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São Paulo viu pulverização evangélica na última década, mostra Censo 2010

Quantidade de fiéis que frequentam templos menores cresceu 62% e evangélicos sem laços com igreja quadruplicou.

[Amanda Rossi, Estado, 7 jul 2012] A cidade de São Paulo viveu uma pulverização evangélica sem precedentes na última década. Segundo novos dados do Censo, o número de evangélicos sem laços com uma igreja determinada aumentou mais de quatro vezes entre 2000 e 2010, enquanto a quantidade de fiéis que frequentam templos menores cresceu 62% nesse período. Juntos, esses dois grupos foram responsáveis por 96% do crescimento do rebanho evangélico da capital em uma década, de 825 mil fiéis.

Os evangélicos não determinados englobam tipos diferentes. Entram na conta os que se dizem apenas evangélicos, sem especificar a igreja ou a corrente, os que frequentam cultos diferentes e os que fazem parte de pequenas igrejas não pentecostais. Em São Paulo, o crescimento dos evangélicos não determinados foi tão grande que eles hoje representam a terceira maior corrente religiosa da cidade – perdem para os católicos e os sem religião, mas ultrapassaram a Assembleia de Deus, denominação evangélica que tem o terceiro maior rebanho do País. Continue lendo

Maior parte dos casais gays é de mulheres

Segundo o Censo, mulheres compõem 53,8% dos 60 mil casais homossexuais que dividem a mesma casa no Brasil.

[Luciana Nunes Leal, Estadão, 17 out 12] O Censo 2010 encontrou 60 mil casais homossexuais que dividem a mesma casa, como já tinha sido divulgado pelo IBGE. Desse total de uniões, 53,8% eram de mulheres.

No total de pessoas que declararam ter cônjuges do mesmo sexo, 47,4% se disseram católicas e 20,4% sem religião. Pouco mais de um quarto (25,8%) tinha curso superior completo. A grande maioria dos casais (52,6%) vive no Sudeste.

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Cresce proporção de pessoas em união consensual

Censo também aponta queda da taxa dos casados formalmente

[Luciana Nunes Leal, Estadão, 17 out 12] Uma série de mudanças no perfil da família brasileira tem sido registrada nas últimas décadas e se confirma no Censo 2010.

A proporção de casais que vivem em união consensual teve grande aumento na década, enquanto o porcentual dos que são casados formalmente teve queda significativa.

Os casamentos informais são crescentes inclusive na população que se diz católica, embora a Igreja reprove esse tipo de união conjugal. Continue lendo

Censo 2010: população indígena é de 896,9 mil, tem 305 etnias e fala 274 idiomas

No Censo 2010, o IBGE aprimorou a investigação sobre a população indígena no país, investigando o pertencimento étnico e introduzindo critérios de identificação internacionalmente reconhecidos, como a língua falada no domicílio e a localização geográfica. Foram coletadas informações tanto da população residente nas terras indígenas (fossem indígenas declarados ou não) quanto indígenas declarados fora delas. Ao todo, foram registrados 896,9 mil indígenas, 36,2% em área urbana e 63,8% na área rural. O total inclui os 817,9 mil indígenas declarados no quesito cor ou raça do Censo 2010 (e que servem de base de comparações com os Censos de 1991 e 2000) e também as 78,9 mil pessoas que residiam em terras indígenas e se declararam de outra cor ou raça (principalmente pardos, 67,5%), mas se consideravam “indígenas” de acordo com aspectos como tradições, costumes, cultura e antepassados.

Também foram identificadas 505 terras indígenas, cujo processo de identificação teve a parceria da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) no aperfeiçoamento da cartografia. Continue lendo

Católicos passam de 93,1% para 64,6% da população em 50 anos, aponta IBGE

A pesquisa mostra que a queda na proporção de católicos foi acompanhada pelo crescimento dos evangélicos, que em 1960 eram apenas 4% da população e em 2010 alcançaram 22,2%.

[Denise Menchen e Fabio Brisolla, Folha SP, 29 jun 12] Entre 1960 e 2010, o Brasil viu a parcela de sua população que se declara católica cair de 93,1% para 64,6%. A queda foi constatada com a divulgação, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de novas informações do Censo 2010.

A pesquisa mostra que a queda na proporção de católicos foi acompanhada pelo crescimento dos evangélicos, que em 1960 eram apenas 4% da população e em 2010 alcançaram 22,2%.

O número de pessoas sem religião também teve aumento expressivo, passando de 0,6% para 8% nos mesmos cinquenta anos. Continue lendo

Fecundidade no Brasil não supera reposição; veja destaques do censo 2010

O número de filhos por mulher no Brasil caiu em 2010 e está abaixo do nível de reposição da população, segundo dados divulgados pelo IBGE.

[BBC Brasil, 27 abr 12] Isso significa que a população total – descontando-se a imigração – está em tendência de queda, já que o número de pessoas que nasce é menor do que o número de pessoas que morre.

O nível de reposição do Brasil – necessário para garantir a substituição de gerações – é de 2,1 filhos por mulher. Em 2000, a média de filhos por mulher no Brasil era de 2,38. Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, referentes a 2010, esse índice caiu para 1,9. Continue lendo

Analfabetismo cai no Brasil, mas ainda é maior que no Zimbábue

[André Monteiro, Folha SP, 16 nov 11] A taxa de analfabetismo entre a população com 15 anos ou mais diminuiu 4 pontos percentuais entre 2000 e 2010, segundo novos dados do Censo divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira. O número caiu de 13,6% para 9,6%.

Na área urbana, o indicador passou de 10,2% para 7,3% da população. Já nas áreas rurais, ele teve uma melhora de 29,8% para 23,2%.

Nos Estados, a menor taxa de analfabetismo foi encontrada no Distrito Federal (3,5%) e a maior em Alagoas (24,3%).

As maiores quedas entre a população com 15 anos ou mais se deram no Norte (de 16,3% em 2000 para 11,2% em 2010) e no Nordeste (de 26,2% para 19,1%), mas também ocorreram reduções nas regiões Sul (de 7,7% para 5,1%), Sudeste (de 8,1% para 5,4%) e Centro-Oeste (de 10,8% para 7,2%).

Apesar do avanço, o índice de analfabetismo no Brasil ainda está acima do de muitos países. De acordo com dados de 2009 do Banco Mundial, a taxa de analfabetismo era de 8,14% no Zimbábue, país africano com PIB per capita igual a 5% do brasileiro.

A média mundial, segundo as estatísticas, foi de 16,32%. A menor taxa foi encontrada em Cuba (0,17%) e a maior no Chade (66,39%).

Entre as crianças brasileiras de 10 a 14 anos, 3,9% ainda não estavam alfabetizadas em 2010, o que representa cerca de 671 mil crianças. Em 2000, o número deste contingente era de 1,2 milhão de crianças, ou 7,3% do total. Continue lendo

‘Miseráveis entre miseráveis’, mais de 10 milhões vivem com R$ 39

[Luciana N Leal, Estadão 18 jun 11] Dados do Censo de 2010 que balizaram ações do Brasil sem Miséria, principal programa social da gestão Dilma, detalham onde vivem 8,5% dos brasileiros com renda familiar de até R$ 70

Uma população estimada em 10,5 milhões de brasileiros – equivalente ao Estado do Paraná – vive em domicílios com renda familiar de até R$ 39 mensais por pessoa. São os mais miseráveis entre 16,267 milhões de miseráveis – quase a população do Chile – contabilizados pelo governo federal na elaboração do programa Brasil sem Miséria.

Lançado no dia 3 de maio como principal vitrine política do governo Dilma Rousseff, o programa visa à erradicação da miséria ao longo de quatro anos.

Dados do Censo 2010 rec̩m-divulgados pelo IBGE que municiaram a formata̤̣o do programa federal oferecem uma radiografia detalhada da popula̤̣o que vive abaixo da linha de pobreza extrema, ou seja, com renda familiar de at̩ R$ 70 mensais por pessoa Рque representam 8,5% dos 190 milh̵es de brasileiros. Continue lendo

Número de casas vazias supera déficit habitacional brasileiro, indica Censo 2010

[ÉPOCA, com Agência Brasil, 11 dez 2010] Há cerca de 200 mil moradias vagas a mais do que o necessário para todas as famílias brasileiras viverem em locais considerados adequados

Os primeiros dados do Censo 2010 divulgados pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o número de domicílios vagos no país é maior que o déficit habitacional brasileiro.

Existem hoje no Brasil, segundo o censo, pouco mais de 6,07 milhões de domicílios vagos, incluindo os que estão em construção. O número não leva em conta as moradias de ocupação ocasional (de veraneio, por exemplo) nem casas cujos moradores estavam temporariamente ausentes durante a pesquisa. Mesmo assim, essa quantidade supera em cerca de 200 mil o número de habitações que precisariam ser construídas para que todas as famílias brasileiras vivessem em locais considerados adequados: 5,8 milhões.

Esse déficit habitacional foi calculado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) com base em outro levantamento do IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O déficit soma a quantidade de famílias que declaram não ter um teto, que habitam locais inadequados ou que compartilham uma mesma moradia e pretendem se mudar. Não leva em conta as famílias que vivem em casas adequadas de aluguel.

O censo mostrou que São Paulo é o estado com o maior número de domicílios vagos. O número de moradias vazias chega a 1,112 milhão. Já de acordo com o Sinduscon-SP, são 1,127 milhão de famílias sem teto ou sem uma casa adequada. Portanto, na hipótese de que essas casas vagas fossem ocupadas por uma família, só 15 mil moradias precisariam ser construídas para solucionar o déficit habitacional do estado.

Minas Gerais é o segundo estado com o maior número de habitações vazias. São cerca de 689 mil, segundo o censo. Se todas as 444 mil famílias que compõem o déficit habitacional de Minas estimado pelo Sinduscon-SP mudassem para uma das moradias vagas, ainda sobrariam 245 mil domicílios desocupados.

O Ministério da Cidades, responsável pelas políticas de habitação do país, informou em nota que o governo federal criou no ano passado o programa Minha Casa, Minha Vida visando a reduzir o déficit habitacional brasileiro em 1 milhão de unidades. O órgão não comentou a diferença entre o número de imóveis vazios e a demanda por moradia no país. Afirmou, porém, que a construção de 816 mil casas já foi contratada. Dessas, 40% serão destinadas a famílias com renda mensal até R$ 1.395.

População das periferias cresce mais do que a das capitais, segundo Ipea

[Texto de Janaina Lage, publicado na Folha SP, 1 dez 2010]

Estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) a partir dos dados do Censo mostra que a população cresceu mais nas periferias do que nas capitais. O instituto analisou dados de nove regiões metropolitanas (Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo).

A única exceção foi o Rio de Janeiro, onde a população da capital registrou alta de 0,77% ao ano. Excluindo a capital, a região metropolitana teve alta de 0,56% ao ano.

Em São Paulo, por exemplo, a população da capital passou de 10,4 milhões no ano 2000 para 11,24 milhões em 2010. O resultado representa uma alta de 0,75%. A periferia cresceu a um ritmo de 1,24% ao ano e passou de 7,4 milhões para 8,4 milhões no mesmo período.

O estudo revela ainda que 12 Estados registraram crescimento populacional acima do previsto: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

Os principais destaques no sentido oposto, ou seja, com um crescimento abaixo do esperado, foram o Rio Grande do Sul e a Bahia. A população do Rio Grande do Sul cresceu a um ritmo de 0,49% ao ano. Estimativas anteriores apontavam uma expansão da ordem de 0,74%. Já a Bahia registrou expansão de 0,70% ao ano, contra uma projeção de alta anual de 1,23%.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o maior crescimento da população entre 2000 e 2010 ocorreu nas regiões Norte (22,98%) e Centro-Oeste (20,74%).