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História do homem reescrita

Novos estudos revelam que todos têm DNA arcaico, como o neandertal.

Até pouco tempo atrás, a História do homem moderno era considerada simples e direta: há cerca de 60 mil anos, um grupo de Homo sapiens deixou seu berço na África Subsaariana, subindo o Rio Nilo rumo ao Oriente Médio e Europa, e iniciou a ocupação do resto do planeta, gradualmente levando à extinção espécies mais arcaicas, como os neandertais.

[Cesar Baima, O Globo, 3 mai 12] Estudos recentes, no entanto, não só apontam que a migração do homem moderno a partir da África começou muito mais cedo do que se pensava como ele conviveu — e até se relacionou — com outras espécies de hominídeos, o que deixou traços que podem ser encontrados em seus genes até hoje. Continue lendo

Mais antiga fogueira feita pelo homem tem 1 milhão de anos

O mais antigo uso do fogo pela humanidade bateu um novo recorde: 1 milhão de anos atrás. A prova disso foram restos de ossos e plantas queimados achados em uma caverna na África do Sul.

[Ricardo Bonalume Neto, FSP, 3 abr 12] Provar o uso de fogo em data tão antiga é delicado. O fogo poderia ter tido origem natural ou poderia ter sido deixado no local pelo vento ou pela água em data posterior.

Para tentar evitar esses possíveis erros, os autores do estudo usaram técnicas de microestratigrafia. Na geologia, a estratigrafia trata do estudo das camadas de rochas depositadas ao longo dos anos. Na sua versão “micro”, as formas (micromorfologia) e a composição química (“microespectroscopia”) do material são analisadas em grande detalhe. Continue lendo

Cientistas acham fósseis de homem desconhecido da Idade da Pedra

Segundo estudo da revista ‘PLoS One’, ser humano apresenta uma incomum mistura de traços físicos arcaicos e recentes; acredita-se que tenha convivido com os Homo sapiens.

[Estadão/EFE, 14 mar 12] Fósseis encontrados em duas cavernas do sudoeste da China revelaram a existência de um homem até agora desconhecido da Idade de Pedra com uma incomum mistura de traços físicos arcaicos e modernos, deixando uma nova pista sobre a adiantada evolução humana na Ásia.

Com idades entre 14,5 mil e 11,5 mil anos, os fósseis são de homens que conviveram com seres humanos modernos (Homo sapiens) em uma época em que a agricultura estava em seu princípio na China, revelou uma equipe internacional de especialistas no estudo publicado na revista PLoS One. Continue lendo

Arqueólogos descobrem antigo carimbo em Jerusalém

[Folha SP/Reuters, 26 dez 11] Arqueólogos israelenses disseram neste domingo ter descoberto um carimbo de argila de 2.000 anos, perto do Muro Ocidental, também conhecido como Muro das Lamentações, de Jerusalém, confirmando relatos escritos de rituais que eram realizados no templo sagrado judaico.

Mas o objeto do tamanho de um botão tem as palavras inscritas em aramaico “puro para Deus”, indicando que era usado para certificar alimentos e animais usados para cerimônias de sacrifício.

O Muro Ocidental faz parte de um complexo conhecido pelos judeus como o Monte do Templo e pelos muçulmanos como o Nobre Santuário, onde a mesquita islâmica al-Awsa e o Domo da Rocha estão localizados.

“Parece que o objeto era usado para marcar produtos ou objetos que eram trazidos para o Templo, e era imperativo que fossem puros segundo rituais”, disse a Autoridade de Antiguidades de Israel, em comunicado para divulgar a descoberta.

A entidade disse acreditar ser a primeira vez que tal selo foi escavado, oferecendo uma prova arqueológica direta de rituais que eram realizados no templo e que eram descritas em textos antigos.

Homem moderno jamais coexistiu com Homo erectus, dizem estudos

[France Presse, Folha SP, 30 jun 11] O homem moderno jamais coexistiu com seu antepassado Homo erectus, revelam estudos.

O Homo erectus é considerado como o antepassado direto do Homo sapiens e se parece com o homem moderno em vários aspectos, mas seu cérebro era menor e o formato do crânio, diferente.

O Homo erectus foi o primeiro de nossos parentes distantes a sair da África, há 1,8 milhão de anos, e desapareceu do continente africano e de grande parte da Ásia há 500 mil anos, mas suspeitava-se de sua presença na região de Ngandong, às margens do rio Solo, na ilha de Java (Indonésia), há entre 50 mil e 35 mil anos.

Como o Homo sapiens chegou à Indonésia há 40 mil anos, acreditava-se em uma possível presença comum em Java.

As últimas datações que apoiavam esta hipótese foram realizadas em 1996, a partir de dentes de animais e restos fossilizados de hominídeos, mas havia dúvidas sobre a idade real dos fósseis.

A partir de 2004, uma equipe internacional de antropólogos, dirigida conjuntamente por Etty Indriati, da Universidade Gadjah Mada da Indonésia, e Susan Anton, da Universidade de Nova York, conduziu o projeto Solo River Terrace (SoRT), que realizou novas análises, com diferentes métodos de datação. Continue lendo

Pesquisadores encontram Homo sapiens de 32 mil anos na Ucrânia

[EFE, Folha SP, 28 jun 11] Restos humanos de 32 mil anos foram descobertos na península da Criméia, ao sul da Ucrânia. Estes são os segundos Homo sapiens mais antigos da Europa — os primeiros foram encontrados em uma jazida na Romênia.

O CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica francês), que participou da expedição, explicou em comunicado nesta terça-feira que são ao menos cinco indivíduos: uma criança, dois adolescentes e dois adultos. Eles foram achados junto a ferramentas talhadas de pedra e ossos, joias em forma de pérola de marfim de mamute e conchas perfuradas.

Os pesquisadores destacaram que os esqueletos na Criméia tinham a cabeça separada do corpo, o que atribuíram a um provável ritual funerário, afastando a ideia de canibalismo.

Na jazida ucraniana, situada em uma região montanhosa e explorada em diversas ocasiões, foram encontrados agora 162 fragmentos ósseos humanos, assim como de antílopes, raposas e lebres, em uma camada rochosa correspondente ao paleolítico superior.

O CNRS destacou que a descoberta abre as portas para estudos multidisciplinares na área.