Brasil tem um ponto de exploração sexual infantil a cada 26 quilômetros

Fonte: Correio Braziliense

Milhares de crianças e adolescentes estão à deriva nas rodovias federais brasileiras oferecendo seus corpos por até R$ 2. O dinheiro é usado para diversas finalidades, desde comprar comida até fumar crack. De acordo com reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira (3/11), a cada 26,7 quilômetros no Brasil há um ponto vulnerável à exploração sexual infantil. Esses dados levam em conta os locais percorridos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em que houve denúncia ou flagrante de menores de 18 anos nesta situação.
A quarta edição do mapeamento feito pela PRF em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta 1.819 pontos de exploração sexual de menores nas estradas. Incluem-se na lista bares, boates, restautantes, postos de combustível ou até mesmo o acostamento da rodovia.

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Os dados gerais da pesquisa têm pouca variação em relação a 2007, em que Minas Gerais e Rio Grande do Sul aparecem como os estados que têm o maior número de pontos. No entanto, se for considerada a quantidade e extensão das vias, os locais com situação mais preocupante são Distrito Federal, Rio Grande do Norte e São Paulo.

A distribuição dos locais vulneráveis à exploração sexual infanto-juvenil coincidem com as rotas dos viajantes e com bolsões de pobreza pelo País. Existem 290 áreas críticas apenas em Minas, e oito rodovias federais, incluindo as de maior tráfego – como a BR-040 e a BR-381, que ligam Belo Horizonte ao Rio de Janeiro e a São Paulo, respectivamente -, estão no mapa da prostituição. Em segundo lugar no ranking por Estados vem o Rio Grande do Sul, onde a preocupação é sobretudo com os postos de combustível.

O mapeamento será usado pela PRF, em parceria com o Instituto WCF Brasil, para dividir os locais de exploração em graus de vulnerabilidade. Mesmo com os resultados preocupantes, a conexão entre os órgãos ainda é falha. Por isso, não há como cruzar dados. A polícia rodoviária estadual de Pernambuco foi a única que manifestou interesse em fazer o mapeamento.

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