Arquivo da tag: Nigéria

Boko Haram ameaça sequestrar mulheres cristãs na Nigéria

O grupo militante islâmico nigeriano, Boko Haram, tem cumprido as ameaças que fizeram aos cristãos nigerianos de que iriam atacar constantemente as comunidades cristãs do norte do país para que o cristianismo seja extinto na região.

[Portas Abertas, 9 mar 12] Membros do grupo extremista islâmico Boko Haram fizeram novas ameaças contra a comunidade cristã nigeriana do norte do país. Eles disseram que começaram a sequestrar as mulheres cristãs como parte do seu mais recente “projeto terrorista”.

Dois dias depois que o grupo terrorista nigeriano divulgou seus planos de realizarem ataques coordenados para erradicar os grupos cristãos do país, eles disseram que já existem novas estratégias para a realização de seus planos.

O porta-voz do Boko Haram disse: “estamos planejando e vamos colocar em ação novos planos para atacar os cristãos e amedrontá-los em nome do Islã.  Nós iremos raptar as mulheres deles”. Continue lendo

‘Igrejas da prosperidade’ crescem na Nigéria

[BBC Brasil, 31 ago 11] Em um país tão religioso, o local onde se reza é considerado cada vez mais importante. E um número crescente dos 70 milhões de cristãos nigerianos está seguindo os chamados “ensinamentos da prosperidade”.

Um dos pregadores desses ensinamentos é Chris Okotie, ex-estrela do mundo pop que se tornou pastor da igreja Casa de Deus. Ele defende que o crescimento espiritual pode se traduzir em prosperidade financeira.

Dono de uma fortuna pessoal estimada em US$ 10 milhões, o pastor diz que não há porque se envergonhar da riqueza.

“A prosperidade é uma parte integral do evangelho, assim como a cura e a salvação”, diz Okotie. Para ele, a pobreza não se inclui nos planos de Deus para o homem.

Mas o fato de alguns pastores figurarem nas listas das pessoas mais ricas da Nigéria tem despertado críticas.

Leo Igwe, do Movimento Humanista da Nigéria, acusa as igrejas de terem se convertido em negócios, atraindo pessoas pobres em situação de desespero.

Tais acusações, porém, não parecem abalar a devoção dos fiéis. Sendo ou não empreendimentos de negócios, as igrejas da prosperidade se tornaram um dos principais produtos de exportação da Nigéria.

Veja o vídeo da matéria (BBC)

Pelo menos 500 morrem em massacre étnico na Nigéria

Islâmicos da etnia fulani invadiram casas de mataram todos que encontraram, incluindo mulheres e crianças

O confronto étnico-religioso ocorrido no domingo perto de Jos, no norte da Nigéria, deixou pelo menos 500 mortos, informou nesta segunda-feira, 8, o porta-voz do governo do estado de Plateau, Gregory Yenlong.

Armados com revólveres, metralhadoras e machados, pastores da etnia fulani invadiram as casas das cidades de Dogo Na Hauwa, Ratsat e Jeji no domingo e mataram todos que encontraram pela frente, incluindo mulheres e crianças.

“Nós conseguimos fazer 95 prisões, mas ao mesmo tempo mais de 500 pessoas foram mortas nesse abominável ato”, afirmou o nigeriano Dan Manjang, por telefone.

Acredita-se que o massacre, ocorrido a menos de 2 quilômetros da casa do governador de Plateau, Jonah Jang, tenha sido a resposta dos pastores aos confrontos religiosos de janeiro passado, que deixaram 326 mortos. Na ocasião, o incidente foi considerado pelos membros da etnia fulani uma ação organizada para assassinar muçulmanos.

O governo de Plateau anunciou um funeral coletivo para as vítimas. O presidente interino da Nigéria, Goodluck Jonathan, se reuniu com as agências de segurança do Estado e afirmou que os soldados estão em alerta vermelho. O massacre aconteceu mesmo com a imposição de um toque de recolher, que vigora na região das 18h às 6h desde janeiro passado.

Acredita-se que o motivo dos enfrentamentos na região seja a luta pela exploração de terras de cultivo entre cristãos e animistas, de um lado, e pastores muçulmanos fulanis, do outro.

Os conflitos envolvendo cristãos e muçulmanos na Nigéria já deixaram mais de 12 mil mortos desde 1999, quando foi implantada a sharia (lei islâmica) em 12 estados do norte do país (Estadão, EFE – 08 mar 2010).

********************************************************************

Relatos de testemunhas registrados na imprensa local dão conta de que grupos muçulmanos da etnia Hausa-Fulani invadiram por volta das 3h00 da manhã o vilarejo majoritariamente cristão de Dogo-Nahawa.

O repórter da BBC Richard Hamilton informou que os invasores chegaram atirando e, quando as pessoas começaram a fugir de suas casas, eram mortas a golpes de facão. O ataque teria durado quase três horas e deixado também cerca de 50 casas incendiadas.

Segundo Martin Plaut, editor para a África da BBC, a emissora recebeu fotos da área que mostram corpos de crianças e mulheres enfileirados.

Um porta-voz da Cruz Vermelha na região, Robin Waudo, disse à BBC que seus médicos estão atendendo pessoas feridas com facões e queimaduras, e com membros fraturados.

“Neste momento, os confrontos se acalmaram e os militares estão tentando controlar a situação”, afirmou.

O presidente em exercício da Nigéria, Goodluck Johnathan, colocou em alerta máximo as forças de segurança atuando na região central do país depois dessa nova onda de violência.

O ataque teria sido uma vingança pela morte de centenas de pessoas em janeiro, após confrontos entre cristãos e muçulmanos nos arredores de Jos. A região passou a ficar sob toque de recolher desde então.

A cidade de Jos tem sido palco de violência nos últimos anos justamente por estar posicionada na divisa entre o norte, de maioria muçulmana, e o sul do país, de maioria cristã.

‘Provocação aos cristãos’

A estimativa de 500 mortos foi feita pelo fórum cristão do estado de Plateau e confirmada por Gregory Yenlong, comissionário de informação do governo local, em entrevista a jornalistas nigerianos no vilarejo de Dogo-Nahawa.

O jornal nigeriano The Guardian relatou que o fórum cristão havia divulgado um comunicado em que condena o ataque classificado como “uma provocação aos cristãos”.

“Dogo Nahawa é uma comunidade cristã. As testemunhas dizem que os militantes muçulmanos Hausa-Fulani vieram cantando ‘Allahukabar’ (exclamação muçulmana que exalta Alah) e invadiram as casas, cortando seres humanos, incluindo crianças e mulheres com suas facas e facões”, diz o comunicado.

Os cristãos também protestam contra uma suposta omissão das forças armadas nigerianas. O comunicado relata que as forças de segurança teriam sido avisadas pelos cristãos do início do ataque, mas só teriam respondido ao chamado duas horas depois.

Peter Gyang, líder da comunidade local, disse ao The Guardian que os moradores da região não vão mais respeitar o toque de recolher.

“Nós seremos forçados a entrarmos em nossas casas às 6h00 da tarde, mas os invasores continuariam vindo e nos atacando sem qualquer intervenção do Exército ou da polícia. Então, não haverá mais toque de recolher para que nós possamos nos proteger”.

(BBC Brasil, 8 mar 2010)