As dez empresas que mais ganham com as guerras

775px-Army_M14_Sage_StockO Instituto de Investigação da Paz, de Estocolmo (SIPRI) resume, em seu anuário de 2013, as vendas mundiais de armas e serviços militares das 100 maiores empresas de armamento e equipamento bélico em 2011. O importe das vendas dessas 100 empresas foi de 465.770 bilhões de dólares, em 2011, versus os 411 bilhões de dólares, en 2010, o que representa um aumento de 14%.

[Marco Antonio Moreno, Adital, 16 set 2013] Desde 2002, as vendas das 100 maiores empresas produtoras de armas e equipamento bélico aumentaram em 60%, confirmando que essas empresas estão longe de sofrer os impactos da crise financeira que sacode o mundo.

Dessas 100 empresas registradas no anuário do SIPRI, as dez primeiras tiveram vendas por 233.540 bilhões de dólares, ou seja, 50% alcançado pelo total das Top 100. Nenhum setor econômico cresceu tanto quanto a indústria de armamentos, o que significa um entusiasmo demente pelas guerras. Já ressaltamos os perigos que envolve o lucrativo negócio da guerra e o detalhado relatório do instituto sueco confirma nossas suspeitas. Esse Instituto deveria pedir contas a essa Academia também sueca, que outorga o Nobel da Paz, sobretudo por entregar o prêmio a alguém que valida o orwelliano mundo de ‘a guerra é a paz’.

Um mundo demente

Se há algo demente e irracional é o fato de que as fábricas de armamento recebam mais benefícios do que qualquer outro setor industrial; também é profundamente insano que isso não seja divulgado ao público. As fábricas de armamento de origem privada absorvem parte significativa dos orçamentos bélicos. Ou seja, o contribuinte, mais uma vez, é o principal financiador dos senhores da guerra. Um gasto que, somente com as 100 primeiras, chega a meio bilhão de dólares anualmente. E agora que está na moda a tecnologia dos ‘drones’ (aviões não tripulados) não é de estranhar que 7 das primeiras 10 empresas operem o espaço aéreo. Tampouco deve-se estranhar que, dessas 100 empresas, 47 sejam dos Estados Unidos. As empresas estadunidenses monopolizam 60% das vendas totais de armamento produzidos pelas Top 100. Daí a correlação entre dívida pública e gasto militar, que estabelecemos há alguns anos para compreender o problema da dívida pública dos EUA.

gastos com armas

Essas são as 10 primeiras empresas da lista no ranking 2011 (os dados entre parênteses correspondem ao ranking 2010):

1 (1). Lockheed Martin (EUA) Armadura de mísseis, eletrônica e espaço aéreo. Vendas por 36.270 bilhões de dólares em 2011. Lucros netos: 2.655 bilhões de dólares. 123.000 empregados (132.000).

2 (3). Boeing (EUA) Aviões, eletrônica, mísseis, espaço aéreo. Vendas por 31.830 bilhões de dólares.Lucros netos de 4.018 bilhões de dólares. 171.700 empregados (160.500).

3 (2). BAE Systems (Reino Unido) Aviões, artilharia, mísseis, veículos militares, Naves. Vendas por 29.150 bilhões de dólares. Lucros netos por 2.349 bilhões de dólares. 93.500 empregados (98.200).

4 (5). General Dynamics (EUA) Artilharia, eletrônica. Vendas por 23.760 bilhões de dólares. Lucros netos de 2.526 bilhões de dólares, 95.100 empregados (90.000).

5 (6). Raytheon (EUA) Mísseis, eletrônica. Vendas por 22.470 bilhões de dólares. Lucros netos de 1.896 bilhão de dólares. 71.00 empregados (72.400).

6 (4). Northrop Grumman (EUA) Aviões, eletrônica, mísseis, tanques de guerra. Vendas por 21,390 bilhões de dólares. Lucros netos por 2.118 bilhões de dólares. 72.500 empregados (117.100).

7 (7). EADS (UE) Aviões, eletrônica, mísseis. Vendas por 16.390 bilhões de dólares. Lucros netos por 1.442 bilhão de dólares. 133.120 empregados (121.690).

8 (8). Finmeccanica (Itália) Aviões, veículos de artilharia, mísseis. Vendas por 14.560 bilhões de dólares. Lucros netos por 902 milhões de dólares. 70.470 empregados (75.200).

9 (9). L-3 Communications (EUA) Eletrônica. Vendas por 12.520 bilhões de dólares. Lucros netos por 956 milhões de dólares. 61.000 empregados (63.000).

10 (10). United Technologies (EUA) Aeronaves, eletrônica, motores. Vendas por 11.640 bilhões de dólares. Lucros netos por 5.347 bilhões de dólares. 199.900 empregados (208.220).

Essas cifras confirmam que a guerra é um dos melhores negócios para alguns países e, inclusive, põem à prova as recessões e as crises financeiras. E, mesmo recebendo benefícios significativos, também criam desemprego. O grande problema é que necessitam alimentar-se a cada dia com novas guerras; por isso, têm que inventá-las. Que fariam essas empresas se houvesse paz? Por isso, todas as guerras baseiam-se na enganação e na manipulação das massas, como as armas químicas de destruição massiva de Saddam Hussein, que há dez anos permitiram que os Estados Unidos invadissem ao Iraque, ante a complacência do mundo inteiro. Isso se repetirá uma vez mais?

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