O distinto grupo da sociedade agora é composto por 10 milhões de pessoas que, juntas, acumulam 39 trilhões de dólares. E um dado curioso: a SuÃça concentra a maior densidade mundial de milionários.
Em 2009, ano de maior tensão econômica da última década, um seleto grupo mostrou-se invulnerável à crise financeira mundial. Os ricos não só se tornaram mais numerosos como também ainda mais ricos.
O total de milionários subiu 17%, realcançando a marca de 10 milhões de pessoas, revelou uma pesquisa do banco de investimentos Merril Lynch e da empresa de consultoria Capgemini. A pesquisa considera indivÃduos que acumulam pelo menos um milhão de dólares em patrimônio lÃquido.
A soma de seus patrimônios chegou a 39 trilhões de dólares, registrando um crescimento de 19% em relação ao anterior.
“Nós vemos uma clara indicação de recuperação e, em algumas áreas, um retorno à opulência e ao crescimento do ano de 2007”, esclareceu Sallie Krawcheck, diretora de Administração de Patrimônio do Bank of America.
Europa fica para trás
O rápido aumento de riqueza do grupo deve-se em grande parte aos mercados emergentes, especialmente Ãndia, Brasil e China. Pela primeira vez, os milionários asiáticos ultrapassaram os europeus. “Depois de cair 14,2% em 2008 para a 2,4 milhões, a população milionária da região Ãsia-PacÃfico voltou a crescer em 2009, chegando a 3 milhões de pessoas”, afirma a pesquisa.
O patrimônio conjunto dos milionários asiáticos soma 9,7 trilhões contra 9,5 trilhões dos europeus. A explicação para a inversão no ranking estaria no maior ganho de capitais na região da Ãsia-PacÃfico, enquanto que os rendimentos na Europa, apesar de consideráveis, foram inferiores.
Na lista dos mais ricos, estão 2,87 milhões de cidadãos dos Estados Unidos, seguidos por japoneses (1,65 milhão), alemães (861 mil) e chineses (477 mil).
Ainda segundo a pesquisa, a SuÃça possui a maior densidade mundial de milionários: de cada mil suÃços, pelo menos 35 possuem um milhão de dólares.
Reflexo nas compras
Com a recuperação dos mercados financeiros no último ano, os gastos com carros, iates, arte, jóias e demais objetos de luxo voltou a crescer em 2009, embora não tenha atingido os nÃveis de 2007. A expectativa para 2010 é que a movimentação do setor volte a crescer em 2010.
A BMW, por exemplo, registrou um crescimento de dois dÃgitos na China e no Brasil no ano passado. Também a Audi obteve um crescimento significativo no mercado chinês.
Depois de uma temporada complicada para os fabricantes de iates, o setor comemorou o reaquecimento nas vendas no primeiro trimestre de 2010. Nos Estados Unidos, tais empresas registraram um aumento de 30% neste perÃodo em comparação com o mesmo perÃodo em 2009.
A China foi também um dos únicos paÃses a registrar um aumento da demanda por obras de arte: enquanto mundialmente houve uma queda de 45% nos lucros com leilões de arte em 2008, a China obteve um crescimento de 25% no setor, que lá movimentou 830 milhões de dólares.
Fonte: DW, 23 jun 2010