumando na Índia

Fonte Folha SP, 25 fev 2010

Os bispos indianos repudiaram nesta segunda-feira a introdução de novas leis contra a blasfêmia, promovidas pelo governo de Meghalaya, no nordeste da Índia, e motivada pela divulgação de uma imagem de Jesus Cristo fumando e segurando uma lata de cerveja em um livro usado nas escolas do Estado.

Em um comunicado da Conferência dos Bispos Católicos da Índia (CBCI), os religiosos dizem estar “profundamente ofendidos pela imagem blasfematória de Cristo publicada nos livros escolares”, mas criticam a reação exagerada do Estado de criar uma lei “antiblasfêmia”.

Eles defendem que o governo deve promover “ações legais contra os responsáveis” pela blasfêmia e não contra toda a população.

Os bispos dizem ainda que já existe no Código Penal indiano um artigo que prevê penas contra ações que “firam os sentimentos religiosos da população”.

“Este tipo de lei pode ser distorcido ou manipulado por grupos fundamentalistas, como ocorre no vizinho Paquistão, o que não faz bem aos crentes”, esclarecem os bispos, que pedem ainda ao governo do país que “promova, garanta e defenda o respeito aos símbolos religiosos de todas as comunidades crentes, em toda a Índia”.

No Paquistão, a lei contra a blasfêmia é apontada como um dos motivos da constante violência contra os cristãos. A medida, de 1973, estabelece que a difamação de Maomé ou a profanação do Alcorão seja punida com a morte e prisão perpétua.

No segundo semestre do último ano, um massacre deixou pelo menos sete cristãos mortos e 20 feridos em Gorja, no centro paquistanês. As casas de cem religiosos também foram queimadas porque eles teriam profanado uma cópia do livro sagrado muçulmano.