Pesquisa mostra prática religiosa de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas

Estudo revela que 72% dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas no Brasil se identificavam com alguma religião antes da infração. Realizado pela Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNPDCA), da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), em parceria com o Instituto de Estudo da Religião (Iser), a publicação Filhos de Deus: Assistência Religiosa no Sistema Socioeducativo foi lançada nesta segunda (6) no Observatório de Boas Práticas e Projetos Inovadores em Direitos da Criança e do Adolescente, em Brasília (DF).

“A pesquisa é uma iniciativa sobre o direito à assistência religiosa no sistema socioeducativo, que nos permite melhor compreender esta realidade e ter acesso a dados sobre as semelhanças e as peculiaridades nos cenários encontrados nas cinco regiões brasileiras”, explica Carmen Silveira de Oliveira, secretária nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da SDH/PR.

Nove estados participaram da pesquisa: Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. “A Constituição e o Estatuto da Criança e do Adolescente prevêem a assistência ao adolescente, porém as instituições religiosas buscam mais a expansão de sua crença do que a assistência ao adolescente”, afirma Pedro Simões, organizador da pesquisa.

Números
Segundo os dados divulgados pesquisa, em 67% dos casos, a religião do adolescente é a mesma que a dos pais, enquanto 25% optam por uma religião diferente da dos pais. Cerca de 25% dos adolescentes consultados não se identificam com nenhuma religião. Há adolescentes que não são religiosos e a “não crença” deve ser igualmente respeitada, ou seja, não pode haver nenhum tipo de constrangimento para que eles participem de atividades religiosas.

A religião evangélica pentecostal é a que os adolescentes mais se identificam, com 28,4% dos adolescentes. A não identificação com uma religião especifica é a segunda opção mais recorrente, com 26,5%, seguida da religião católica, com 12%, e da Umbanda e Candomblé, que juntas têm 7,5%. As demais religiões têm menos de 6% de identificação entre os adolescentes pesquisados.

“A divulgação desta pesquisa pode fomentar o respeito à profissão de fé expressa pelo adolescente em privação de liberdade, sobretudo quando solicita a assistência espiritual como parte do cuidado de si e da busca de transcendência. Acima de tudo, trata-se de reafirmar às novas gerações brasileiras no seu direito de viver em um estado laico, em que se assegura, constitucionalmente, o direito à liberdade e pluralidade religiosa”, diz Carmen Silveira de Oliveira.

Com informações da Assessoria da Secretaria de Direitos Humanos (SDH)

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