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Adultos antes da hora (Adolescência precoce)

Fenômeno da adolescência precoce ganha força, mas pode prejudicar desenvolvimento da juventude cristã.

Curioso este país: ao mesmo tempo em que resiste quando se trata de confiar responsabilidades aos jovens, também estimula a maturidade prematura para encher de lenha a fogueira do consumo. E bem no centro dessa contradição, os adolescentes enfrentam o conflito entre ser tratados como “crianças grandes” ou “pequenos adultos”, de acordo com as conveniências — tanto as próprias quanto as da sociedade. As igrejas evangélicas também encontram alguma dificuldade para lidar com um contingente que abandona a infância cada vez mais cedo.

O conceito de adolescência, em si, não é dos mais precisos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa fase começa aos 10 anos de idade e vai até os 19. Já para o Estatuto da Criança e do Adolescente, ela acontece dos 12 aos 18 anos, sendo esse o padrão assumido pela maioria das igrejas evangélicas ao dividir as turmas da escola bíblica dominical e definir quem faz parte do ministério de adolescentes e que já deve ser promovido aos departamentos de mocidade. Continue lendo

Meninas estão chegando à puberdade mais cedo

Pesquisa afirma que alterações hormonais podem ocorrer a partir dos sete anos

Aos poucos, a imagem de uma menina de sete anos carregando uma boneca para cima e para baixo está se esvaindo. As crianças se interessam menos por produtos dedicados aos pequenos e mudam as atitudes adequadas para a idade.

Além da mudança no gosto e no dia a dia das meninas, pesquisadores descobriram, por meio de um estudo nos Estados Unidos, que a alteração hormonal delas é tão grande que o corpo está demonstrando os reflexos. Segundo a avaliação científica, uma em cada quatro garotas negras e uma em cada 10 garotas brancas têm seios desenvolvidos até os sete anos. O estudo, publicado no periódico Pediatrics e liderado por uma equipe do hospital infantil de Cincinnati, foi baseado na avaliação de 1,2 mil meninas de idades de seis a oito anos.

Os pesquisadores descobriram que, aos sete anos, 23,4% das garotas negras, 14,9% das hispânicas e 10,4% das brancas tinham seios desenvolvidos. Um estudo similar completo em 1997 descobriu que a proporção de garotas brancas que tinham seios desenvolvidos era de 5% – metade do que é hoje. A proporção de garotas negras com essa característica também aumentou em relação à última década: de 15% em 1997 para 23% hoje. Embora o crescimento dos seis esteja diretamente ligado à produção hormonal, novo estudo não avaliou a idade da primeira menstruação.

Obesidade seria uma das principais incentivadoras, porque alavanca a produção dos hormônios sexuais.

Alguns cientistas também suspeitam que substâncias químicas do ambiente alteram os efeitos do estrogênio, mexendo no relógio da puberdade. Socialmente e emocionalmente, a vida pode ser difícil para aquelas com cabeça de criança e corpo de adulto e que não estão preparadas para lidar com situações como as cantadas dos homens e dos meninos ou lidar as emoções e impulsos produzidos pelos hormônios.
Sinais da vida adulta na infância ou na adolescência pode trazer baixa auto-estima e dúvidas sobre a imagem corporal, assim como maiores taxas de distúrbios alimentares, depressão e tentativa de suicídio. Como o relógio do corpo funciona tentando harmonizar todas as áreas, a chegada da puberdade em uma idade mais jovem ainda antecipa as experiências sexuais – uma dor de cabeça para as mamães – e, mais adiante, há maiores riscos de câncer de mama.

Quando avançam a adolescência, as meninas também são bombardeadas com uma série de estímulos que induzem à sexualização – seja da roupa ou do comportamento. Para a educadora Suely Buriasco, o uso da sensualidade feminina como produto é um fator que interfere de forma negativa na educação das adolescentes em geral. De acordo com ela, essas imagens estereotipadas da mulher, além de causarem uma ideia distorcida de como as jovens se reconhecem, atrapalham a percepção dos garotos em relação a elas.

- O machismo promove verdadeira agressão nos meninos, que vivem a pressão de mostrar para os adultos e os colegas o quanto são machos – diz.

Fonte: Zero Hora, 23 ago 2010