Arquivo da tag: envelhecimento da população

Cresce número de idosos morando sozinhos no Brasil

Cyonea Vilas-Boas, 82, programadora de sites, mora sozinha há 17 anos, em SP

De acordo com o Censo IBGE 2011, são quase 3 milhões de idosos morando sozinhos, o que representa 14% do total de brasileiros com mais de 60 anos.

[Filipe Oliveira, FSP, 3 abr 12] Catarina Fló, 92, tem a casa invadida por netos e bisnetos toda quarta-feira na hora do almoço. Acabadas a comida e a conversa, todos voltam para seus lares e apenas ela e a empregada ficam.

É assim há quatro anos, desde que seu marido morreu. Ela diz que se sente bem sozinha: “Na minha casa eu mando na minha vida”.

O número de idosos que vivem como ela está crescendo. De acordo com dados do Censo, realizado pelo IBGE em 2011, são quase 3 milhões que moram sozinhos, o que representa 14% do total de brasileiros com mais de 60 anos. Continue lendo

O papel do Brasil em um mundo com 7 bi de habitantes

País tem condições de receber o bebê que nasce nessa superlotação, mas para envelhecer com ele de forma saudável, alguns problemas devem ser corrigidos

[Cecília Araújo, Veja, 31 out 11] A criança que nasce no Brasil neste dia 31 de outubro de 2011 viverá em um mundo de mais de 7 bilhões de habitantes – simbolizados pelo nascimento da filipina Danica May Camacho dois minutos antes da meia-noite de domingo. Em um país com mais de 190 milhões de moradores, esse bebê já integra uma parcela da população com alta expectativa de vida. Em 2100, quando ela completar 89 anos – e o mundo chegar à marca prevista de 10 bilhões de pessoas – os idosos com mais de 80 anos representarão a maior parcela da população (13,3% dos brasileiros). E diante dessa explosão demográfica, a pergunta é: o Brasil está preparado para envelhecer com esse bebê? Para o representante do Fundo da População no Brasil, Harold Robinson, que lançou o relatório sobre a Situação da População Mundial 2011, o país vive um bom momento e está relativamente à frente do restante do mundo nesse quesito. “Embora ainda tenha muitos passos a dar”, ressalva, em entrevista. Continue lendo

Envelhecimento e retração da população desafiam governos europeus

Enquanto as populações dos países emergentes e em desenvolvimento crescem, na Europa a tendência é contrária: há cada vez menos europeus, e eles estão cada vez mais velhos.

[DW, 28 out 11] Os irlandeses certamente não serão os primeiros a desaparecer da Europa. Apesar da crise da dívida que atinge o país, a Irlanda registra a maior taxa de natalidade da União Europeia – 2,07 filhos por mulher. O índice, no entanto, ainda está um pouco abaixo do mínimo calculado para garantir a continuidade do tamanho de uma população, que é de 2,1 crianças para cada mulher.

Logo atrás das irlandesas no ranking estão as mulheres da Escandinávia (Dinamarca, Suécia e Noruega), as francesas e as britânicas.

O pesquisador Axel Plünnecke, do Departamento de Políticas para Educação e Mercado de Trabalho do instituto econômico IDW, afirma que as taxas de nascimento costumam ser um pouco mais altas em países onde as mulheres estão bem integradas à força de trabalho. Ele ressalta que nesses países existem uma infraestrutura para o atendimento a crianças consolidada ao longo de décadas. Continue lendo

No Dia do Idoso, país tem pouco a comemorar

[Daniella Jinkings, Agência Brasil, 1 out 11] No Dia do Idoso, celebrado hoje (1º), a psicóloga Vera Lúcia Coelho, professora do curso de psicologia clínica da Universidade de Brasília (UnB), faz um alerta: “O Brasil precisa se preparar para o envelhecimento acelerado da população nos próximos anos.” Segundo ela, as autoridades públicas devem ficar atentas a isso: “Temos a ilusão de viver em um país de jovens. A propaganda de que a beleza jovem é a única possível e saudável está impregnada na gente.” Neste sábado, o Brasil também comemora oito anos do Estatuto do Idoso.

Segundo o Censo 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 20 milhões de idosos, o que corresponde a aproximadamente 10% da população do país. A maioria (6,5 milhões) tem entre 60 e 64 anos. Belo Horizonte, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais com maior número de idosos. Projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que o Brasil terá, em 2050, 22,5% da população com mais de 65 anos.

O Estatuto do Idoso prevê várias políticas públicas de valorização dos idosos. No entanto, a professora da UnB entende que elas não estão sendo cumpridas integralmente. Além disso, Vera Lúcia defende que toda sociedade esteja atenta ao envelhecimento populacional. “Ainda não estamos preparados para o envelhecimento da população.” Para a psicóloga , é preciso que haja uma mudança de postura no país em relação a esse tema. Continue lendo

Brasil não está preparado para o envelhecimento da população

[Bruno Bocchini, Agência Brasil, 1 out 11] O Brasil deverá chegar a 2050 com cerca de 15 milhões de idosos, dos quais 13,5 milhões com mais de 80 anos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2025, o país será o sexto do mundo com o maior número de idosos. Apesar da criação de políticas voltadas para essa camada da população, como o Estatuto do Idoso, instituído em 2003, a velocidade do envelhecimento tem superado a implementação de ações para oferecer melhores condições de vida à terceira idade.

“O processo é muito rápido, e as políticas públicas não têm acompanhado isso. Viver em uma sociedade com muito mais idosos do que crianças requer um planejamento intenso”, diz o médico geriatra Luiz Roberto Ramos, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Com o envelhecimento populacional, o Brasil terá redução do número de jovens na força produtiva ativa, assinalou Ramos. “Vai aumentar o número de pessoas que terão dependência social dessa produção. Isso tem de ser planejado. O país está correndo contra o tempo.” Hoje, segundo a OMS, o Brasil tem 21 milhões de pessoas com mais de 65 anos.

O envelhecimento da população tem reflexo direto no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Somente as doenças crônicas não transmissíveis, que afetam principalmente idosos, provocam impacto anual de 1% no PIB, segundo estimativa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). De acordo com a Comissão para Estudo do Envelhecimento Mundial, anualmente são gastos cerca de R$ 60 bilhões com doenças da típicas da terceira idade no Brasil.

De acordo com Ramos, os problemas decorrentes da terceira idade começam a aparecer com mais intensidade depois dos 70 anos. Até lá, em torno de 80% das pessoas não têm nenhuma atividade de vida diária comprometida pela velhice. No entanto, a partir dos 80 anos, a grande maioria passa a conviver com enfermidades.

Edição: João Carlos Rodrigues