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Crônicas


Albert, uma lição poderosa
Eu já estava de saída pra levar as cestas básicas quando a voz de nossa voluntária, do outro lado da linha, com um lindo e forte sotaque, pediu pra Val... "Pastora, se tiver cobertores traz também, tem famílias precisando!". (Temos enfrentado uma onda de frio estes dias aqui em Maringá com a mínima chegando a 8 graus). Fizemos um rapa no depósito, juntamos oito cobertores e levamos junto com cestas básicas que iriam suprir a necessidade básica de 72 pessoas, entre adultos e c
José Prado
há 2 dias2 min de leitura


Pastor, eles mataram meu irmão!
Antes que eu pudesse reagir, várias imagens terríveis invadiram minha tela. Congelei. Não sabia o que pensar, o que dizer. Minutos antes eu havia perguntado como ela estava. Fazia um tempo que não recebia notícias. Calculando que lá já era madrugada (ela está 9h à frente), imaginei receber alguma notícia somente no dia seguinte. – “Eles maltrataram muito ele…” Não precisava nem dizer. As fotos testificavam. Vários sinais de espancamento e um enorme talho no pescoço, à altura
José Prado
há 2 dias2 min de leitura


Graça é seu nome
Nascida na República Democrática do Congo, antes que pudesse andar já teve que correr das bombas, atravessando florestas e rios com seus pais. Viveu pouco em Angola. Aprendeu português. Era feliz ali, mas a perseguição a fez cruzar um enorme oceano até chegar ao Brasil, com seus pais e uma irmã. Outros dois, gêmeos, um pouco mais novos do que ela, seus melhores amigos e companheiros, ficaram com os tios em Angola. Não havia dinheiro pras passagens de todos. Eu conheci a Graça
José Prado
há 2 dias4 min de leitura


Parabéns, Maria!
Hoje uma de nossas acolhidas completou 40 anos. Pobre, cristã, aos 16 anos foi sequestrada, vendida e forçada a casar-se com um desconhecido de uma grande, rica e influente família. Do casamento forçado lhe nasceram dois filhos. Na sua cultura as mulheres não têm direitos, descanso ou regalias. Proibidas de estudar, são servas submissas de seus senhores maridos. Mas alguns senhores são cruéis. Violentos. Num ímpeto de coragem e desespero conseguiu fugir. Acolhida por uma inst
José Prado
há 2 dias3 min de leitura


Abdul, os seus pés falam...
Passava das 13h quando ele ligou. Eu estava preocupado, pois ele não costuma se atrasar. Tínhamos combinado um almoço em casa. Fazia tempo que não nos encontrávamos e ambos estávamos felizes por, enfim, havermos conseguido aquela oportunidade. Constrangido, disse-me que não viria almoçar. Relatou que havia ficado uma hora e meia tentando chegar na minha casa, mas o ponto de ônibus mudou e ele não havia conseguido encontrar o novo local. Aos 63 anos e abalado emocionalmente
José Prado
há 2 dias4 min de leitura
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