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Leis rígidas sobre armas são insuficientes para reduzir mortes na América Latina

Dados mostram que, além da legislação, queda de homicídios depende de outros fatores.

[Natália Guerra, R7, 20 ago 12] Nas últimas duas décadas, os países mais violentos da América Latina passaram a endurecer suas leis para porte de armas de fogo, numa tentativa de diminuir as altas taxas de homicídios na região, que são quatro vezes maiores que as do resto do mundo. Mas enquanto alguns países notaram redução no número de assassinatos após a aprovação de uma legislação mais rígida, em outros, as mortes continuaram crescendo e deixaram claro que as leis são insuficientes para conter a violência.

A América Latina, que tem apenas 14% da população mundial, concentra 31% dos homicídios de todo o planeta, de acordo com o relatório Estudo Global de Homicídios 2011, do UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime). Brasil, Venezuela, Colômbia e México, países que apresentam o maior número de homicídios, vêm se esforçando nos últimos anos para diminuir a circulação de armas de fogo com leis mais restritivas. Os resultados positivos, no entanto, ainda não apareceram em todos os países. Continue lendo

Especialista defende adoção de políticas públicas para reverter “genocídio” de jovens negros

A falta de políticas públicas com foco em meninos negros de 12 a 18 anos se refletiu no aumento do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), avalia a coordenadora do Programa de Redução de Violência Letal contra Adolescentes e Jovens, Raquel Willadino.

[Isabela Vieira, Agência Brasil, 13 dez 12] Em 2010 o índice chegou a quase três mortos para cada grupo de mil jovens, enquanto em 2009 era 2,61. Os dados foram divulgados hoje (13) pelo Laboratório de Análise da Violência (LAV) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Continue lendo

Homicídio de Mulheres no Brasil

Entrando no sexto ano de vigência da lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, o governo federal e o sistema de justiça do país unem esforços para aprofundar o enfrentamento da violência contra a mulher. Dia 7 de Agosto de 2012, lembrando a data, é lançado em Brasília um Compromisso Nacional visando combater a tolerância e impunidade diante do crescimento das violências contra a mulher.

Para colaborar com esse compromisso CEBELA e FLACSO divulgam uma atualização do Mapa da Violência 2012: Homicídio de Mulheres no Brasil, incorporando os novos dados – de homicídios e de atendimentos via SUS, que no relatório anterior eram ainda preliminares – recentemente liberados pelo Ministério da Saúde.

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A cor dos homicídios no Brasil 2012 – Morrem 2,5 vezes mais negros do que brancos

As mortes por assassinato entre os jovens negros no país são, proporcionalmente, duas vezes e meia maior do que entre os jovens brancos. Em 2010, o índice de mortes violentas de jovens negros foi de 72, para cada 100 mil habitantes; enquanto entre os jovens brancos foi de 28,3 por 100 mil habitantes.

[Thais Leitão, Agência Brasil, 30 nov 12] A evolução do índice em oito anos também foi desfavorável para o jovem negro. Na comparação com os números de 2002, a taxa de homicídio de jovens brancos caiu (era 40,6 por 100 mil habitantes). Já entre os jovens negros o índice subiu (era 69,6 por 100 mil habitantes).

Os dados fazem parte do Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil, divulgado em Brasília, pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir). Continue lendo

Cresce taxa de assassinatos de crianças e adolescentes no Brasil

As chances de uma criança ou adolescente brasileiro morrer assassinado são maiores hoje do que eram há 30 anos, colocando o país na quarta pior colocação numa comparação com outros 91 países.

[André de Souza, O Globo, 18 jul 12] Em 1980, a taxa de homicídios na população entre zero e 19 anos era de 3,1 para cada 100 mil pessoas. Pulou para 7,7 em 1990, chegou a 11,9 em 2000 e alcançou 13,8 em 2010. Um crescimento de 346,4% em três décadas, em contraste com a mortalidade provocada por problemas de saúde, que teve queda acentuada. Quando considerada toda a população, a taxa de homicídios em 2010 foi de 27 por 100 mil habitantes. Considera-se que há uma epidemia de homicídios quando a taxa fica acima de 10 por 100 mil. Continue lendo

Mapa da Violência 2012 ~ Instituto Sangari

Desde 1998, ano de divulgação do primeiro, já foram elaborados uma dúzia de mapas da violência, praticamente um por ano. A metade deles, agrupados sob o subtítulo genérico Os jovens do Brasil, abordou as especificidades e a evolução da mortalidade violenta de nossa juventude, principal vítima desse drama brasileiro. Nesses trabalhos, a categoria de mortalidade violenta incluía não só os homicídios, mas também diversas outras violências letais, como suicídios e mortes em acidentes de transporte.

Outros mapas centraram suas baterias em temas mais específicos e delimitados. Dois deles trabalhando o panorama da violência nos municípios brasileiros. Outro tentou pesquisar os fatores determinantes das quedas sistemáticas da violência no estado de São Paulo. Outro ainda trabalhou uma perspectiva mais ampla, tomando como arcabouço a violência na América Latina e no mundo. Também tentamos elaborar, em mais um estudo, uma anatomia dos homicídios no Brasil.

Esse breve exame temporal nos leva, de forma quase inevitável, a nos perguntar: o que mudou nesse ínterim, desde a época da elaboração de nossos primeiros mapas, em fins do século passado, até nossos dias? Continue lendo

Homicídios ficam estáveis no país, mas crescem entre negros

[Folha SP, 19 abr 11] Apesar de o número de homicídios no país permanecer estável nos últimos anos, o número de negros assassinados não para de subir, revela o Relatório Anual das Desigualdades Sociais 2009-2010 [link no final do artigo], divulgado nesta terça-feira, no Rio.

A probabilidade de um homem preto ou pardo morrer assassinado é mais do que o dobro se comparado a de um indivíduo que se declara branco.

Enquanto os homicídios entre homens brancos vêm caindo ao longo dos últimos anos, o movimento entre negros e pardos é inverso.

Em 2001, homens pretos ou pardos representavam 53,5% do total. Ao mesmo tempo, os brancos significavam 38,5%.

Já em 2007, do total de homicídios registrados, 64,09% eram de negros. Já a proporção de brancos recuou para 29,24%.

Em 2007, para cada 100 mil habitantes, 59,8 homens pretos ou pardos morreram assassinados. Entre a população masculina branca, essa proporção 29,2 homens mortos a cada 100 mil habitantes.

No início da década, foram registrados 44.105 mil homens assassinados. Em 2007, esse dado ficou estatisticamente estável, recuando para 43.938.

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