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Irã aceita pagamento em ouro para exportações de petróleo

Sanções econômicas dos EUA dificultam transações em dólar para iranianos

[O Globo, 29 fev 12] TEERÃ – Sofrendo com as sanções impostas pelos EUA e pela União Europeia, o Irã decidiu aceitar ouro como pagamento pela exportação de seu combustível. A informação foi confirmada pelo presidente do Banco Central iraniano, Mahmoud Bahmani, em entrevista nesta quarta-feira à agência de notícias estatal do governo de Teerã, a IRNA.

– Em transações com outros países, o Irã não se limita ao dólar americano. Nosso parceiro pode pagar com sua própria moeda e, se o país desejar, ele pode pagar até em ouro. Nós iremos aceitar ouro sem nenhum problema – reforçou Bahmani.

A UE e os EUA impõem sanções econômicas ao Irã com o objetivo de fazer o país desistir de seu programa nuclear, que estaria investindo na criação de armas, segundo as potências ocidentais. No entanto, Teerã afirma que as intenções de suas pesquisas são pacíficas e resiste à pressão. As sanções do Ocidente incluem a proibição gradual da importação de petróleo do Irã, que os EUA, a UE e aliados como Japão e Coreia do Sul irão implementar até julho.

China e Índia, os maiores compradores do petróleo iraniano, não aderiram ao boicote. Mesmo assim, o valor da moeda corrente iraniana, o rial, caiu, gerando uma forte inflação dos preços gerais em todo o país.

 

Desaparecer em silêncio: Etnocídio de Repsol aos povos isolados na Amazônia Peruana

[Adital, 25 abr 11] Os blocos petroleiros 67 (da francesa Perenco) e 39 (da espanhola Repsol) são duas concessões na Amazônia peruana, ao norte da região Loreto, na inacessível fronteira com o Equador, que se superpõem a uma das áreas de povos indígenas em isolamento voluntário. São povos que, há um século, escaparam do genocídio da febre da borracha, isolando-se nas zonas mais remotas da Amazônia. Um recente relatório de Survival Internacional publica 39 razões “que Repsol queria que não soubesses” (1), onde são recopiladas evidências da presença desses povos, bem como o reconhecimento explícito de sua existência por parte do governo e da própria petroleira.

Há anos, a confederação indígena amazônica Aidesep (Associação Interétnica para o Desenvolvimento da Selva Peruana, a organização indígena nacional) reclama que a região compreendida entre os rios Napo e Tigre seja declarada intangível, iniciativa já vigente em algumas zonas do peru, bem como na vizinha selva equatoriana. Apesar da dificuldade para conhecer e nomear a esses povos estes poderiam ser os Toromenae, clã da etnia Huaorani, Pananajuri (etnia Arabela) e Taushiros. Seriam povos indígenas binacionais, que flutuam entre o Equador e os blocos 67 e 39, como o próprio governo do Equador reconheceu, destinando, inclusive, um montante no orçamento para tratar do tema dos povos isolados que transitam na região fronteiriça.

Quem são os povos isolados

Os povos isolados são grupos indígenas sobre os quais se tem pouca ou nenhuma informação e que evitam manter contatos regulares e pacíficos com a sociedade nacional, internando-se em regiões de difícil acesso dentro dos bosques tropicais(2). Sua sobrevivência depende exclusivamente dos recursos do bosque, sem buscar acesso aos bens materiais da civilização ocidental. Na América Latina existem ao redor de 100 grupos em isolamento voluntário em 45 diferentes áreas da Amazônia. Pelo menos 40 desses grupos estão no Brasil, 15 no Peru, 6 na Bolívia, 2 no Equador e um no Paraguai(3). Continue lendo