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Filhos de Abrão [charge]

chargejudaica

Dois judeus radicados no Rio, Adam Grzybowski (polonês) e Luis Goldman (argentino), vão ilustrar com esta charge o livro “Religiões do Mundo: Judaismo”, do Grupo Editorial alemão Klett, líder europeu em livros didáticos e culturais.

Versão não autorizada…

Eles foram escolhidos por causa do trabalho “Bíblia Versão não autorizada”, que aborda textos bíblicos com humor, e será publicado em 2014. Duas editoras estão disputando o título.

Publicado no O Globo.

con-VERTA-se!

loveisthemessage

Seguir a Jesus é mais do que andar na mesma trilha.
É acolher em seu coração as mesmas puras intenções e motivações do Bom Pastor.
Implica um ‘con-VERTER-se’ constante não só à Ele, mas também às suas outras ovelhas.
Por mais esquisitas e diferentes que estas sejam.

Não subestime sua capacidade de ferir e desagregar.
Ovelhas feridas ferem…
Ovelhas imaturas ferem e desagregam absolutamente.

Converta-se!
Um coração contrito não será desprezado pelo Altíssimo.
No seu tempo, à seu modo, Ele lhe exaltará.
Volte!

Santos entre taças de vinho

felipe-pondeLuiz Felipe Pondé, de 52 anos, é um raro exemplo de filósofo brasileiro que consegue conversar com o mundo para além dos muros da academia. Seja na sua coluna semanal na Folha de S.Paulo, seja em livros como o recém-lançado O Catolicismo Hoje (Benvirá), ele sabe se comunicar com o grande público sem baratear suas ideias. Mais rara ainda é sua disposição para criticar certezas e lugares-comuns bem estabelecidos entre seus pares. Pondé é um crítico da dominância burra que a esquerda assumiu sobre a cultura brasileira. Professor da Faap e da PUC, em São Paulo, Pondé, em seus ensaios, conseguiu definir ironicamente o espírito dos tempos descrevendo um cenário comum na classe média intelectualizada: o jantar inteligente, no qual os comensais, entre uma e outra taça de vinho chileno, se cumprimentam mutuamente por sua “consciência social”. Diz Pondé: “Sou filósofo casado com psicanalista. Somos convidados para muitos jantares assim. Há até jantares inteligentes para falar mal de jantares inteligentes”. Estudioso de teologia, Pondé considera o ateísmo filosoficamente raso, mas não é seguidor de nenhuma religião em particular. Eis um pensador capaz de surpreender quem valoriza o rigor na troca de ideias. [Entrevista publicada pela Veja, em 13.7.2011]

Em seus ensaios, o senhor delineou um cenário exemplar do mundo atual: o jantar inteligente. O que vem a ser isso?

É uma reunião na qual há uma adesão geral a pacotes de ideias e comportamentos. Pode ser visto como a versão contemporânea das festas luteranas na Dinamarca do século XIX, que o filósofo Soren Kierkegaard criticava por sua hipocrisia. Esse vício migrou de um cenário no qual o cristianismo era a base da hipocrisia para uma falsa espiritualidade de esquerda. Como a esquerda não tem a tensão do pecado, ela é pior do que o cristianismo. Continue lendo

O absoluto é Deus, e o coabsoluto são os pobres ~ Jon Sobrino

Já são 40 anos de Teologia da Libertação e permanece a dúvida em relação às razões pelas quais ela é tão criticada, perseguida, difamada pelos poderes do mundo, inclusive pela hierarquia da Igreja.

[IHU, 29 set 12] Pois quem ajuda nessa compreensão é o renomado teólogo jesuíta salvadorenho, de origem espanhola, Jon Sobrino, que aceitou conceder a entrevista a seguir por e-mail, afirmando que para responder a essa pergunta não é necessário nenhum estudo sofisticado, nem de discernimento diante de Deus.

Tal perseguição ocorre “ou por má vontade ou por ignorância”, pelo fato de que aquela teologia “foi vista como uma ameaça”. E explica: “certamente, ameaça ao capitalismo, e daí a reação de Rockefeller em 1969 e dos assessores de Reagan, em 1980. E ameaça à segurança nacional, e daí as reações dos generais na década de 1980. Também no interior da Igreja, por ignorância, por medo de perder o poder ou por obstinação de não querer reconhecer a verdade com que se respondiam às críticas”.

Sobrino pensa que, no Concílio Vaticano II, “a Igreja sentiu o impulso de humanizar o mundo e de se humanizar juntamente com ele, sem se envergonhar diante do mundo moderno e de usar o moderno para tornar mais crível o Deus cristão”. E o teólogo acredita que, o que se chamou de Teologia da Libertação, “pode aportar a ambas as coisas: racionalizar a fé em um mundo de injustiça e oferecer uma imagem mais limpa de Deus, não manchada com a imundície das divindades que dão morte aos pobres”.

Jon Sobrino é professor da Universidade Centro-Americana – UCA -, de San Salvador. Doutor em Teologia pela Hochschule Sankt Georgen, em Frankfurt (Alemanha) e diretor da Revista Latinoamericana de Teologia e do informativo Cartas a las Iglesias. Ele é autor de, entre muitos outros livros, Cristologia a partir da América Latina: esboço a partir do seguimento do Jesus histórico (Petrópolis: Vozes, 1983). Confira a entrevista. 

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“É possível acreditar em Deus usando a razão”, afirma William Lane Craig

O filósofo e teólogo defende o cristianismo, a ressurreição de Jesus e a veracidade da Bíblia a partir de construção lógica e racional, e se destaca em debates com pensadores ateus.

[Marco Túlio Pires, Veja, 25 mar 12] Quando o escritor britânico Christopher Hitchens, um dos maiores defensores do ateísmo, travou um longo debate nos Estados Unidos, em abril de 2009, com o filósofo e teólogo William Lane Craig sobre a existência de Deus, seus colegas ateus ficaram tensos. Momentos antes de subir ao palco, Hitchens — que morreu em dezembro de 2011. aos 62 anos — falou a jornalistas sobre a expectativa de enfrentar Craig.

“Posso dizer que meus colegas ateus o levam bem a sério”, disse. “Ele é considerado um adversário muito duro, rigoroso, culto e formidável”, continuou. “Normalmente as pessoas não me dizem ‘boa sorte’ ou ‘não nos decepcione’ antes de um debate — mas hoje, é o tipo de coisa que estão me dizendo”. Difícil saber se houve um vencedor do debate. O certo é que Craig se destaca pela elegância com que apresenta seus argumentos, mesmo quando submetido ao fogo cerrado. Continue lendo

O Brasil é uma potência religiosa global ~ José Casanova [Entrevista]

Um dos principais sociólogos da religião no mundo explica a crise de fé da Europa, a politização da religiosidade nos EUA e o preconceito contra os ateus.

[Rodrigo Cardoso, Isto É, 16 mar 12] Aos 61 anos, José Casanova é um dos mais respeitados sociólogos da religião na atualidade. Autor do clássico “Public Religions in the Modern World” (de 1994), no qual trata da ligação entre o afastamento das pessoas das religiões e a modernidade, o acadêmico nascido na Espanha e naturalizado americano é professor titular do departamento de sociologia da Universidade de Georgetown, em Washington, nos Estados Unidos, e diretor do programa sobre “globalização, religião e o secular” do Center Berkley, na mesma instituição. Casado e com um filho, Casanova esteve no Brasil, no início do mês, para ministrar aulas magnas, ter encontros com pesquisadores e fazer palestras públicas em universidades. No período em que esteve no País, concedeu uma entrevista à ISTOÉ, na qual traçou um panorama da engrenagem religiosa no mundo atualmente – secularismo e ateísmo, a crise de fé na Europa, a politização da religiosidade nos EUA e a religião em países como Brasil, China e Índia.

Confira a entrevista.

Qual o futuro do catolicismo? 

Entre o protestantismo/pentecostalismo, o islã e o catolicismo – as três grandes religiões globais –, este último vem perdendo espaço e depende de como irá resolver as suas crises fundamentais envolvendo a igualdade das mulheres, o sacerdócio feminino e como irá reconstruir a sua moral sexual diante das transformações radicais da moralidade sexual nas sociedades. Não significa aceitar essas transformações, mas confrontá-las e dar uma nova alternativa moral aos problemas. Há um distanciamento entre a moral sexual das sociedades e a moral proposta pelo catolicismo. E sabemos que isso leva muitas mulheres a se afastar. E, quando uma mulher sai da igreja, a família deixa de ser cristã e os templos se esvaziam. Continue lendo

Cindindo a cruz ~ Hélio Schwartsman

O povo de Deus ficou bravo comigo por causa da coluna “Cristo despejado”, publicada na edição impressa da Folha no último domingo, na qual defendi a decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul de mandar tirar os crucifixos das dependências da Justiça gaúcha.

Tecnicamente, era um texto pró-religião. Eu tentava mostrar que o Estado laico, isto é, que se mantém numa posição de total neutralidade em relação a todos os credos, interessa muito mais a religiosos do que a ateus e agnósticos.

Para os que não cremos em Deus ou que julgam sua existência uma questão indecidível, o crucifixo não passa de dois pedaços de pau entrelaçados, uma manifestação supersticiosa, no máximo. Já para alguém que de fato abraça uma fé, pode ser bastante incômodo ver o Estado chancelando o símbolo de um credo que não o seu.

Judeus e muçulmanos, por exemplo, têm boas razões históricas para interpretar a cruz como um emblema de opressão e morte. Há mesmo algumas denominações protestantes que, levando a sério o segundo mandamento, consideram o crucifixo um caso de imperdoável idolatria. Continue lendo

Irã persegue cristãos em retaliação às sanções do Ocidente ao seu programa nuclear

Igreja sofre com onda de perseguição no Irã. Autoridades iranianas estão promovendo uma onda de perseguição aos cristãos em todo o país, prendendo indiscriminadamente líderes e membros comuns – incluindo uma mulher de 78 anos de idade.

Desde o Natal de 2011, agentes de segurança realizam incursões nas igrejas em Ahwaz, Shiraz, Esfahan, Teerã e Kermanshah. Algumas igrejas oficialmente registradas têm sido alvo também. Cristãos têm sido presos em suas casas e locais de trabalho.

Em uma incursão na cidade de Esfahan, uma senhora de 78 anos de idade, Giti Hakimpour, foi presa em sua casa em às 6h da manhã no dia 22 de Fevereiro de 2012. Giti, que havia recentemente passado por uma cirurgia de substituição do joelho, não estava em boas condições de saúde; seu médico advertiu que ela precisava de cuidados especiais e não deveria ser submetida ao estresse. Após persistentes esforços de líderes da igreja, Giti foi solta em 25 de Fevereiro. Continue lendo

Homofobia & Cristãfobia: protesto contra toda intolerância

Sou cristão. Sou contra a homofobia e toda e qualquer forma de intransigência. Defendo a vida, a liberdade de escolha e de expressão, inclusive dos que pensam diferente de mim.

Sou cristão. Chamado a servir aos necessitados, entre eles, os enfermos nos hospitais, independentemente de sua raça, religião, condição econômica e opção sexual. Seja individual e informalmente, ou organizada e institucionalmente através da ‘ACEH – Associação de Capelania Evangélica Hospitalar’, buscamos estar junto aos que sofrem. Continue lendo

2 de março: Dia Mundial de Oração das/pelas Mulheres

Nesta sexta-feira, 2 de março, celebra-se em todo o mundo a jornada de meditação que une cristãos de diversas tradições.

[Maria TP Pederiva, Vatican Insider/IHU, 1 mar 2012] Em antecipação ao tradicional Dia da Mulher, celebra-se neste ano, no dia 2 de março, o “Dia Mundial de Oração das Mulheres”, uma iniciativa que tem suas origens no século XIX, quando grupos de mulheres de fé protestante dos Estados Unidos e do Canadá haviam iniciado atividades comuns em prol de muitas mulheres em dificuldade, tanto em sua pátria quanto no exterior. Logo, seguiu-se a ideia de um dia unitário dedicado à oração “das” e “pelas” mulheres, depois fixado para a primeira sexta-feira do mês de março.

Embora em diferentes partes do mundo a ideia já havia sido acolhida até por grupos no âmbito católico, foi apenas em 1969, depois da abertura ecumênica doConcílio, que a União Mundial das Organizações Femininas Católicas encorajou abertamente as mulheres católicas de todo o mundo a participar. Continue lendo

Por que devemos voltar para Jesus ~ por Hans Küng

“Só seguindo o Messias, pode-se agir, sofrer e morrer de modo humano”.

[Corriere della Sera, 20 jan 12/IHU] Mediante o livro Ser Cristão (Ed. Imago, 1976), inúmeras pessoas encontraram a coragem para serem cristãs. O autor sabe isso por causa das inúmeras resenhas, cartas e colóquios. Muitas pessoas, de fato, afastadas da prática e da pregação de alguma grande igreja cristã, buscam caminhos para continuarem sendo cristãos confiáveis, buscam uma teologia que não seja abstrata para eles e alheia ao mundo, mas explique de modo concreto e próximo da vida em que consiste ser cristão.

‘Ser Cristão’ não pretendia “seduzir” as pessoas com a retórica ou agredi-las com um tom de pregação. Nem queria simplesmente fazer proclamações, declamações ou declarações em sentido teológico. Pretendia motivar, explicando que, por que e como uma pessoa crítica também pode ser responsavelmente cristã perante a sua razão e o seu ambiente social. Continue lendo