Arquivo da categoria: Saúde

Número de pessoas infectadas por Aids se mantém estável em 2010

[O Globo, 28 nov 11] O número de pessoas com Aids no Brasil se manteve estável em 2010, atingindo cerca de 0,6% da população entre 15 e 49 anos. Já a taxa de incidência (novas infecções) registrou uma leve queda, passando de 18,8 por grupo de 100 mil habitantes em 2009 para 17,9 em 2010. No ano passado,os novos casos se concentraram na população entre 35 e 39 anos. Os dados são do Boletim Epidemiológico Aids/DST 2011 divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Saúde.

O número de mortes praticamente não se alterou: foram 12.097 em 2009 e 11.965 em 2010. No total, de 1980 a junho de 2011, 241.469 pessoas já morreram em decorrência da Aids no Brasil. No mesmo período, foram notificados 608.230 casos da doença.

Segundo o Ministério da Saúde, a estabilização do número de infectados se deve aos investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS), à prevenção e ampliação da testagem e do acesso ao tratamento antirretroviral, e à capacitação dos profissionais de saúde.

– Estamos investindo na expansão da testagem rápida para garantir que o diagnóstico seja o mais breve possível, com ações do Fique Sabendo. Quanto mais cedo o vírus é descoberto, mais cedo tem início o tratamento, proporcionando qualidade de vida para quem vive com a doença – afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Continue lendo

Populações indígenas têm os piores indicadores sociais da Amazônia

[Luana Lourenço*, Agência Brasil, 17 nov 11] Belém (PA) – Se os indicadores sociais da Amazônia estão aquém da média nacional dos países que compartilham a floresta, as populações indígenas são ainda mais vulneráveis. O relatório A Amazônia e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio avaliou indicadores de nove países: o Brasil, a Bolívia, Colômbia, o Equador, Peru, a Venezuela, o Suriname, a Guiana e a Guiana Francesa e identificou resultados piores para os indígenas.

O levantamento diz que nos nove países há 1,6 milhão de indígenas, de 375 povos. Nem todos vivem em territórios reconhecidos, o que, segundo os pesquisadores, tem impacto direto na subsistência e na qualidade de vida das comunidades. “A erradicação da pobreza e da fome está intimamente associada à garantia do usufruto de seus territórios tradicionais. A consolidação territorial é que permite que as populações indígenas possam produzir seus alimentos por meio da pesca, caça, agricultura etc.”, destaca o trabalho.

Os piores resultados estão relacionados à saúde. A ausência de serviços básicos e as distâncias geográficas na região acabam excluindo as populações indígenas do atendimento de saúde. A alta incidência de malária, tuberculose  e doenças sexualmente transmissíveis entre essas populações confirma a desigualdade. A taxa de incidência de tuberculose entre os indígenas do Brasil, por exemplo, é 101 para cada 100 mil pessoas. A média nacional é 37,9 casos para cada 100 mil. Na Venezuela, há tribos que registram 450 casos de tuberculose para cada 100 mil pessoas. Continue lendo

Taxa de fecundidade cai para 1,86 filho por mulher no Brasil

[BBC Brasil, 16 nov 11] A taxa de fecundidade brasileira caiu para 1,86 filho por mulher em 2010, bem inferior à taxa de 2,38 filhos observada dez anos antes, informou nesta quarta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na divulgação de dados do Censo 2010.

“O declínio dos níveis de fecundidade ocorreu em todas as grandes regiões brasileiras”, principalmente no Norte (de 3,16 filhos por mulher para 2,42) e no Nordeste (de 2,69 para 2,01), que possuíam os mais altos níveis de fecundidade em 2000, segundo comunicado do IBGE.

As taxas mais baixas de fecundidade são observadas nos Estados do Rio de Janeiro (1,62 filho por mulher), São Paulo (1,630 e no Distrito Federal (1,69). A taxa mais alta ocorre no Acre (2,77).

Segundo o IBGE, também notou-se uma mudança comportamental: começa a cair a participação das mulheres mais jovens (15 a 24 anos de idade) em novos nascimentos, e cresce a fecundidade entre mulheres com mais de 30 anos.

 

Pesquisa aponta problemas com crack em municípios brasileiros

Segundo pesquisa, uso de crack no Brasil se alastrou por todas as camadas da sociedade

Dados referentes a 4.430 cidades analisadas também revelam que a droga está substituindo o álcool nas cidades de pequeno porte e áreas rurais

[Estadão, 7 nov 2011] Um panorama sobre a presença do crack e outras drogas no Brasil foi apresentado nesta segunda-feira, 7, pelo presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. A pesquisa foi elaborada com os gestores municipais de 4.430 cidades. Cerca de 84,5% afirmaram que enfrentam problemas com a circulação de drogas em seu território. Na pesquisa divulgada há um ano, 98% dos pesquisados confirmaram a presença do crack.

A maioria dos gestores apontou ocorrências com outras drogas, mas 90,7% consideram que o crack é o problema e 93,9% registram existência de transtornos por causa da circulação do entorpecente. “Verificamos que o uso de crack se alastrou por todas as camadas da sociedade, a droga que, em princípio, era consumida por pessoas de baixa renda, disseminou-se por todas as classes sociais”, aponta a pesquisa. Continue lendo

Meta de reduzir pela metade a fome no mundo está longe de ser alcançada

Secas como na Etiópia pioram o problema da fome no mundo

Em 2000, a comunidade internacional se comprometeu a reduzir pela metade a fome no mundo, no prazo de 15 anos. Mas hoje já é possível afirmar que esse Objetivo do Milênio dificilmente será alcançado.

[DW, 3 nov 11] A fome é cruel. O estado de uma pessoa faminta piora em etapas. Quando, no final, o sistema imunológico entra em colapso, a morte chega de forma lenta, acompanhada de uma dor insuportável. Quase 25 mil pessoas no mundo morrem de fome todos os dias, o equivalente a uma morte a cada três segundos. “Morte por fome é assassinato”, diz o ex-relator especial para o Direito à Alimentação da ONU Jean Ziegler.

Em 2000, na Cúpula do Milênio, os líderes de todos os países-membros da ONU decidiram reduzir pela metade, até 2015, a proporção de pessoas afetadas pela fome no mundo. Na época, o número era estimado em 800 milhões. No mesmo período, o número de pessoas consideradas pobres também deveria cair pela metade.

A observação de que principalmente os pobres passam fome e não raro continuam pobres justamente porque padecem de fome crônica foi incluída de última hora no documento final graças à intervenção da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês). Continue lendo

Total de mulheres viciadas aumenta 158% em Ribeirão Preto (SP)

[Juliana Coissi, Folha SP, 7 nov 11] Durante os 44 anos de casada, Helena, 64, acostumou-se a tomar uma cervejinha com o marido todo fim de tarde. Juntos, os dois chegavam a consumir cinco garrafas por dia.

Só depois de procurar o Caps-AD (centro de atenção para dependentes químicos), em Ribeirão Preto (313 km de SP), ela percebeu que o hábito inocente a tornou viciada em álcool.

Helena, que preferiu não revelar seu nome verdadeiro, é apenas uma das muitas mulheres que aparecem nas estatísticas do centro.

O número de dependentes químicas –principalmente de álcool– que buscam pela primeira vez ajuda do Caps-AD cresceu 158% na comparação entre 2010 e 1996, quando o centro foi criado.

Nos primeiros sete meses deste ano, já há quase o mesmo número de mulheres atendidas do que em todo o ano passado (104 contra 111). O ritmo de crescimento entre mulheres é 15,5% maior do que entre os novos pacientes homens. Continue lendo

HIV avança entre crianças nas regiões Norte e Nordeste

Enquanto a transmissão vertical –mãe-bebê– do HIV vem caindo no Brasil, a tendência é de alta nas regiões Norte e Nordeste, segundo dados reunidos pelo Ministério da Saúde.

[Folha SP, 01 nov 11] A taxa nacional de incidência da Aids em menores de cinco anos passou de 5,4 casos por 100 mil habitantes em 2000 para 3 em 100 mil em 2009. Nesse período, a taxa passou de 1,9 para 4 em 100 mil no Norte e de 1,4 para 2,3 por 100 mil no Nordeste.

A incidência do HIV entre crianças de até cinco anos é usada pelo governo como espelho da chamada transmissão vertical –principal causa de infecção nessa faixa etária. Esse tipo de contaminação pode ser evitado com tratamento médico.

Os dados são preocupantes, diz Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do ministério. “Temos de dar um desconto porque melhoramos a detecção [do HIV], mas não há a tendência de redução que percebemos nos outros lugares. Em um país que oferece acesso universal ao antirretroviral, a gente espera a redução”, afirma. Continue lendo

Crise alimentar põe milhões em risco na Coréia do Norte

Milhões de crianças e mulheres em idade fértil sofrem de desnutrição na Coreia do Norte, e estão sob maior risco de morte ou doenças, disse o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta terça-feira.

[Stephanie Nebehay, Reuters, 01 nov 11] A agência pediu aos doadores que ajudem a evitar uma “crise de nutrição” na Coréia do Norte devido à escassez de financiamento. A Unicef recebeu apenas 4,6 milhões de dólares de um total de 20,4 milhões de dólares necessários para seus programas de emergência no país este ano.

“Se o financiamento não chega e somos incapazes de manter os nossos programas de nutrição para tratar as crianças que estão gravemente desnutridas, essas crianças vão sofrer consequências irreversíveis para o seu crescimento e capacidade de desenvolvimento”, disse Bijaya Rajbhandari, representante do Unicef na Coréia do Norte, em comunicado.

O porta-voz do Unicef, Chris Tidey, não tinha informações imediatas sobre como os governos haviam contribuído para o seu apelo de financiamento até o momento. Continue lendo

Envelhecimento e retração da população desafiam governos europeus

Enquanto as populações dos países emergentes e em desenvolvimento crescem, na Europa a tendência é contrária: há cada vez menos europeus, e eles estão cada vez mais velhos.

[DW, 28 out 11] Os irlandeses certamente não serão os primeiros a desaparecer da Europa. Apesar da crise da dívida que atinge o país, a Irlanda registra a maior taxa de natalidade da União Europeia – 2,07 filhos por mulher. O índice, no entanto, ainda está um pouco abaixo do mínimo calculado para garantir a continuidade do tamanho de uma população, que é de 2,1 crianças para cada mulher.

Logo atrás das irlandesas no ranking estão as mulheres da Escandinávia (Dinamarca, Suécia e Noruega), as francesas e as britânicas.

O pesquisador Axel Plünnecke, do Departamento de Políticas para Educação e Mercado de Trabalho do instituto econômico IDW, afirma que as taxas de nascimento costumam ser um pouco mais altas em países onde as mulheres estão bem integradas à força de trabalho. Ele ressalta que nesses países existem uma infraestrutura para o atendimento a crianças consolidada ao longo de décadas. Continue lendo

Atlas Saneamento 2011: saneamento básico melhora em todas as regiões do país, mas diferenças ainda existem

[IBGE, 19 out 11] O Atlas de Saneamento 2011, que o IBGE lança hoje, 19 de outubro de 2011, revela que, apesar de persistirem diferenças regionais marcantes na abrangência municipal dos serviços de esgotamento sanitário, de abastecimento de água, de manejo de águas pluviais e de resíduos sólidos, entre 2000 e 2008 houve um avanço no número de municípios cobertos pelo saneamento básico em todas as regiões do Brasil.

O Atlas faz uma leitura territorial dos dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008, estabelecendo uma visão articulada das diferenças regionais existentes naquele ano no que se refere à distribuição, abrangência e qualidade dos serviços de saneamento presentes nos municípios brasileiros.

Na comparação entre 2000 e 2008, percebe-se que houve um aumento no número de municípios que realizavam coleta seletiva de lixo. O percentual de municípios brasileiros que ofereciam este serviço registrou um aumento, passando de 8,2%, em 2000, para 17,9%, em 2008, valor ainda considerado baixo. Entre as cidades que realizavam coleta seletiva, apenas 38% o faziam em todo o município. Observou-se, ainda, grandes disparidades regionais, pois este serviço estava concentrado nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, que alcançavam um percentual acima dos 40%, enquanto nas demais regiões não chegavam a 10%.

A publicação mostra, ainda, que as melhorias no serviço de esgotamento sanitário ocorreram principalmente em áreas onde houve aumento da população entre os Censos Demográficos de 2000 e de 2010. Continue lendo

IBGE aponta falta de rede de esgoto em quase metade dos municípios

Pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que quase metade (44,8%) dos municípios brasileiros não tinha rede coletora de esgoto em 2008.

[Denise Menchen, Folha, 19 nov 11] As diferenças regionais, porém, são grandes: enquanto no Estado de São Paulo apenas Itapura estava nessa situação, na região Norte as cidades sem o serviço chegavam a 96,5% do total.

Os dados consideram apenas a existência ou não da rede coletora, e não a abrangência de cobertura dentro de cada município –ou seja, mesmo que vários bairros de uma cidade não sejam atendidos pelo serviço, ela pode figurar na lista se a coleta for feita em parte de seu território. Continue lendo

Relatório aponta 26 países com nível de fome alarmante

[France Presse, Folha SP, 11 out 11] Um relatório publicado nesta terça-feira pelo IFPRI (Instituto Internacional de Investigação sobre a Alimentação), em parceria com mais três ONGs, indicou que 26 países, em sua maioria da África-subsaariana e Ásia, apresentam níveis de fome “alarmantes” ou “muito alarmantes”.

O relatório sobre o Índice de fome no mundo em 2011, assinado também pela Acted (Agência de Ajuda de Cooperação Técnica e Desenvolvimento), a Concern Worldwide e Welthungerhilfe, mostra que “o número de famintos caiu desde 1990, mas não significativamente, pois segue alto o nível o que correspondente a uma situação grave”.

Baseado em dados coletados entre 2004 e 2009, o IFPRI calculou o número da fome a partir de três critérios: a taxa de desnutrição, a taxa de desnutrição infantil e a taxa de mortalidade infantil. Com isso, o índice dos países eram classificados em 5 categorias: baixo, moderado, grave, alarmante e muito alarmante.

Mundialmente o índice de 2011 diminuiu 26% em relação a 1990, e passou de 19,7 para 14,6 –medição considerada grave.

De um total de 122 países pesquisados, os quatro que apresentam um índice muito alarmante são os africanos Burundi, Chade, Eritreia e República Democrática do Congo. Continue lendo