Arquivo da tag: intolerância religiosa

Onde estão os cristãos? ~ por João Pereira Coutinho

No início do século 20, os cristãos árabes representavam 20% da população total. Hoje, andam pelos 5%.

[FSP, 9 abr 12] Bento 16 é um diplomata: na sua mensagem de Páscoa, o papa apelou ao fim dos confrontos na Síria. E, com cautelas mil, teve ainda uma palavra de preocupação pelos cristãos do mundo inteiro, que sofrem pela sua fé e são perseguidos pelas autoridades locais.

O papa fez bem em levantar o véu. Mas um leitor interessado nos pormenores sórdidos da vaga anti-cristã –nomes, números, crimes etc.– deve ler a edição pascal da revista “The Spectator”. Que, dessa vez, dedica uma especial atenção aos cristãos do Oriente Médio. Primeira conclusão: os cristãos da zona não estão a gostar da “primavera árabe”. Continue lendo

Em nome do ‘só’ ~ Nilton Bonder

Avenida das Américas direção da Cidade do Rock e dezenas, senão centenas de jovens e cartazes: “Um Mundo Melhor??? Só Jesus!” Levei alguns segundos para entender (às vezes a gente se pega desatento para as confrontações e as querelas e leva um tempo para perceber nuances…) que se tratavam dos “jovens do bem” contra-atacando os “jovens da superfície e da perdição” que começavam a movimentar-se para o Templo do Rock. “No Brasil não!”, pensei eu ingenuamente e com um incômodo estranho.

Por que me incomodava tanto aquela manifestação de diversidade? Não seria ela o que tanto sonhamos quado pedimos por mais engajamento e mais consciência em nossa terra, particularmente entre os jovens? O que havia de tão bélico na mostra de outro olhar que se fazia expresso por alguns destes jovens dançando e entoando seus próprios hinos hits?

Pensei que fosse talvez pela confrontação entre iguais que não se reconheciam, já que muitos pareciam fãs prontos a recolher autógrafos numa histeria de linguagem aparentemente oposta, mas que era igual. Sonhos e mitos a um neófito da vida podem ser de esquerda ou direita, do bem ou do mal, laico ou religioso, e serão sempre a mesma manifestação. Se para alguém vivido é difícil não ser presa das aparentes diferenças que são iguais, quanto mais para os jovens. Continue lendo